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A Declaração do Milênio, elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU), surgiu após o encontro de líderes de 189 países, em setembro de 2002, com o objetivo de discutir ações para promover a melhoria no padrão de vida da população mundial. Através desse encontro, foi definido um conjunto de oito metas a serem atingidas até 2015, ficando conhecidas como Metas de Desenvolvimento do Milênio.
1 – Erradicar a extrema pobreza e a fome.
Essa meta visa a reduzir pela metade o número de pessoas extremamente pobres, ou seja, aquelas que vivem com menos de 1,25 dólar por dia. Em 1990, o percentual de indivíduos que viviam com menos de 1,25 dólar por dia era de 41,7%. Em 2005, esse índice caiu para 25,2%. No entanto, ele ocorre de maneira desigual, pois a China conseguiu dados mais satisfatórios. Por outro lado, os países da África Subsaariana obtiveram redução de apenas 6,5%.
2 – Garantir o ensino básico fundamental a todos.
A UNESCO elabora anualmente o Relatório Global de Educação para Todos. Conforme o relatório de 2009, a educação fundamental apresentou avanços em todas as regiões do mundo. Dados indicam que as matrículas no ensino básico eram de 80% em 1991, e, em 2005, aumentaram para 88%. Porém, aproximadamente 100 milhões de crianças em idade escolar não estão matriculadas.
3 – Promover a igualdade de gênero e a autonomia das mulheres.
Mais de dois terços dos países já conseguiram por volta de 98% de paridade entre os sexos, referentes às crianças e adolescentes matriculados no ensino escolar. No âmbito profissional, porém, em alguns países da África, somente um em cada cinco trabalhadores é do sexo feminino.
4 – Reduzir a mortalidade infantil.
Esse assunto tem apresentado resultados positivos na maioria dos países da América Latina, Ásia e Europa Oriental. No entanto, na África Subsaariana essa meta está longe de ser atingida, visto que em alguns países esse indicador tem se agravado.
5 – Melhorar a saúde materna.
Conforme dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), atualmente 500 mil mulheres morrem anualmente por complicações na gravidez ou no parto. Esse dado é mais alarmante na África Subsaariana, em que uma em cada 16 mulheres morre durante o parto. Nos países latino-americanos, asiáticos, e do leste europeu, os índices de mortalidade materna têm apresentado melhoras significativas.
6 – Combater a AIDS, a malária e outras doenças.
A ONU afirma que falta um sistema eficiente para se medir a incidência de AIDS, malária e outras doenças infecciosas. Estima-se que, diariamente, cerca de 6,8 mil pessoas são infectadas pelo vírus HIV e que 5,7 morrem em consequência da AIDS. A África Subsaariana é a região do planeta que apresenta a maior quantidade de pessoas com o vírus HIV.
7 – Assegurar a sustentabilidade ambiental.
Esse indicador é medido através da emissão de dióxido de carbono (CO2), áreas protegidas e de acesso à água e saneamento ambiental. Atualmente, as áreas terrestres e marinhas protegidas somam mais de 20 milhões de quilômetros quadrados.
Segundo dados do Atlas de Desenvolvimento do Milênio, em 2006, cerca de 880 milhões de pessoas ainda não possuíam acesso à água potável e 2,5 bilhões não eram beneficiadas pelos serviços de saneamento básico. Porém, a meta de reduzir à metade o número de pessoas sem acesso à água potável deve ser cumprida.
8 – Promover uma parceria mundial para o desenvolvimento.
Um dos grandes empecilhos para o desenvolvimento econômico dos países pobres são as dívidas financeiras para os países ricos. Um pequeno avanço nesse processo acontece através da Parceria Mundial para o Desenvolvimento, ação de fundamental importância para se atingir as demais metas.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola