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Criogenia é a ciência que estuda a produção e os efeitos de baixas temperaturas em processos específicos. Em geral, utiliza-se o termo criogenia para se referir a processos que envolvem temperaturas abaixo de -150 °C. A criogenia apresenta diferentes aplicações, sendo usada, por exemplo, na supercondutividade, no congelamento rápido de alimentos e na conservação de embriões e gametas. Apesar de a criogenia ser usada como sinônimo da criônica, esta não é uma aplicação científica aceita da criogenia.
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Tópicos deste artigo
Resumo sobre criogenia
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Criogenia é a ciência que estuda a produção e os efeitos de baixas temperaturas em processos específicos.
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Conservação de embriões e de alimentos são algumas das aplicações da criogenia.
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A criônica é uma prática controversa que não é considerada uma aplicação científica aceita da criogenia.
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A conservação de cadáveres humanos é feita na esperança de que um dia possa se restaurar a vida desses indvíduos.
O que é criogenia?
De acordo com o Laboratório de Criogenia do Departamento de Física da Unesp, “a criogenia é um ramo da Físico-Química que estuda tecnologias para a produção de temperaturas muito baixas e o comportamento de materiais abaixo de -150 °C (123 K), principalmente até a temperatura de ebulição do nitrogênio líquido ou ainda temperaturas mais baixas”. O termo foi criado por meio da junção das palavras gregas kryos, que significa frio, e génesis, que significa produção.
Aplicações da criogenia
A criogenia apresenta uma série de aplicações, sendo utilizada na indústria e até mesmo na Medicina. No que diz respeito à indústria, a criogenia é usada para submeter certos materiais a temperaturas extremamente baixas, fazendo com que se tornem supercondutores. Supercondutores são capazes de conduzir corrente elétrica sem resistências.
Na Medicina, a criogenia é utilizada, por exemplo, na preservação de gametas e embriões, os quais podem ser utilizados anos depois. A criogenia pode ser utilizada também em células-tronco do sangue do cordão umbilical, tornando possível a utilização dessas células para tratamentos de doenças como linfomas e aplasia de medula.
Além do congelamento de óvulos, embriões e células-tronco, a criogenia pode ser usada no congelamento de alimentos e na preservação de sêmen de gado. No que diz respeito ao uso na indústria alimentícia, devemos destacar que o rápido resfriamento de alimentos evita a proliferação de micro-organismos e também propicia uma menor formação de cristais de água no produto, garantindo maior qualidade e manutenção das propriedades dos alimentos.
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Criônica
A criônica é uma prática que consiste na preservação do corpo de um indivíduo após sua morte, por meio de resfriamento, usando temperaturas extremamente baixas, com o objetivo de conservar o cadáver de modo que ele sofra pouco dano ao longo do tempo e possa, no futuro, ser trazido à vida novamente. A criônica é frequentemente chamada de criogenia, sendo importante salientar que essa prática não é aceita como uma aplicação científica da criogenia.
Para que ocorra a preservação dos corpos, o primeiro procedimento é a retirada do sangue do indivíduo e sua substituição por um líquido que é capaz de resfriar rapidamente. O corpo é então conservado em um tanque de nitrogênio líquido. Entretanto, antes de ser colocado no tanque, que apresenta baixíssima temperatura, o corpo deve ser resfriado lentamente para evitar grandes danos aos seus tecidos e órgãos. No interior do tanque, o cadáver é preservado a cerca de -196 °C. Periodicamente, o nitrogênio é reabastecido.
De acordo com reportagem da BBC, estima-se que cerca de 100 pessoas já foram congeladas depois da morte e esperam por vida nova no futuro. É importante deixar claro que, até o momento, não há nenhuma tecnologia que permite que a pessoa volte à vida, sendo, portanto, um processo que se baseia na esperança de desenvolvimento de procedimentos científicos futuros capazes de reanimar esses mortos.