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Quando debatemos sobre o processo de desenvolvimento da revolução industrial, costumamos privilegiar a importância das inovações tecnológicas como elemento central desse fato histórico. Sem dúvida, a combinação entre a demanda fabril e o conhecimento aprimorado em laboratórios foi de grande importância para que enxergássemos como foi possível a instalação desse novo ritmo de produção e consumo de mercadorias.
Contudo, a simples concepção de novas máquinas não pode ser suficiente para que tenhamos uma noção mais ampla sobre o processo de produção na era industrial. Devemos também salientar que outras interferências nas formas de trabalho e na política administrativa das indústrias também tiveram grande importância. Nesse sentido, a racionalização das atividades industriais garantiu a ampliação dos lucros e o sucesso comercial de uma empresa.
Por muito tempo, os problemas ocorridos durante o processo de fabricação encareciam o valor final do produto e limitava o potencial produtivo de uma indústria. Concomitantemente, para que um bem fosse fabricado, vários funcionários se reuniam e desempenhavam funções aleatórias que limitavam o aperfeiçoamento técnico de cada trabalhador. Em outras situações, a mão de obra de um operário era desperdiçada no tempo em que esperava pela conclusão da tarefa de outro funcionário.
Tentando solucionar esse problema, o empresário norte-americano Henry Ford estabeleceu um eficiente modelo desenvolvido segundo as necessidades de expansão da indústria automobilística. Para tanto, concebeu a chamada linha de produção. Essa linha era composta por uma esteira rolante que movimentava o produto fabricado. A cada movimento, um operário desempenhava uma pequena parcela da montagem do produto industrial.
Por meio desse modelo, Henry Ford conseguiu diminuir o número de problemas que afetavam a qualidade do produto a ser comercializado. Ao mesmo tempo, empreendeu uma nova dinâmica de produtividade ao conseguir fabricar uma quantidade de automóveis nunca antes observada. O sucesso de sua experiência acabou sendo empregado em outros campos da economia industrial. Consequentemente, a possibilidade lucrativa das indústrias aumentou de forma exorbitante.
Outro importante método de racionalização do trabalho industrial foi concebido graças aos estudos desenvolvidos pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor. Uma de suas preocupações fundamentais era conceber meios para que a capacidade produtiva dos homens e máquinas atingisse seu patamar máximo. Para tanto, ele acreditava que estudos científicos minuciosos deveriam combater os problemas que impediam o incremento da produção.
Utilizando de uma série de experimentações, Taylor provou que o máximo controle sobre o desempenho das máquinas e do trabalho poderia desenvolver uma indústria. As situações empíricas, ou seja, aquelas que não poderiam ser controladas por meio de dados estatísticos e numéricos deveriam ser expressamente tolhidas. O treinamento, a especialização e o controle seriam as ferramentas básicas que concederiam a interferência positiva na produtividade da indústria.
Ao longo do tempo, a popularização desses conceitos fez com que a demanda por mercados consumidores, matéria prima e mão de obra aumentassem. A indústria que melhor conseguiria atingir e reproduzir as concepções instituídas por Ford e Taylor teria oportunidade de conquistar novos mercados e superar os demais concorrentes comerciais. Até a segunda metade do século XX, estes modelos influenciaram o processo de industrialização em várias partes do mundo.
Por Rainer Sousa
Graduado em História