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Linguagem e comunicação

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Pode parecer estranho, mas a linguagem coloquial é apropriada a certos tipos de situação! Isso não quer dizer que esteja em acordo com as regras normativas, pois não está, mas sim a adequação do enunciado de acordo com o contexto.

Por exemplo: Suponhamos que uma jovem ligue para a amiga, a fim de convidá-la para sair e diga: Olá Ana, bom dia! Como vai você? Quero convidá-la para passar esta tarde comigo, a fim de que possamos nos divertir no shopping próximo a sua casa. Desfrutaríamos de bons momentos juntas se fôssemos.

A fala acima, apesar de não contradizer o padrão culto da língua, não está ajustada à circunstância.

Tudo é uma questão da consideração que se faz aos elementos usados no processo da comunicação, logo, emissor e destinatário devem ser analisados.

Outro exemplo é falar com uma autoridade da maneira que se fala com um amigo! Imagine um aluno dirigindo-se à professora deste modo: E aí, véi! Cumé que é? Essa prova saí ou não saí? Ce sabe né fessora, tem que estudá, tá ligado?!

A situação acima representa até mesmo uma questão de falta de respeito, pois a professora não fala assim e não há intimidade suficiente entre emissor (aluno) e receptor (educador) para esse tratamento.

Em consideração à forma escrita, temos como exemplo um bilhete da irmã para a irmã:

Fulana, peço-lhe que avise nossa mãe do seguinte: Não irei almoçar em casa hoje, pois tenho muitos afazeres, inclusive uma reunião. Por favor, não deixe de avisá-la, pois não quero causar trabalho desnecessário! Obrigada, Cicrana.

Não seria muito mais apropriado se Cicrana escrevesse para Fulana algo do tipo: Mana, avisa a mamãe que não vou almoçar hoje, tenho reunião. Por favor, não esquece, senão ela vai acabar fazendo muita comida! Brigado viu, bjo!

Então, tudo depende da circunstância em que se está inserido! Por isso, é importante levar em consideração o assunto tratado, o meio pelo qual a mensagem será transmitida, o contexto (tempo, espaço) e o nível social e cultural do interlocutor (destinatário).

Sempre considere o padrão coloquial e culto da língua: o primeiro é usado para a comunicação mais informal, com mais liberdade, sem apego às normas gramaticais. Geralmente, é utilizado no trato com amigos e familiares. Já o segundo manifesta-se pelo emprego das estruturas formais da língua, usada em situações em que se exige a formalidade e regras gramaticais.

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Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

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Redação - Brasil Escola

Escritor do artigo
Escrito por: Sabrina Vilarinho Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

VILARINHO, Sabrina. "Linguagem e comunicação"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/linguagem-comunicacao.htm. Acesso em 18 de abril de 2025.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

Muito se fala em adequação vocabular, sobretudo em se tratando dos requisitos de toda e qualquer produção escrita. Mas, afinal, qual o conceito que se atribui a essa recorrente expressão?

Exercício 2

Discorra acerca da noção de certo X errado, tendo em vista as diversas situações de interlocução.

Exercício 3

Tendo em vista as variações linguísticas, registre sua opinião acerca dos exemplos mencionados abaixo:

O Poeta da Roça

Sou fio das mata, canto da mão grossa,

Trabáio na roça, de inverno e de estio.

A minha chupana é tapada de barro,

Só fumo cigarro de paia de mío.

 

Sou poeta das brenha, não faço o papé

De argun menestré, ou errante cantô

Que veve vagando, com sua viola,

Cantando, pachola, à percura de amô.

Não tenho sabença, pois nunca estudei,

Apenas eu sei o meu nome assiná.

Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,

E o fio do pobre não pode estudá.

 

Meu verso rastero, singelo e sem graça,

Não entra na praça, no rico salão,

Meu verso só entra no campo e na roça

Nas pobre paioça, da serra ao sertão.

(...)
                                       Patativa do Assaré

Vício na fala

Para dizerem milho dizem mio

Para melhor dizem mió

Para pior pió

Para telha dizem teia

Para telhado dizem teiado

E vão fazendo telhados.

                                        Oswald de Andrade

Exercício 4

Partindo do pressuposto de que o padrão formal da linguagem rege a linguagem escrita, explicite suas considerações acerca da temática contida em ambas as criações descritas abaixo.

Beija eu

Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu...


Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...


Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...


MarisaMonte

Composição : Marisa Monte / Arnaldo Antunes / Arto Lindsay

Pronominais

Dê-me um cigarro

Diz a gramática

Do professor e do aluno

E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco

Da Nação Brasileira

Dizem todos os dias

Deixa disso camarada

Me dá um cigarro

                         Oswald de Andrade