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O Brasil é um país tropical, ou seja, localizado entre trópicos – mais especificamente ao sul do Equador, acima do trópico de Capricórnio. Em virtude da sua localização, recebe com mais intensidade os raios solares, que incidem geralmente de forma perpendicular.
É sabido que o Sol é um grande responsável pela manutenção da vida na Terra, uma vez que permite a fotossíntese, viabilizando a existência dos produtores das cadeias alimentares; fornece calor, permite a evaporação da água e o regime de chuvas, propicia a síntese de vitamina D em nosso organismo (responsável pela absorção e deposição de cálcio no organismo e por estimular a produção de insulina, etc.), dentre outros fatores.
Além disso, o Sol é o grande responsável pelo bronzeamento da pele, sendo os raios ultravioleta do tipo A e UVA os principais responsáveis. Tal evento é, na verdade, uma defesa natural do organismo à alta incidência solar, provocando maior produção de melanina: pigmento natural da pele, responsável pelo bloqueio das radiações ultravioleta em tal região. Assim, quanto maior a exposição ao Sol, maior a quantidade de melanina produzida – e maior o bronzeado.
O fator que propicia que uma pessoa tenha a pele mais clara ou mais escura é a quantidade de melanina. Na pele, as células responsáveis pela sua produção são denominadas melanócitos. Seu número é basicamente igual entre as diferentes raças, e sua atividade (ou seja, a produção de melanina) se dá graças à ação do hormônio estimulante dos melanócitos (MSH), produzido pela glândula pituitária.
Como foi dito, o bronzeamento ocorre em consequência da exposição a um dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Assim, se certos cuidados não forem tomados, alguns efeitos significativos podem ocorrer, tanto a curto quanto a longo prazo. Isso porque o Sol não emite somente raios UVA, e mesmo estes podem provocar problemas, caso a exposição seja prolongada e desprotegida.
Veja abaixo os principais raios solares e seus efeitos:
- Raios infravermelhos: provocam a desidratação da pele e sensação de calor;
- Raios UVC: podem provocar cânceres e queimaduras solares, mas raramente alcançam a superfície do nosso planeta, uma vez que são bloqueados pela camada de ozônio;
- Raios UVB: atingem camadas mais profundas da pele e, em excesso, podem provocar queimaduras, envelhecimento precoce e câncer de pele;
- Raios UVA: principais responsáveis pelo bronzeamento solar, mas, em excesso, podem provocar o envelhecimento precoce, em razão da destruição de fibras de colágeno e elastina, responsáveis pela elasticidade da pele.
Diante disso, para um bronzeamento bonito e saudável, o ideal é:
- Fazê-lo de forma gradual, em horários corretos, ou seja, evitando a exposição das 10h às 16h, uma vez que, neste horário, a radiação dos raios UVB está mais concentrada;
- Utilizar protetor solar, preferencialmente com FPS 15 ou de valor maior, aplicado meia hora antes da exposição, e renovada aplicação a cada duas horas ou após o contato com a água;
- Não se esquecer de aplicar o protetor solar nos lábios, orelhas e pés;
- Utilizar o protetor mesmo em dias nublados, já que os raios ultravioleta atravessam as nuvens com facilidade, e a incidência dos raios UVA tende a ser constante, independentemente do clima;
- Para não ressecar a pele, optar por filtros solares hidratantes e, após a exposição ao Sol, tomar um banho rápido, com temperatura de morna a fria;
- Utilizar chapéu e camiseta ou saída de praia de cor clara, para proteger a pele e também os cabelos;
- Ingerir líquidos, antes, durante e depois à exposição ao Sol;
- Investir em alimentos ricos em vitamina C e betacaroteno, uma vez que são antioxidantes, favorecendo a recuperação cutânea, formação de melanina, proteção dos raios solares e prevenção do envelhecimento; e, além disso, o betacaroteno se deposita na pele, dando a ela um tom alaranjado, embelezando o bronzeado.
CURIOSIDADE:
Como a glândula pituitária (que produz o MSH) está ligada ao nervo óptico, pessoas que utilizam muito frequentemente óculos escuros possuem maior tendência a terem queimaduras decorrentes dos raios solares, já que tal ato dificulta a produção de melanina pelos melanócitos.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia