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A Guerra dos Cabanos ocorreu entre os anos de 1835 e 1840, no Grão-Pará (Pará e Amazonas). Essa província, até a Independência, tinha uma administração diferenciada, pois era vinculada diretamente a Lisboa, portanto não era controlada pelo governo central. A maioria da população do Grão-Pará era composta de mestiços, índios e negros que viviam miseravelmente ao longo das rotas das drogas do sertão, exploradas por uma minoria de brancos abastados. Tanto a situação política quanto a social tornaram essa região muito explosiva.
A guerra teve sua origem através de uma disputa política entre as elites locais acerca da nomeação do presidente da província. A insegurança econômica e social da região fez com que esse embate extrapolasse os limites da elite e envolvesse as camadas populares. Foi dessa maneira que a revolta assumiu caráter social. De um lado, os proprietários de terras, comerciantes portugueses, mercenários e as tropas imperiais enviadas pelo governo central; do outro lado, os pobres, ou seja, os cabanos moradores das toscas cabanas nas beiras dos rios. Daí o nome cabanagem, organização composta por índios, mestiços e negros.
Os principais líderes dos Cabanos foram os liberais exaltados Clemente Malcher e os irmãos Vinagre e Eduardo Angelim. Em janeiro de 1835, os revoltosos tomaram Belém e mataram o presidente da província, Lobo de Souza. As forças populares conseguiram assumir o poder na província e organizar um governo que se manteve por dez meses. Feijó enviou tropas militares para a região e mesmo assim só com muito esforço e o uso de severa violência conseguiu sufocar a revolta em 1840, custando cerca de quarenta mil vidas.
Por Lílian Aguiar
Graduada em História