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Jack Kevorkian, conhecido popularmente como “Dr. Morte”, nasceu em 26 de maio de 1928, em Detroit, Estados Unidos.
Ele concluiu seus estudos em 1952, tornando-se médico patologista; seguindo tal ofício até o fim da década de 1970, quando também teve a oportunidade de trabalhar como chefe dessa área, no Hospital Geral de Saratoga, nesta mesma cidade.
Desde a sua residência, esse médico já indicava algumas ideias diferenciadas no que diz respeito à morte. Ele, por exemplo, sugeria a reutilização de órgãos e tecidos de pacientes já falecidos em pessoas com problemas de saúde específicos, causando uma reação negativa da parte de seus colegas e superiores. Além disso, dizem algumas fontes que ele buscou permissão das autoridades para fazer experimentos com pessoas condenadas à pena de morte, sem sucesso.
Foi, no entanto, na década de 80 que Jack passou a ter significativa notoriedade; ajudando – em sua concepção – doentes terminais a encerrarem sua dor, por meio do suicídio assistido. Tal procedimento consiste em auxiliar outra pessoa, consciente, a alcançar o óbito, de forma indolor, e por conta própria. Assim, é diferente da eutanásia, já que esta é praticada pelo médico ou por outro indivíduo que não seja a pessoa em questão, uma vez que o doente geralmente se apresenta inconsciente, não sendo capaz de, naquele momento, manifestar-se favorável ou não ao procedimento.
Desde então, Kevorkian passou a lutar pelo direito dessa prática. Em 1988, construiu a "máquina de clemência", que permitia com que tal fato fosse consumado ao acionar um botão, liberando fármacos no organismo do paciente. Ao perder sua licença médica, em 1991, ele passou a utilizar o monóxido de carbono como instrumento para propiciar a morte de tais pessoas.
Por mais de três vezes, Dr. Morte foi julgado por praticar e defender tais atos, não resultando em consequências significativas. No entanto, em 1998, foi acusado por homicídio, por provocar diretamente a morte de um paciente, Thomas Youk, incapaz, fisicamente, de ministrar os fármacos letais por conta própria (na bioética, tal procedimento é denominado eutanásia ativa); e, ainda, filmar e permitir a projeção de tal vídeo na tevê. Assim, foi condenado a 25 anos de prisão, com direito à liberdade condicional a partir de 2007. Neste ano, como condição de conquistar tal direito, teve que se comprometer a não auxiliar em mais suicídios.
Na madrugada de três de junho de 2011, Jack Kevorkian veio a óbito, no William Beaumnt, hospital da sua cidade natal; em consequência do alojamento de um coágulo em seu coração. Ele estava internado ali há cerca de um mês, em decorrência, principalmente, de problemas renais e complicações do diabetes.
As opiniões se dividem. Por um lado, alguns acreditam que Jack Kevorkian se trata de um criminoso. Por outro, é considerado uma pessoa sensível à situação de pessoas que se encontravam em condições extremas – ideia reforçada pelo fato de ele nunca haver cobrado por tal assistência. De qualquer forma, suas atitudes nos convidam a refletir sobre questões que desafiam a medicina, a bioética, as leis, as religiões, a filosofia, a ciência, e a sociedade como um todo; uma vez que envolvem questões de grande sofrimento físico e psíquico, fatores econômicos, dentre outros aspectos de grande relevância.
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