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Rosane Kaingang

Rosane Kaingang foi uma importante ativista que lutou em defesa dos direitos dos povos indígenas no Brasil, atuando em diferentes órgãos, como a Funai.

Representação artística de Rosane Kaingang.
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Rosane Kaingang foi um ativista que atuou no movimento indígena e lutou pelos direitos dos povos indígenas, defendendo a demarcação das terras desses povos e o seu direito a educação e saúde de qualidade e denunciando as violações aos seus direitos humanos no Brasil.

Ela pertencia ao povo Kaingang, possuindo Kokoj como nome indígena. Ao longo de sua trajetória, participou de diferentes órgãos, incluindo a Fundação Nacional do Índio (Funai). Faleceu em 2016, vítima de um câncer.

Leia também: Greta Thunberg — jovem ativista que luta pela conscientização a respeito das mudanças climáticas

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Rosane Kaingang

  • Rosane Kaingang foi uma importante ativista que lutou em defesa dos direitos dos povos indígenas no Brasil.

  • Era originária do povo Kaingang, muito presente na Região Sul do Brasil.

  • Iniciou sua militância em 1992, quando participou do ECO-92, um evento ambiental organizado pela ONU.

  • Defendeu o envolvimento das mulheres indígenas com o movimento indígena e auxiliou na fundação do Conselho Nacional das Mulheres Indígenas.

  • Faleceu em 2016, aos 54 anos, por conta de um câncer.

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Quem foi Rosane Kaingang?

Rosane Mattos Kaingang foi uma ativista indígena que ganhou notoriedade na luta pelos direitos dos indígenas no Brasil. Durante mais de duas décadas, ela atuou na linha de frente pela defesa dos povos originários e se relacionou com diferentes organizações envolvidas com essa causa.

Além de lutar pelos indígenas em defesa dos direitos conquistados, como a demarcação de terras, ela também combateu as violações que esses povos sofrem. Assim, sua presença foi importante na defesa das mulheres indígenas, pois Rosane Kaingang contribuiu para fortalecer a presença feminina nos movimentos que defendem seus direitos.

A militância política de Rosane se iniciou na ECO-92, uma conferência ambiental que foi organizada pela ONU, no Rio de Janeiro, em 1992. Com seu engajamento no movimento indígena, Rosane foi convidada a participar do Primeiro Encontro Nacional das Mulheres Indígenas. Nesse evento, ela participou da fundação do Conami, o Conselho Nacional das Mulheres Indígenas.

Rosane Kaingang também teve envolvimento direto na fundação de outro órgão que luta pelos direitos dos povos indígenas: a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Ela também atuou na Arpinsul, a Articulação dos Povos Indígenas na Região Sul, se vinculando a esse órgão em 2008 e aderindo à Apib no ano seguinte.

Além disso, Rosane fez parte da Fundação Nacional do Índio, a Funai, órgão responsável pela defesa dos povos indígenas no Brasil. Ela ingressou na instituição em 2001 e chegou a alcançar uma posição de chefia, sendo a primeira mulher a ocupar tal posição. Ela assumiu a chefia da coordenação-geral de promoção ao etnodesenvolvimento, permanecendo nessa função de 2005 a 2007.

A ativista, portanto, incentivava mulheres indígenas a se engajarem no movimento indígena, lutava pela demarcação das terras indígenas (um direito assegurado pela Constituição Federal), exigia o direito dos povos indígenas de acesso a educação e serviços de atendimento de saúde de qualidade e lutava por justiça contra as violências que os povos indígenas sofrem no Brasil.

A respeito dos povos indígenas, Rosane Kaingang afirmava que|1|:

Cada povo tem sua forma de olhar, sua cosmovisão, sua forma de ver e viver, sua forma do uso da terra, sua forma de pintura, a cultura tradicional, então nós somos diferentes, somos povos diferentes uns dos outros. Mas o que nos une é a luta pela terra, pelo território […].

Em entrevista dada em 2015, ela declarou que os direitos indígenas no Brasil passavam por um grande retrocesso, porque os povos indígenas, em vez de gozar dos direitos assegurados na Constituição, tinham que lutar para não perdê-los, uma vez que toda uma agenda política visava tolher tais direitos.

Confira nosso podcast: Precisamos falar sobre os povos indígenas

Origens de Rosane Kaingang

Rosane Kaingang nasceu no Rio Grande do Sul e era uma mulher que pertencia ao povo Kaingang. Esse povo Kaingang habita territórios que se espalham pelo oeste de São Paulo e pelos estados da Região Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Uma pesquisa de 2000 apontava que havia cerca de 22 mil Kaingang no Brasil|2|.

A ativista possuía um nome indígena: Kokoj, que é traduzido como “beija-flor”. Ela recebeu esse nome em homenagem à sua bisavó, uma mulher que viveu até os 120 anos de idade.

Morte e homenagem a Rosane Kaingang

Rosane Kiangang morreu no dia 16 de outubro de 2016, vítima de um câncer. Seu falecimento aconteceu em Brasília, depois de ela ter lutado contra a doença por três anos. A morte dela foi lamentada por aqueles que entendiam a importância do seu trabalho.

Recentemente, em 3 de junho de 2022, Rosane foi homenageada com um doodle na logomarca do Google — uma forma divertida de a empresa comemorar datas e homenagear pessoas. Isso reforça a importância que ela teve para o movimento indígena e para o país.

Notas

|1| Constituição e resistência do movimento indígena frente às práticas autoritárias do Estado brasileiro — entrevista com Rosane Kaingang, realizada por Erika Macedo Moreira. Para acessar, clique aqui.

|2| VEIGA, Juracilda. Cosmologia e práticas rituais Kaingang. Para acessar, clique aqui.

 

Por Daniel Neves Silva
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Rosane Kaingang"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/rosane-kaingang.htm. Acesso em 27 de abril de 2024.

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