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Populismo

Vargas, Perón e Rujas: exemplos dos governos populistas estabelecidos no continente americano
Vargas, Perón e Rujas: exemplos dos governos populistas estabelecidos no continente americano
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O populismo foi um tipo de situação política experimentada na América Latina entre as décadas de 1930 e 1960, que teve como grande contexto propulsor a crise de 1929. Nessa época, várias das nações latinas – vistas como portadoras de uma economia periférica – viveram uma fase de desenvolvimento econômico seguido pelo crescimento dos centros urbanos e a rearticulação das forças sociais e políticas. Foi em meio a essas transformações diversas que a prática populista ganhou terreno.

A política populista é marcada pela ascensão de líderes carismáticos que buscam sustentar sua atuação no interior do Estado através do amplo apoio das maiorias. Muitas vezes, abandona o uso de intermediários ideológicos ou partidários para buscar na “defesa dos interesses nacionais” uma alternativa às tendências políticas de sua época, sejam elas tradicionalistas, oligárquicas, liberais ou socialistas. De diferentes formas, propaga a crença em um líder acima de qualquer outro ideal.

No campo de suas ações práticas, a tendência populista prioriza o atendimento das demandas das classes menos favorecidas, colocando tal opção como uma necessidade urgente frente aos “inimigos da nação”. De fato, o populismo permitiu a participação política de grupos sociais que historicamente foram completamente marginalizados das arenas políticas latino-americanas. Contudo, esse tipo de ação das camadas populares junto ao Estado não pode ser confundida com o exercício da democracia plena.

Uma das contradições mais marcantes do populismo consiste em pregar a aproximação ao povo, mas, ao mesmo tempo, estabelecer mecanismo de controle que não permitam o aparecimento de tendências políticas contrárias ao poder vigente. De tal maneira, os governos populistas também são marcados pela desarticulação das oposições políticas e a troca dos “favores ao povo” pelo apoio incondicional ao grande líder responsável pela condução do país.

Além do autoritarismo e do assistencialismo, os governos populistas também tem grande preocupação com o uso dos meios de comunicação como instrumento de divulgação das ações do governo. Por meio da instalação ou do controle desses meios, o populismo utiliza de uma propaganda oficial massiva que procura se disseminar entre os mais distintos grupos sociais através do uso irrestrito de rádios, jornais, revistas e emissoras de televisão.

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A ascensão dos regimes populistas sempre foi vista com certa desconfiança por determinados grupos políticos internos ou estrangeiros. A capacidade de mobilização das massas estabelecidas por tais governos, o apelo aos interesses nacionais e a falta de uma perspectiva política clara poderia colocar em risco os interesses defendidos pelas elites que controlavam a propriedade das terras ou das forças produtivas do setor industrial.

Dessa forma, podemos compreender que o populismo entrou em crise no momento em que não conseguiu mais negociar os interesses – muitas vezes antagônicos – das elites econômicas e das classes trabalhadoras. Quando as tensões políticas e sociais chegaram a tal ponto, podemos ver que grupos nacionais conservadores buscaram apoio político internacional, principalmente dos Estados Unidos, para varrer o populismo por meio da instalação de ditaduras que surgiram entre as décadas de 1950 e 1970.

Na América Latina, os exemplos de experiência populistas podem ser compreendidos na ascensão dos governos de Juan Domingo Perón (1946 – 1955/1973 – 1974), na Argentina; Lázaro Cárdenas (1934 – 1940), no México; Gustavo Rojas Pinilla (1953 – 1957), na Colômbia; e Getúlio Vargas (1930 – 1945/ 1951 – 1954), no Brasil. Apesar de se reportar a uma prática do passado, ainda hoje podemos notar a presença de algumas práticas populistas em governos estabelecidos na América Latina.

Por Rainer Sousa
Mestre em História

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Populismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/populismo-1.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

O populismo marcou um período histórico de alguns países da América Latina, situado entre as décadas de 1930 e 1960. Suas características principais eram: o poder centralizado na figura de um líder que controlava o Estado e o apoio de amplos setores sociais, tanto entre a classe dominante como entre a classe trabalhadora. Em relação aos regimes populistas, indique a alternativa que afirma de forma incorreta um país que viveu o populismo e seu líder:

  1. Brasil – Getúlio Vargas
  2. Argentina – Juan Perón
  3. México – Lázaro Cárdenas
  4. Colômbia – Hugo Chávez

Exercício 2

A definição de populismo defendida por uma série de historiadores e cientistas sociais comporta algumas características específicas na forma de governar. Sobre as características do populismo, indique abaixo se cada uma das alternativas está certa ou errada.

() certo () errado

O populismo entrou em crise no momento em que não conseguiu mais negociar os interesses – muitas vezes antagônicos – das elites econômicas e das classes trabalhadoras.

() certo () errado

Os governos populistas também eram marcados pela desarticulação das oposições políticas e pela troca dos “favores ao povo” pelo apoio incondicional ao grande líder responsável pela condução do país.

() certo () errado

A política populista era marcada pela ascensão de partidos políticos que buscavam sustentar sua atuação no interior do Estado através do amplo apoio das maiorias.

() certo () errado

A tendência populista priorizava o atendimento das demandas das classes menos favorecidas, colocando tal opção como uma necessidade urgente frente aos “inimigos da nação”.

() certo () errado

A ascensão dos regimes populistas sempre foi estimulada por determinados grupos políticos internos ou estrangeiros, que não se importavam com o discurso nacionalista dos líderes.