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A balantidiose é uma protozoose, ou seja, uma doença transmissível causada por protozoários. O responsável por tal moléstia é chamado Balantidium coli, um protozoário ciliado com alto grau de complexidade. É comum encontrar este parasita em ambientes onde há criação de animais, principalmente suínos.
O Balantidium coli se instala no intestino grosso onde sofre desencistamento e liberação dos trofozoítos – forma infectante do parasita. É geralmente comensal da luz do intestino de suínos, obtendo sua nutrição por absorção de matéria orgânica dissolvida e se reproduzindo de modo sexuado ou assexuado. Além disso, pode ainda invadir a mucosa intestinal, caso esteja lesada.
Trofozoíto do Balantidium coli
Com o desenvolvimento e multiplicação destes protozoários no hospedeiro, novos cistos são liberados ao meio ambiente através das suas fezes contaminadas. Os cistos são considerados como uma resistência às adversidades do meio. E caso o homem possua carências nutricionais, ausência de condições sanitárias adequadas ou falta de higiene com sua alimentação e principalmente com as mãos, facilmente contamina-se o solo, a água, e consequentemente, outros homens e também animais; em especial os porcos, por serem os hospedeiros naturais do Balantidium. Outros animais também podem ser atingidos, como os macacos, chimpanzés, cães, ratos e cobaias.
A pessoa que possui balantidiose pode ser assintomática (ausência de sintomas) ou sintomática, com surtos de diarreia. Em aproximadamente 50% dos casos, as pessoas são assintomáticas. Já nas sintomáticas, a infecção se manifesta através de febre, diarreia, náuseas, vômito, anorexia, fraqueza, disenteria evoluindo até para desidratação e hemorragias intestinais.
O homem que ingere cistos presentes no ambiente por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados sofre então uma infecção chamada colite, além de cólicas intestinais, tenesmos (sensação dolorosa e desejo contínuo de urinar ou evacuar, embora sem êxito) e diarreia.
A profilaxia inclui cuidados de higiene corporal, cuidado e cozimento no preparo dos alimentos, fervura da água, saneamento básico, engenharia sanitária para impedir que fezes entrem em contato com o sistema de abastecimento de água, tratamento dos doentes, além dos cuidados de higiene para trabalhadores em ambiente rural que têm constante contato com suínos, possíveis reservatórios do parasita.
O diagnóstico clínico é feito através da avaliação dos sintomas, enquanto o diagnóstico laboratorial ocorre por exames de fezes pelos métodos usuais ou, quando necessário, fazer cultura de fezes para verificar as formas. O tratamento envolve a adoção de dieta láctea por alguns dias ou em alguns casos o uso de medicamentos recomendados pelo médico.
O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE:
A automedicação pode ter efeitos indesejados e imprevistos, pois o remédio errado não só não cura como pode piorar a saúde.
Por Giorgia Lay-Ang
Graduada em Biologia
Equipe Brasil Escola