PUBLICIDADE
De acordo com Corrêa e Ribeiro (2004), o planejamento e a avaliação em Educação a Distância - EAD surge numa nova perspectiva, onde o espaço e o tempo caracterizam-se por necessidades de reflexões e redirecionamentos de todo processo, assumindo caráter de redemocratização do ensino.
Ainda segundo as autoras, o planejamento enquanto articulador das ações no processo ensino-aprendizagem surge junto à avaliação, a qual problematizará as ações desenvolvidas pelos sujeitos envolvidos em todo processo, logo alguns elementos são necessários para construção de um fazer educação via modalidade à distância, tais como: a interação do sujeito com o conhecimento, a importância da proposta pedagógica, o acesso, os canais de interação, o tipo de inovação, os custos, o processo de avaliação e o processo ensino-aprendizagem.
Levamos em consideração na presente discussão, os elementos citados acima a partir da formação de um sujeito, enquanto eixo do processo, ou seja, a interação do sujeito com o conhecimento se dá a partir de uma proposta pedagógica contextualizada, a qual norteará nossa ação de planejar programas em EAD.
Na proposta pedagógica, interessante definirmos os referenciais de nossa ação para intervenções significativas ao público alvo, ou seja, levando em consideração a realidade dos sujeitos envolvidos, devemos ser flexíveis redefinindo nosso marco referencial (ideal), para em seguida diagnosticarmos (real) o contexto do grupo, o qual orientará a elaboração do planejamento de um programa de educação a distância de forma integrada.
O acesso aos meios disponibilizados no espaço de educação a distância deve ter como princípio à atuação efetiva do sujeito envolvido no processo de ensino-aprendizagem considerando os recursos tecnológicos utilizados como meio de formação para a construção do conhecimento de um sujeito social, comprometido com o processo, ou seja, protagonista de sua própria caminhada em busca da aprendizagem, dando significado ao conhecimento construído.
De acordo com Belloni (2001, p. 53)
‘Qualquer que seja a definição que utilizemos (e existem), um elemento essencial deve estar presente nesta análise das relações entre tecnologia e educação: a convicção de que o uso de uma “tecnologia” (no sentido de um artefato técnico), em situação de ensino e aprendizagem, deve estar acompanhado de uma reflexão sobre a “tecnologia” (no sentido do conhecimento embutido no artefato e em seu contexto de produção e utilização)’.
Os canais de interação, meios contextualizados, nortearão a aprendizagem, problematizando o conhecimento, ou melhor, o sujeito encontrará significado a partir da autonomia que será construída ao longo do processo.
Segundo Netto (2006, p. 67)
“É preciso que o professor entenda o que é educação a distância, indo além do nome, do conceito e percebendo a essência do trabalho mediado por tecnologias. É necessário que tenha claro que por trás do monitor e do teclado existe um ser humano e que existe a possibilidade de mudança de percepção de mundo e ampliação de horizontes”.
A inovação é um fator relevante na elaboração de um programa em EAD, portanto os custos são consideráveis na implementação de um planejamento para educação a distância, em que os recursos tecnológicos e os materiais didáticos surgem como mediadores da interação necessária para construção de uma comunidade de aprendizagem.
O processo de avaliação deve ter como princípio um aspecto somativo, o qual deve considerar desde a elaboração/execução/controle de todo o processo a participação ativa de todos envolvidos e estruturação de um programa de EAD. A concepção de avaliação norteará seu processo, no que se refere à tomada de decisões a partir das dimensões apresentadas no planejamento.
Portanto, devemos considerar os elementos anunciados de forma adequada no decorrer do processo de ensino-aprendizagem a distância, a partir de um planejamento consistente, como forma de fazer educação comprometida, os quais concebam ao sujeito significado e autonomia na construção do conhecimento.
Referências Bibliográficas
[1] BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. 2. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2001.
[2] CORRÊA, J.; RIBEIRO, V. M. B. Competências, planejamento e avaliação. In: SENAC. Rio de Janeiro: SENAC. Versão 3.0. 2004.
[3] NETTO, Carla. Interatividade em ambientes virtuais de aprendizagem. In: FARIA, Elaine Turk. Educação presencial e virtual: espaços complementares essenciais na escola e na empresa. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006.
Por Rodiney Marcelo Braga dos Santos
Colunista Brasil Escola
Licenciado em Matemática (UECE). Especialista em Educação a Distância (SENAC). Especialista em Engenharia de Sistemas (ESAB). Especialista em Gestão Escolar (UECE). Técnico em Microinformática (CEPEP). Docente na área Ciências Naturais Matemática e Suas Tecnologias.