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A Guerra Ultramar ficou mais conhecida como o conflito pró-independência entre as colônias portuguesas Angola, Guiné-Bissau e Moçambique e a metrópole Portugal. Após a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945, as colônias passaram a reivindicar a independência política e econômica dos seus países.
A partir da década de 1960, tiveram início vários movimentos a favor da independência das colônias portuguesas africanas. Criaram-se em Angola três grupos armados que lutariam para libertar o país da exploração colonial. Cada grupo mantinha diferentes posições políticas entre eles, porém todos tinham em comum a luta pela independência de Angola e as divergências quanto a qual dos três grupos iria assumir o poder.
O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) constituiu um desses grupos. A proposta política do grupo era de orientação marxista e a luta armada era o único meio para abolir os laços coloniais de Angola. O segundo grupo era a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita): liderada por Jonas Savimbi, o grupo tinha uma proposta política anticomunista. Em 1972, surgiu o terceiro grupo chamado de Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA): com Holden Roberto como principal líder, este grupo tinha o apoio financeiro dos EUA.
No ano de 1965, Guiné-Bissau também iniciou o processo de luta contra a política colonial portuguesa. Surgiu então o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), liderado por Amílcar Cabral. Em Moçambique, no ano de 1962, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) iniciou a luta pela independência do país.
Os movimentos de independência das colônias portuguesas africanas ganharam força a partir do fim da ditadura Salazarista em Portugal (1932-1968), que mantinha uma forte política colonial. Com a Revolução dos Cravos (derrubada da ditadura Salazarista), a política colonial portuguesa tomou outros rumos e Guiné-Bissau conquistou sua independência em 1974. Moçambique se tornou independente em 1975.
As disputas políticas entre os três diferentes movimentos para a libertação colonial de Angola acabaram ocasionando uma guerra civil no país. Portugal, em 1974, sob novo governo, concedeu a descolonização de Angola, fato ocorrido somente em 1975. O antigo império colonial português estava perto do fim.
Por Leandro Carvalho
Mestre em História