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A audição é o primeiro sentido a se estabelecer em nossa formação, sendo um elemento importante para a comunicação. Em nosso país, 60% dos distúrbios de comunicação estão relacionados a deficiências auditivas; sendo que 90% dessas pessoas podem ser ajudadas com tratamento médico, cirúrgico ou com o uso de aparelhos específicos. A exposição a sons intensos é uma das causas mais comuns desse tipo de problema.
Ruídos a partir de 50 decibéis já são capazes de causar danos ao indivíduo, variando de acordo com o tempo de exposição e intensidade. Dor de cabeça, cansaço e elevação da pressão arterial são alguns desses prejuízos. Faixas de sons entre 55 e 65 decibéis podem diminuir o poder de concentração do indivíduo, prejudicando sua produtividade. Setenta decibéis já são capazes de produzir uma gama de efeitos fisiológicos, como o aumento dos níveis de cortisona e colesterol no sangue, diminuição da resistência imunológica e liberação de endorfina – podendo deixar a pessoa, em longo prazo, dependente de tal efeito. Já com a exposição a valores acima deste, os riscos de infarto, infecções e distúrbios mentais aumentam consideravelmente. Um único ruído, de aproximadamente 100 decibéis, é capaz de deixar um indivíduo irreversivelmente surdo.
Um hábito muito comum, principalmente entre jovens, é o uso de players portáteis. Nesses casos, as ondas sonoras penetram diretamente no ouvido, potencializando a possibilidade de causar danos nas células ciliadas externas, presentes na cóclea, localizada no ouvido interno. Em muitas situações, tais lesões se recuperam em até dois dias. Entretanto, dependendo da intensidade e tempo de exposição ao ruído, estas se tornam permanentes.
Zumbidos nos ouvidos são frequentemente associados a pessoas que possuem um histórico significativo de exposição prolongada a altos decibéis, sendo que estas, em 90% dos casos, apresentam algum nível de perda auditiva. Estes são o resultado do disparo contínuo de impulsos nervosos das células danificadas.
Como geralmente essa perda se dá de forma gradual, começando na maioria dos casos pelas frequências agudas, nem sempre a pessoa nota com clareza que já não escuta tão bem como antes. Assim, a incidência de zumbidos é o que, na maioria das vezes, faz com que o paciente procure auxílio médico. A dificuldade em ouvir as outras pessoas é outro fator que pode levar as pessoas a procurarem auxílio.
Evitar ao máximo a exposição a altos ruídos e utilizar protetor auricular quando for inevitável se submeter a sons altos são duas medidas simples de serem incorporadas no dia a dia, e que podem garantir sua integridade auditiva.
Valores de alguns tipos de sons | Decibéis |
Disparo de arma de fogo |
140 |
Turbina de avião | 130 |
Britadeira |
120 |
iPod no volume máximo | 114 |
Violino | 100 |
Secador de cabelo | 90 |
Trânsito pesado | 80 |
Conversa normal | 60 |
Pingos de chuva | 40 |
Gotejamento de torneira | 20 |
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia