Notificações
Você não tem notificações no momento.
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Pioneirismo Lusitano

Imagem do infante Dom Henrique participando das atividades marítimas na região de Sagres
Imagem do infante Dom Henrique participando das atividades marítimas na região de Sagres
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

No estudo das grandes navegações, observamos que a recuperação comercial européia – deflagrada a partir dos fins do século XIV – foi de fundamental importância para o estabelecimento dessa transformação histórica. Com o passar dos anos, a elevação demográfica e a ampliação dos mercados consumidores instigaram vários comerciantes a buscarem as riquezas provenientes do mundo oriental. Contudo, o monopólio dos turcos, árabes e italianos freava o desenvolvimento de tal comércio.

Buscando contornar essa situação, diversos homens promoveram uma ruptura com a antiga reclusão medieval e se lançaram ao mar em busca de novas e lucrativas rotas comerciais. Paralelamente, diversos Estados Nacionais tinham o pleno interesse na franca expansão destes empreendimentos, tendo em vista a grande quantidade de impostos que poderiam ser potencialmente arrecadados. É dessa maneira que enxergamos o início das chamadas Grandes Navegações.

Nesse novo cenário, Portugal desempenhou um papel de vanguarda em relação às demais nações européias que, somente algum tempo depois, estavam preparadas para a aventura marítima. Entretanto, para que pudessem “sair na frente”, os lusitanos foram favorecidos por uma série de condições históricas que não eram igualmente observadas no contexto social, político e econômico de outras regiões da Europa. Dessa forma, temos a necessidade de entender como foi possível o chamado pioneirismo lusitano.

Um primeiro fator bastante considerável orbita em torno da situação política de Portugal. No processo de formação das monarquias nacionais, a maioria dos povos europeus demandou vários anos em guerras e conflitos que impediram a consolidação de um governo sólido e centralizado. Contrariando essa tendência, os portugueses formaram seu Estado independente no século XII com a chamada Revolução de Avis, de 1385.

Ao fim desse processo revolucionário, a crescente classe mercantil lusitana foi visivelmente favorecida por uma série de governos interessados na expansão marítimo-comercial. Além disso, a própria burguesia deste país foi capaz de consolidar laços comerciais em vários pontos da Europa ao manter relações econômicas com os povos nórdicos e outros negociadores presentes na Inglaterra, Península Itálica e na região de Flandres.

Como se não bastasse os vários contatos mercantis e o apoio político da própria realeza, Portugal era privilegiado com uma região litorânea que dava acesso aos mares do Norte e Mediterrâneo, e abria portas para todo o Oceano Atlântico. Além disso, no início do século XV, o infante dom Henrique incentivou a reunião de vários cartógrafos, navegadores, estudiosos e construtores. Dessa reunião, efetivou-se na região a chamada Escola de Sagres, que permitiu o desenvolvimento de várias técnicas de navegação.

Dessa forma, podemos avaliar os vários fatores que permitiram a expansão marítima portuguesa. A partir do século XV, iniciaram a conquista de vários pontos do continente africano, colonizaram algumas ilhas atlânticas e, tempos depois, foi uma das primeiras nações a empreenderam a conquista do continente americano.


Por Rainer Sousa
Graduado em História

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Pioneirismo Lusitano"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/pioneirismo-lusitano.htm. Acesso em 02 de novembro de 2024.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

A expansão marítima e comercial empreendida pelos portugueses nos séculos XV e XVI está ligada:

a) aos interesses mercantis voltados para as "especiarias" do Oriente, responsáveis inclusive, pela não exploração do ouro e do marfim africanos encontrados ainda no século XV;

b) à tradição marítima lusitana, direcionada para o "mar Oceano" (Atlântico) em busca de ilhas fabulosas e grandes tesouros;

c) à existência de planos meticulosos traçados pelos sábios da Escola de Sagres, que previam poder alcançar o Oriente navegando para o Ocidente;

d) a diversas casualidades que, aliadas aos conhecimentos geográficos muçulmanos, permitiram avançar sempre para o Sul e assim, atingir as Índias;

e) ao caráter sistemático que assumiu a empresa mercantil, explorando o litoral africano, mas sempre em busca da "passagem" que levaria às Índias.

Exercício 2

Foi fator relevante para o pioneirismo português na expansão marítima e comercial europeia dos séculos XV e XVI:

a) a precoce centralização política, somada à existência de um grupo mercantil interessado na expansão e à presença de técnicos e sábios, inclusive estrangeiros;

b) a posição geográfica de Portugal – na entrada do Mediterrâneo, voltado para o Atlântico e próximo do Norte da África –, sem a qual, todas as demais vantagens seriam nulas;

c) o poder da nobreza portuguesa, inibindo a influência retrógrada da Igreja Católica, que combatia os avanços científicos e tecnológicos como intervenções pecaminosas nos domínios de Deus;

d) a descentralização político-administrativa do Estado português, possibilitando a contribuição de cada setor público e social na organização estratégica da expansão marítima;

e) o interesse do clero português na expansão do cristianismo, que fez da Igreja Católica o principal financiador das conquistas, embora exigisse, em contrapartida, a presença constante da cruz.