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No começo da Idade Contemporânea, a literatura iniciou a sua democratização ao mesmo tempo em que o predomínio artístico e literário que a França exercia na Europa diminuía. Se julgarmos a literatura contemporânea por suas características, podemos distinguir três grandes períodos literários: o período romântico, o período realista e o período simbolista. Abordaremos no momento o período mais conhecido na literatura como o Romantismo.
O período romântico vai desde o final das Guerras Napoleônicas até meados do século XIX. A essência do Romantismo era a exaltação da emoção e do instinto, em oposição ao intelecto. Na Inglaterra, onde o Romantismo se caracterizou pela exacerbada melancolia, temos como principais escritores Percy Bysshe Shelley, George Gordon Byron e Walter Scott. Shelley foi um poeta lírico atormentado e desejoso pela justiça social e amor pessoal. Byron, mais conhecido como Lord Byron, era a própria personificação do homem romântico. Scott reviveu a Idade Média e, através do romance histórico, fez ressurgir velhas lendas medievais.
Nesse contexto surgiram os também escritores Thomas Carlyle e Joseph Rudyard Kipling. Carlyle, conhecido pela sua teoria segundo a qual os heróis são os construtores da história, escreveu Cartas e discursos de Oliver Cromwell e Vida de Frederico II da Prússia. Kipling, nascido em Bombaim na Índia, mas educado na Inglaterra, era um romântico defensor do imperialismo inglês na Índia e escreveu clássicos da literatura infanto-juvenil, que abordaram famosos personagens como Mogli, o Menino-Lobo.
Na Alemanha, o movimento romântico foi desenvolvido por Johann Wolfgang Von Goethe e Johann Christoph Friedrich von Schiller. Schiller, escritor e filósofo, faleceu jovem, mas deixou poesias e peças teatrais e escritas que marcaram a literatura e a filosofia alemã. Schiller e Goethe lideraram a corrente do romantismo alemão, conhecida como Sturm und Drang. Essa corrente procurava libertar a literatura alemã de influências estrangeiras. Goethe, o famoso autor de Fausto e Os sofrimentos do jovem Werther, foi o maior vulto da literatura alemã. Suas obras foram um símbolo de perpétua inquietação, que foi e continua sendo um dos traços mais marcantes do homem moderno.
Na França, onde o romantismo flutuou entre o grotesco e o sublime, de um lado; e a defesa da liberdade, de outro, temos Vitor Hugo, autor de Os miseráveis e O Corcunda de Notre Dame. Na Rússia, o escritor Alexander Sergueievitch Pushkin foi considerado por muitos o fundador da moderna literatura russa; e, em Portugal, Camilo Castelo Branco apareceu com sua primorosa obra Amor de Perdição. No Brasil, Gonçalves Dias se destacou com sua obra Canção do Exílio.
Na Itália apareceram literatas como Alessandro Manzoni, poeta e romancista, autor do famoso romance histórico Os Noivos, obra que continha forte característica nacionalista. Já as peças teatrais de Silvio Pellico, escritor e dramaturgo, continham forte apelo da tragédia clássica, mas, mesmo assim, as características românticas eram trabalhadas na sua obra.
A literatura nos possibilita visualizar uma época específica e, através disso, compreender aspectos do cotidiano de um povo, seus anseios, suas necessidades, sua forma de ver e sentir o mundo.
Por Lilian Aguiar
Graduada em História
Equipe Brasil Escola