PUBLICIDADE
Os mais antigos registros arqueológicos encontrados de ruínas de cidades remontam à Revolução Neolítca, por volta de 4.000 a 3.000 a.C.. A constituição das cidades na Antiguidade tinha por objetivo ser centro de comércio eou também como fortificações de guerra contra inimigos.
Percebe-se nas cidades do período o início da divisão do trabalho e a utilização de meios de troca, como conchas e pedras semipreciososas, no comércio. As cidades surgiram inicialmente como pequenas aldeias às margens de rios, e com o crescimento populacional e das atividades passaram a constituir cidades mais complexas. Os principais locais de surgimento das cidades foram ao longo dos vales dos rios Tigres e Eufrates, na Mesopotâmia; do Nilo, no Egito; do rio Indo, na Índia; do Yang-Tsé- Kiang e Hoang-HO na China; e do San Juan, na Meso-América.
De maior complexidade de atividades, foi necessário criar Estados para a defesa militar e a construção de grandes obras (de irrigação, templos, canais etc.), em um processo de formação das civilizações - termo relacionado aos povos que vivem em cidades.
No território europeu, a primeira civilização de destaque foi a grega, cujos registros das cidades-Estado remontam aos séculos VIII a VI a.C.. As cidades gregas eram centros comerciais, religiosos, políticos e artísticos, com autonomia organizacional em relação às demais. As cidades gregas mais conhecidas foram Atenas e Esparta, que durante séculos dominaram o comércio no Mar Egeu e em parte do Mediterrâneo, deixando também como importante legado aspectos filosóficos, políticos (democracia), jurídicos, militares e artísticos que até hoje são perceptíveis.
Entretanto, o caso de maior notoriedade de uma cidade da Antiguidade é Roma. Do mito do surgimento da cidade, a partir dos irmãos gêmeos alimentados por uma loba, formou-se o maior império do período, cuja capital era Roma. A partir da República, os romanos expandiram-se por toda a Europa e grande parte da Ásia, dominando econômica, militar e culturalmente por séculos essas regiões.
Curiosamente, é a partir do declínio do Império Romano que se vê a perda de importância das cidades no ocidente europeu. Com as invasões dos povos bárbaros e a destruição que inicialmente acarretaram, os habitantes destes locais se viram forçados a irem para o campo atrás de refúgio e segurança em terras de latifundiários. Da criação de comunidades nestes latifúndios verificou-se a formação dos feudos, que deram o caráter rural ao período medieval.
A ruralização da região teve como consequência a descentralização política e a diminuição drástica do comércio existente. Porém, em outras regiões, algumas cidades mantiveram um papel de relevo. Constantinopla (Bizâncio) era a capital do Império Romano do Oriente e substituiu Roma em importância e desenvolvimento, tornando-se centro comercial e urbano da Europa, convergindo para ela caravanas de diversas regiões. Na América pré-colombiana, podemos destacar as cidades de Cuzco e Machu Picchu, no Peru e a antiga cidade de Tenochititlan, onde hoje se localiza a cidade do México.
No final da Idade Média, com o renascimento comercial e urbano no interior do continente europeu, as cidades voltaram a se desenvolver – agora a partir dos burgos –, como centros comerciais e culturais, além de verem desenvolver o capitalismo industrial.
O caso mais clássico é o inglês, cujas cidades cresceram principalmente após os cercamentos que expulsaram os camponeses de suas terras, obrigando-os a se proletarizar nas nascentes indústrias urbanas. O advento da Revolução Industrial, somado à centralização da administração do Estado, deu impulso à urbanização de vastos espaços territoriais, levando à necessidade de criar políticas de planejamento e urbanização, visando sanar problemas habitacionais, sanitários e de deslocamento, e também como forma do Estado evitar e combater distúrbios sociais decorrentes da vida urbana contemporânea.
O desenvolvimento verificado durante o capitalismo criou metrópoles e megalópoles, sendo as primeiras grandes cidades de importância nacional e regional, e as segundas, espaços de união de metrópoles. No ano 2000 metade da população mundial vivia em cidades, e a ONU projeta para o ano de 2050 a existência de dois terços de população urbana.
Por Tales Pinto
Graduado em História