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A miíase é uma doença caracterizada pela presença de larvas de moscas no corpo de vertebrados, incluindo o homem. Essas larvas podem penetrar na pele e lesionar órgãos e tecidos. São muito comuns em áreas rurais e em locais onde homens e animais vivem em constante contato. As bicheiras e a berne são tipos de miíase.
O berne, também chamado de miíase furunculoide, é ocasionado pelas larvas de Dermatobia hominis. Geralmente acomete bovinos, levando a grandes prejuízos econômicos, entretanto, também pode infectar cães e o próprio homem. É uma doença relativamente comum em áreas com grande quantidade de árvores e que apresentam temperaturas altas e chuvas abundantes.
A fêmea desse inseto coloca seus ovos no corpo de outros insetos, que passam a realizar o papel de transportadores (foréticos). Esses ovos eclodem, dando origem às larvas que se fixam na pele e pelo de mamíferos quando o inseto pousa sobre eles. Elas penetram o corpo do animal através do folículo piloso ou, então, através do orifício originado pela picada do inseto, deixando a parte anterior em contato com a derme e a posterior próxima à superfície. A larva alimenta-se na derme e garante sua respiração através da extremidade posterior.
O berne fica no corpo do homem por aproximadamente 50 dias, sendo que, durante esse período, não ocorre a migração pelos tecidos. Após esse tempo, a larva cai no solo, onde inicia a sua fase de pupa.
As lesões causadas pelo berne são bem características, sendo formadas por um nódulo com orifício central visível, por onde é eliminada uma secreção amarelada ou sanguinolenta. Essas lesões assemelham-se muito com um furúnculo.
A doença gera muito incômodo e dor, geralmente na forma de fisgadas. Como complicações, podemos destacar a formação de abscessos e o surgimento de infecções secundárias, tais como o tétano.
O tratamento é relativamente simples e baseia-se na retirada da larva e aplicação de antissépticos. Para que o berne saia, o médico tampa o orifício central com vaselina ou esmalte, impedindo assim a sua respiração. Isso faz com que ele fique imóvel, facilitando, assim, a retirada com pinça.
Algumas pessoas tentam retirar o parasita colocando um pedaço de toucinho sobre a lesão, entretanto é um método que nem sempre é eficaz. É importante frisar que uma pessoa com essa doença não deve nunca tentar espremer o berne, pois pode ocasionar a morte do parasita sem que ocorra a extração.
Se notar qualquer alteração na pele, como as descritas no texto, procure imediatamente seu dermatologista.
Por Ma. Vanessa dos Santos