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Em casos de diabetes mellitus ou jejum prolongado, nosso organismo busca outras formas de compensar a indisponibilidade de glicose como fonte de energia – já que, no caso da diabete, a ausência da insulina impede o uso da glicose disponível e, no caso de jejum prolongado, a própria glicose está ausente ou em baixas concentrações.
A glicose é a fonte primeira de energia para as nossas células, principalmente para as de nosso cérebro e músculos. Entretanto, no caso de diabetes e jejum prolongado, o organismo identifica a falta de suprimentos e busca outras formas de obter energia. Assim, para obter glicose, utiliza moléculas de oxaloacetato para entrar na via da neoglicogênese a fim de disponibilizá-la.
Há, também, a quebra de ácidos graxos para obtenção de energia. Nesse processo, há a liberação da acetil coenzima A. Como esta última só consegue entrar no Ciclo de Krebs se unindo ao oxaloacetato, é degradada a corpos cetônicos: acetoacetato, beta-hidroxibutirato e acetona. Esses componentes podem suprir a falta de fontes de energia em casos de escassez de glicose, priorizando-as para o cérebro e sangue. Entretanto, na falta de glicose, os corpos cetônicos também podem suprir o déficit energético das células nervosas e sanguíneas (75% das necessidades energéticas do cérebro são atendidas pelo acetoacetato, nestes casos).
O fígado é o principal órgão que produz tais substâncias. Estas vão de suas mitocôndrias para o sangue, que as transporta. A produção excessiva destes compostos é denominada cetose, podendo causar acidez sanguínea – cetoacidose – a longo prazo. A acetona, dificilmente oxidada e volátil é eliminada pela urina (cetonúria) e expelida pela boca, conferindo um odor característico, bastante similar ao de frutas envelhecidas, denominado hálito cetônico.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia