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Guiné-Bissau

Guiné-Bissau é um país situado na África Ocidental. Com dois milhões de habitantes, a Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do continente africano.

Bandeira de Guiné-Bissau.
Bandeira de Guiné-Bissau.
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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Guiné-Bissau, oficialmente República da Guiné-Bissau, é um país africano localizado na região oeste do continente, tendo como capital a cidade de Bissau. Banhado pelo oceano Atlântico, o território guineense se estende por 36.125 km² entre sua parcela continental e diversas ilhas espalhadas ao longo da costa, dispondo de clima tropical e relevo moderado composto por planícies.

A Guiné-Bissau tem dois milhões de habitantes aproximadamente, e figura entre os países mais pobres da África. Considerada uma nação subdesenvolvida, a economia guineense depende do desenvolvimento da atividade agropecuária.

Leia também: Guiné ou Guiné-Conacri — país africano vizinho a Guiné-Bissau

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Guiné-Bissau

  • Guiné-Bissau é um país africano situado no oeste do continente.

  • Sua capital é a cidade de Bissau.

  • Localiza-se no litoral atlântico, em uma área de baixa latitude, dispondo de clima tropical típico e relevo formado por planícies.

  • Florestas e mangues são os dois tipos de vegetação predominantes em Guiné-Bissau, além de apresentar uma densa rede de rios, que banham suas terras continentais e insulares.

  • Com 2.016.000 habitantes, Guiné-Bissau é um dos países menos populosos da África.

  • A capital do país, Bissau, concentra quase um terço da sua população. Ainda assim, trata-se de um território pouco urbanizado.

  • É um dos países mais pobres do continente africano, com PIB de 2,5 bilhões de dólares e economia baseada na produção agrícola.

  • O país apresenta elevado deficit infraestrutural, principalmente no abastecimento elétrico da população e no acesso a redes de saneamento básico.

  • Antiga colônia portuguesa, declarou a sua independência em 24 de setembro de 1973.

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Dados gerais de Guiné-Bissau

  • Nome oficial: República da Guiné-Bissau

  • Gentílico: guineense, bissau-guineense.

  • Extensão territorial: 36.125 km²

  • Localização: África Ocidental

  • Capital: Bissau

  • Clima: tropical

  • Governo: república semipresidencialista

  • Divisão administrativa: nove regiões

  • Idioma: português (oficial), crioulo baseado no português.

  • Religiões: islâmica, religiões populares locais, religiões cristãs.

  • População: 2.016.000 habitantes

  • Densidade demográfica: 71,7 hab/km²

  • Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,483

  • Moeda: Franco CFA ocidental

  • Produto Interno Bruto (PIB): US$ 2,5 bilhões

  • PIB per capita: US$ 1090

  • Gini: 0,348

  • Fuso horário: Horário do Meridiano de Greenwich (GMT)

  • Relações exteriores:

    • ONU;

    • Banco Mundial;

    • OMC;

    • FMI;

    • União Africana.

Mapa de Guiné-Bissau

Mapa de Guiné-Bissau.

Geografia de Guiné-Bissau

Guiné-Bissau é um país africano localizado na costa oeste do continente, entre Senegal e Guiné. Banhado pelo oceano Atlântico, o território guineense se estende por 36.125 km² em terras continentais e em diversas ilhas situadas ao longo da costa. Sua capital é a cidade de Bissau.

  • Clima de Guiné-Bissau

Situada em uma área de baixa latitude e influenciada pela posição da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), a Guiné-Bissau apresenta clima tropical úmido, com uma estação quente e chuvosa e outra estação seca. As temperaturas máximas no país chegam a 35 ºC, aproximadamente, enquanto o volume anual de chuvas varia entre 1500-3000 mm, a depender da região.

  • Relevo de Guiné-Bissau

O relevo guineense é formado predominantemente por planícies e pela planície costeira, tendo a água do mar como um dos principais agentes modeladores da paisagem. No geral, trata-se de terrenos rebaixados ou suavemente ondulados, com altitude média de 70 metros.

Paisagem natural na ilha de Uno, em Guiné-Bissau.
Paisagem natural na ilha de Uno, em Guiné-Bissau.
  • Vegetação de Guiné-Bissau

A vegetação de Guiné-Bissau se divide entre as florestas presentes no interior do país, recobrindo área de aproximadamente 55% do total, e os manguezais e pântanos encontrados no litoral e nas ilhas que compõem o território guineense.

  • Hidrografia de Guiné-Bissau

Guiné-Bissau apresenta uma rede hidrográfica densa e complexa, formada por inúmeros cursos d’água, que banham tanto sua porção continental quanto as suas ilhas. Dentre os principais, destacam-se os rios Cachew, Corubal, Geba, Buba e Grande. Por toda a sua faixa litorânea, é possível identificar, também, a presença de planícies permanentemente alagadas e áreas pantanosas.

Veja também: Madagascar — um país ou uma ilha?

Demografia de Guiné-Bissau

Guiné-Bissau tem uma população de 2.016.000 habitantes, o que corresponde a aproximadamente 0,14% da população da África. Nesse sentido, figura na 10ª colocação entre os países menos populosos do continente. A distribuição populacional pelo território guineense é desigual, havendo alta concentração de pessoas na capital e nos seus arredores.

Somente na cidade de Bissau vivem 578.800 habitantes, 28% da população nacional. Ainda que a capital abrigue quase um terço dos guineenses, não se pode dizer que o país é urbanizado, já que somente 45,5% de sua população vivem na zona urbana.

 População na Praça dos Heróis Nacionais, em Guiné-Bissau.
Bissau, a capital guineense, concentra quase um terço da população do país.[1]

Seguindo um padrão observado em países subdesenvolvidos, a população de Guiné-Bissau cresce a uma taxa de 2,18% ao ano, e fica entre as 20 que mais crescem em todo o mundo. O aumento populacional do país é sustentado pelo grande número de nascimentos e baixo número de mortes, mesmo que a emigração seja elevada.

Atualmente, por conta das tendências demográficas identificadas e da qualidade de vida do país, Guiné-Bissau tem uma população jovem, com idade mediana de 18 anos e expectativa de vida de 64,5 anos, uma das mais baixas do mundo.

Economia de Guiné-Bissau

Crianças segurando cajus em Guiné-Bissau.
A agricultura é a principal fonte de renda das famílias guineenses. O país é um dos maiores exportadores de caju do mundo.[2]

Guiné-Bissau é o quarto país mais pobre do continente africano de acordo com seu Produto Interno Bruto (PIB). Segundo dados do FMI para 2024, o PIB guineense é de 2,5 bilhões de dólares. No entanto, diferentemente da renda nacional, o valor per capita não figura entre os mais baixos da África, o que se deve principalmente ao baixo contingente populacional comparado a outros territórios. Por conta de seus aspectos econômicos, portanto, em conjunto com o IDH, a Guiné-Bissau é classificada como um país subdesenvolvido.

A economia guineense tem como base o setor primário, com destaque para a atividade agropecuária, que responde por metade do PIB nacional. Entre os itens produzidos no país, estão: amendoim, dendê, mandioca, arroz, caju, coco e vegetais diversos. A indústria de Guiné-Bissau é incipiente, e sua produção corresponde a apenas 13,1% do PIB. O foco do setor secundário do país é o processamento de alimentos e a produção de bebidas.

  • Turismo em Guiné-Bissau

Ainda que a Guiné-Bissau seja um território litorâneo e repleto de belas paisagens naturais, além da sua vasta riqueza cultural, o turismo é uma atividade pouco desenvolvida no país. Recentemente a receita gerada com o setor foi de 2,9 milhões de dólares, o que representa apenas 0,11% do PIB guineense.

Infraestrutura de Guiné-Bissau

Guiné-Bissau é um país subdesenvolvido que apresenta elevado percentual de pobreza. Sabe-se que 47,7% da sua população vivem abaixo da linha de pobreza e em situação de vulnerabilidade social. A falta de acesso à infraestrutura é um dos fatores que contribui para o baixo desenvolvimento do país e para a fragilidade de sua população.

A maioria da população rural (92,4%) do país não tem acesso a redes de saneamento básico, principalmente esgoto. Embora a água potável chegue a uma parcela significativa da população guineense, nem sempre essas fontes são melhoradas e protegidas de agentes poluentes externos. A energia elétrica, por sua vez, chega a apenas 35% dos guineenses, sendo a parcela maior nos centros urbanos (60,5%) do que no meio rural (15,8%).

Mulheres tirando água de um poço em Guiné-Bissau.
A falta de acesso ao saneamento básico atinge a maior parte da população da Guiné-Bissau.[3]

Governo de Guiné-Bissau

Guiné-Bissau é uma república semipresidencialista. O presidente da república desempenha a função de chefe de Estado, e é eleito por meio do voto popular para um mandato de cinco anos, enquanto o chefe de governo fica sendo o primeiro-ministro, nomeado pelo presidente.

O Parlamento guineense é composto por 102 membros, dos quais 100 são eleitos diretamente. Sabe-se, entretanto, que a situação em Guiné-Bissau é bastante complexa e caracterizada por sucessivas crises políticas que resultaram em golpes de Estado.

Etimologia de Guiné-Bissau

O país recebeu o nome de Guiné-Bissau inicialmente por se localizar no golfo da Guiné e na região homônima no oeste do continente africano. Bissau é a denominação de sua principal cidade, também capital nacional, e se originou de um clã que vivia naquela área.

Cultura de Guiné-Bissau

Guiné-Bissau é rica culturalmente, o que se deve à grande diversidade étnica da qual é formada a sua população. Cada um dos seus grupos étnicos apresenta suas próprias manifestações culturais, expressões religiosas e modos de vida, além de uma organização social e hierárquica que lhe é característica. O grupo balanta e o fulani são os maiores deles, sendo formados, cada um, por aproximadamente 30% dos habitantes do território guineense. Ao todo, ambos representam mais da metade da população da Guiné-Bissau.

Outros grupos étnicos presentes na Guiné-Bissau são os manjacos, os mandingas e os papeis, que representam, respectivamente, 14%, 13% e 7% da população daquele país. A diversidade étnica do país é refletida em sua diversidade linguística. Embora o português seja o idioma oficial da Guiné-Bissau, o crioulo baseado na língua lusitana, a língua fula (fulani), o balanta e o mandingo são alguns dos idiomas mais escutados no território guineense.

Saiba mais: Angola — outra nação africana que fala português

História de Guiné-Bissau

A ocupação efetiva das terras no oeste da África, na região onde se encontra Guiné-Bissau, começou a milhares de anos atrás. No entanto, registros de grupos que ali se instalaram datam de um período muito mais recente, quando importantes reinos se formaram na região. Estamos tratando, aqui, do Império do Mali (1235-1610) e do Reino de Kaabu (1537-1867), aos quais o território guineense esteve integrado parcial ou integralmente. No entanto, tudo começou a se alterar no século XVI, quando os portugueses instalaram um entreposto comercial na costa da Guiné-Bissau.

Portugal, nesse período, se restringiu a ocupar a faixa costeira. Nela desenvolvia o sequestro e tráfico de pessoas para serem escravizadas no continente americano, e por isso permaneceu por muito tempo apenas como um agente alheio ao ordenamento político e espacial do país. Com a gradual queda dos reinos mencionados, entretanto, Portugal tomou conta da Guiné-Bissau e a transformou em uma de suas colônias no continente africano.

Inúmeras disputas territoriais foram travadas no território guineense, especialmente entre Portugal e França pela garantia do domínio da região. Após a Segunda Guerra Mundial, que se estendeu de 1939 a 1945, muitos movimentos nacionalistas surgiram no continente africano, os quais demandavam a independência territorial. A Guiné-Bissau, em conjunto com Cabo Verde, contou com o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) na sua luta pela independência, que se prolongou da década de 1950 até meados dos anos 1970.

Guiné-Bissau declarou a sua independência de Portugal no dia 20 de setembro de 1973, adquirindo-a completamente em 10 de setembro do ano seguinte. A história recente do país, notadamente após a década de 1980, é marcada por intensas disputas políticas e golpes de Estado que tornaram Guiné-Bissau um território ainda mais vulnerável socioeconomicamente. A última tentativa de golpe aconteceu no ano de 2022, embora não tenha sido bem-sucedida.

Curiosidades sobre Guiné-Bissau

  • É um dos maiores exportadores de caju do mundo. A fruta, aliás, representa uma fonte de renda para a maioria da população rural guineense.

  • A colina de Dongol Rondè abriga o ponto mais alto do país, a 270 metros de altitude.

  • A costa guineense é composta por 88 ilhas, maioria das quais faz parte do arquipélago de Bijagós.

  • As ilhas de Guiné-Bissau, mais precisamente suas respectivas populações, são comandadas por mulheres por meio de um sistema matriarcal.

Créditos das imagens

[1]TLF Images/ Shutterstock

[2]Anton_Ivanov/ Shutterstock

[3]rui vale sousa/ Shutterstock

Fontes

CIA. Countries: Guinea-Bissau. The World Factbook. Disponível em: https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/guinea-bissau/.

IMF. Datasets: Guinea-Bissau. Disponível em: https://www.imf.org/external/datamapper/profile/GNB.

UNDP. Human Development Reports: HDR 2020. Disponível em: http://hdr.undp.org/en/content/latest-human-development-index-ranking.

UNITED NATIONS. Data: Guinea-Bissau. Disponível em: https://data.un.org/en/iso/gw.html.

WORLD BANK. Data: Guinea-Bissau. Disponível em: https://data.worldbank.org/country/guinea-bissau?view=chart

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Guiné-Bissau"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/guinebissau.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante


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