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Até a década de 1970, o processo de migração interna no território brasileiro tinha como principais destinos a região Sul e, especialmente, a região Sudeste, pelo fato delas fornecerem maiores oportunidades de emprego, em razão do processo de industrialização desenvolvido nas décadas anteriores.
Porém, após a década de 1970, com a saturação no mercado de trabalho da região Sudeste, houve uma diversidade nos fluxos migratórios no território brasileiro.
A expansão da fronteira agrícola e maiores investimentos em infraestrutura proporcionou o fortalecimento e ampliou ainda mais os fluxos migratórios para a região Centro-Oeste. Nas últimas décadas, a região sofreu uma série de transformações com impactos consideráveis na estrutura produtiva e ocupacional. Os incentivos governamentais na década de 1970 para a ocupação do Centro-Oeste refletiram em significativos movimentos migratórios e grandes empreendimentos agropecuários na região.
Outro fator que intensificou a migração para a região Centro-Oeste foi a construção de Brasília, que também foi uma forma de política pública para a ocupação da porção oeste do território brasileiro. O fluxo para a formação de Brasília começou, evidentemente, com sua construção. Entre 1960 e 1970, a população do Distrito Federal quase quadruplicou, recebendo um fluxo migratório de aproximadamente 30 mil pessoas por ano.
O Centro-Oeste brasileiro recebe migrantes de todas as partes do Brasil, com destaque para os mineiros, maranhenses, baianos e paulistas no estado de Goiás, nordestinos, mineiros e paulistas no Distrito Federal, sulistas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Em 1980 residiam no Centro-Oeste aproximadamente 2.359.793 brasileiros naturais de outras regiões (aumento de 288% em relação ao ano de 1960). Os fluxos mais altos procedem do Sudeste e do Nordeste. Atualmente cerca de 30% da população residente no Centro-Oeste é composta por imigrantes.
Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia