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Escritor latino nascido na Trácia, considerado o introdutor da fábula, contos de de cunho didático e moralizante, na literatura latina. De origem pouco conhecida, sabe-se que nasceu escravo e morou na Itália na juventude e permaneceu algum tempo a serviço de Augusto, até que foi alforriado. Homem de vasta cultura, completou a formação com a leitura de autores gregos e latinos. Iniciou-se na atividade literária recolhendo, reescrevendo e adaptando a versificação latina às fábulas que a tradição atribuía a Esopo, o maior contador de fábulas de todos os tempos, nascido em Samos e que também teria sido escravo e condenado a morte, por ter, segundo consta, cometido sacrilégio no templo de Apolomas suas fábulas atravessaram séculos e culturas. Com o tempo, passou a criar os próprios temas e argumentos.
Sua produção soma cinco livros, com 123 composições em versos iâmbicos, com uma sílaba breve e outra longa, e caracterizam-se pelo confronto entre o fraco e o opressor. Analisado como inferior a Horácio e La Fontaine, por exemplos, sua versificação simples e correta deu a sua obra enorme popularidade durante a Idade Média, época em que inúmeras versões em prosa e em verso circularam pela Europa. Morreu na Itália e alguns de seus manuscritos ainda são encontrados naquele país. Entre seus títulos mais conhecidos citam-se A raposa e as uvas, O lobo e o cordeiro e As rãs que pediam um rei. Mais tarde, no séc. XVIII, o francês La Fontaine recriou as fábulas com grande sucesso. Muitas foram maravilhosamente traduzidas por Bocage para português.