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A Guerra Civil Inglesa foi um período no qual tropas fiéis ao rei Carlos I lutaram contra tropas lideradas pelo Parlamento. Ocorreu entre 1642 e 1651. Tropas reais defendiam o poder absoluto de Carlos I, enquanto as tropas parlamentares, conhecidas como cabeças redondas, defendiam uma monarquia constitucional e a consequente redução do poder do monarca.
Durante a guerra, Carlos I foi preso, julgado por traição e executado. A monarquia foi abolida e, no seu lugar, um sistema político semelhante a uma república foi adotado na Inglaterra. Oliver Cromwell, puritano que inicialmente comandou a cavalaria parlamentar, se tornou lorde protetor da Inglaterra. O sistema durou pouco, e foi a única vez, em mais de mil anos de história da Inglaterra, que a monarquia foi abolida.
A Guerra Civil Inglesa fez parte das chamadas Revoluções Inglesas, nelas a Inglaterra deixou de ser uma monarquia absolutista e se tornou uma monarquia constitucional. As Revoluções Inglesas, ainda, marcaram a derrocada do poder da nobreza e a ascensão da burguesia ao poder na Inglaterra.
Leia também: Revolução Francesa — período revolucionário que marcou o fim do absolutismo na França
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Guerra Civil Inglesa
- 2 - O que foi a Guerra Civil Inglesa?
- 3 - Contexto histórico da Guerra Civil Inglesa
- 4 - Causas da Guerra Civil Inglesa
- 5 - Qual era o objetivo da Guerra Civil Inglesa?
- 6 - Fases da Guerra Civil Inglesa
- 7 - Fim da Guerra Civil Inglesa
- 8 - Consequências da Guerra Civil Inglesa
- 9 - Cerimônia de abertura do Parlamento inglês
- 10 - Exercícios sobre Guerra Civil Inglesa
Resumo sobre Guerra Civil Inglesa
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A Guerra Civil Inglesa foi um período de conflito em que se enfrentaram os cavaleiros, as tropas que apoiavam o rei Carlos I, e os cabeças redondas, tropas lideradas pelo Parlamento.
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Fez parte das chamadas Revoluções Inglesas, pelas quais a Inglaterra deixou de ser uma monarquia absolutista e se tornou uma monarquia constitucional.
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Ocorreu entre 1642 e 1651, e geralmente é dividida em três fases.
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Foi provocada por motivos políticos, econômicos e religiosos.
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Carlos I assumiu o trono em 1625 e enfrentou diversos atritos com o Parlamento. Oliver Cromwell se tornou o principal líder político do Parlamento.
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Em 1649, Carlos I foi decapitado em praça pública por traição.
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Um conselho passou a governar a Inglaterra, e, após um golpe de Estado, Oliver Cromwell se tornou lorde protetor.
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Durante seu governo, Cromwell promulgou os Atos de Navegação. Ele também conquistou a Irlanda e a Escócia.
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A restauração monárquica ocorreu em 1660, quando Carlos II foi coroado monarca da Inglaterra, Escócia e Irlanda.
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A Guerra Civil Inglesa foi um momento fundamental na construção da monarquia constitucional inglesa.
O que foi a Guerra Civil Inglesa?
A Guerra Civil Inglesa foi um conflito que opôs, de um lado, as tropas que apoiaram o rei Carlos I e, de outro, tropas lideradas pelo Parlamento, os cabeças redondas. Existem diversas periodizações propostas pelos historiadores para o início da Guerra Civil Inglesa; neste artigo, utilizaremos o 22 de agosto de 1642, dia no qual Carlos I ergueu sua bandeira em Nottingham, declarando guerra às tropas parlamentares.
Alguns historiadores defendem que a guerra civil se iniciou antes, em 1639, com a deflagração da Guerra dos Bispos; outros, que ela teria se iniciado em janeiro de 1642, quando o rei fugiu de Londres. Como marco final da Guerra Civil Inglesa, utilizaremos o dia 3 de setembro de 1651, quando Carlos II fugiu da Inglaterra para a França e as batalhas cessaram.
Contexto histórico da Guerra Civil Inglesa
Em 24 de março de 1603, faleceu a rainha Elizabeth I, última monarca da dinastia Tudor. Sem herdeiros, Jaime VI da Escócia foi coroado rei da Inglaterra como Jaime I, iniciando a dinastia Stuart. Desde o início do seu governo, Jaime I enfrentou diversos atritos com o Parlamento, motivados por questões econômicas, políticas e religiosas.
Jaime I era defensor do absolutismo, perseguiu católicos e outorgou diversos decretos nos quais aumentou impostos. Em 1611, após o Parlamento recusar aumentar novamente os impostos, Jaime I o dissolveu. O Parlamento foi reaberto pelo rei em 1614, mas, em poucos meses, foi novamente fechado. Foi reaberto novamente em 1621 e novamente fechado pelo rei.
Jaime I faleceu em 1625, e, no seu lugar, assumiu seu filho, Carlos I. Assim como o pai, Carlos I era defensor do absolutismo e da teoria do direito divino dos reis. Casado com Henriqueta Maria de França, católica, o rei também foi acusado de privilegiar católicos e anglicanos, o que causou protestos dos puritanos, grupo com grande representatividade no Parlamento.
No início do seu reinado, Carlos I enfrentou guerras com a Espanha e a França, necessitando de recursos que, muitas vezes, foram negados pelo Parlamento. Em 1629, após novas desavenças, Carlos I fechou o Parlamento, iniciando o que é chamado de “tirania dos onze anos” ou “governo pessoal”.
Em 1637, Carlos I tentou impor à Escócia um novo Livro de Orações, que modificaria a hierarquia religiosa no país e seus cultos. Os escoceses acusaram Carlos I de querer impor o catolicismo à Escócia, e, em 1639, eclodiu a Guerra dos Bispos, uma espécie de embrião da Guerra Civil Inglesa.
Veja também: Rainha Vitória — uma das figuras mais importantes da história da Inglaterra
Causas da Guerra Civil Inglesa
→ Disputa política: rei x Parlamento
A principal causa da Guerra Civil Inglesa foi política, motivada pela disputa de poder entre o monarca e o Parlamento. Carlos I, em 1640, convocou novamente o Parlamento em busca de aumento de impostos para manter as tropas inglesas na Guerra dos Bispos, mas boa parte das solicitações do rei foi negada pelo Parlamento.
A convocação do Parlamento, que objetivava resolver um problema econômico, logo se transformou em um problema político. Em janeiro de 1642, Carlos I decretou que cinco membros do Parlamento fossem presos, acusados de traição por críticas feitas a sua pessoa.
Os membros do Parlamento se recusaram a entregar os acusados, e Carlos I, com uma tropa, invadiu a Câmara dos Comuns em busca dos acusados. Eles conseguiram fugir antes da chegada do rei.
A invasão da Câmara dos Comuns foi considerada um ataque ao Parlamento. Este convocou a população londrina a se armar contra o rei, que fugiu para Nottingham, onde, em 22 de agosto, levantou o estandarte real, declarando guerra ao Parlamento e iniciando a Guerra Civil Inglesa.
→ Disputa religiosa: anglicanos x puritanos
A guerra também teve motivos religiosos. Na época de Carlos I, a Inglaterra estava dividida entre anglicanos, que preservavam parte das tradições, ritos e organização administrativa da Igreja Católica; e os puritanos, que buscavam remover a maior parte dos elementos católicos no país.
Carlos I tentou, durante todo o seu reinado, fortalecer o anglicanismo e restringir as práticas puritanas. A imposição do Livro de Orações aos escoceses, em 1637, e o início da Guerra dos Bispos, em 1639, inflamaram os puritanos ingleses, que ocupavam cerca de 1/3 das cadeiras do Parlamento em 1640. Por esse motivo, historiadores do século XIX chamaram a Guerra Civil Inglesa de Revolução Puritana.
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Videoaula sobre a Revolução Puritana
Qual era o objetivo da Guerra Civil Inglesa?
O principal objetivo de Carlos I e de seus seguidores era garantir o absolutismo na Inglaterra, limitando ao máximo o poder do Parlamento. O rei contou com grande apoio da alta burguesia e da nobreza inglesa. Por outro lado, o principal objetivo do Parlamento era aumentar o seu poder e reduzir o poder real.
No início da Guerra Civil Inglesa, os cabeças redondas defendiam uma monarquia constitucional, mas, com o avanço da guerra e a execução do rei, parte deles passou a defender a criação de uma república.
Carlos I buscava, ainda, garantir sua supremacia sobre a Igreja Anglicana, preservando os ritos católicos e impondo-a a toda Inglaterra, Escócia e Irlanda. O Parlamento defendia que a Igreja Anglicana se afastasse das tradições católicas e que tivesse uma administração descentralizada, baseada nos princípios presbiterianos.
Fases da Guerra Civil Inglesa
→ Primeira fase da Guerra Civil Inglesa
A primeira fase da Guerra Civil Inglesa se iniciou com o Carlos I, em 22 de agosto de 1642, com o hasteamento da bandeira real em Nottingham. No início da guerra, as tropas de Carlos I dominavam o sudoeste e o norte da Inglaterra, controlando o porto de New Castle e as ricas minas de carvão da região.
Já as tropas do Parlamento, apelidadas de cabeças redondas, controlavam Londres, o sudeste da Inglaterra e contavam com apoio da marinha inglesa. O termo “cabeça redonda” foi utilizado pejorativamente pelos cavaleiros para se referir às tropas parlamentares, uma vez que boa parte dos puritanos não utilizava perucas e tinha um corte curto de cabelo, o que não era costume na época.
A primeira grande batalha da Guerra Civil Inglesa foi a de Edgehill, travada em 23 de outubro de 1642. Nela, tropas do Parlamento e de Carlos I se enfrentaram em uma batalha campal que terminou em um empate e com os dois exércitos deixando o campo de batalha ao entardecer. Após a batalha, as tropas dos dois exércitos dormiram ao relento, numa noite de frio extremo, e, no dia seguinte, os dois exércitos desistiram do ataque, recuando.
Em julho de 1643, ocorreu a Tomada de Bristol, quando tropas realistas conquistaram o importante porto, até então controlado pelos cabeças redondas. Em setembro do mesmo ano, ocorreu a Batalha de Newbury, em que aproximadamente 30 mil soldados lutaram em campo aberto, sem que nenhum deles pudesse ser declarado vencedor.
A maior batalha da Guerra Civil Inglesa ocorreu em julho de 1643 e foi chamada de Batalha de Marston Moor. Participaram dela 45 mil soldados. Dessa vez, as tropas parlamentares venceram a batalha e, dias depois, tomaram a cidade de York, controlando a maior parte do norte da Inglaterra.
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Oliver Cromwell e o Exército de Novo Tipo
Durante a primeira fase da Guerra Civil Inglesa, um comandante de cavalaria, o puritano Oliver Cromwell, passou a se destacar nas batalhas e a ter grande prestígio entre os cabeças redondas. No início de 1645, Cromwell foi nomeado pelo Parlamento como o responsável pela criação do Exército de Novo Tipo, formado por soldados profissionais que serviriam o exército em tempo integral, ao contrário dos antigos exércitos, nos quais milícias eram formadas e mercenários eram contratados em época de guerra.
Outra inovação do Exército de Novo Tipo foi a introdução da promoção de patente de acordo com o esforço e inteligência dos militares, não importando a classe social. Nas tropas reais, todos os comandantes eram nobres e geralmente atingiam o posto por indicação real.
O primeiro teste do Exército de Novo Tipo ocorreu na Batalha de Naseby, travada em 14 de junho de 1645. Nela, tropas parlamentares, comandadas por Sir Thomas Fairfax e Oliver Cromwell, derrotaram as tropas reais, comandadas pelo príncipe Rupert. A maior parte do exército de Carlos I foi morta ou capturada na batalha, tornando a derrota realista uma questão de tempo. Carlos I fugiu para o norte da Inglaterra após a derrota na Batalha de Naseby.
Em 23 de agosto de 1645, as tropas do Parlamento iniciaram o Segundo Cerco de Bristol, que durou até 10 de setembro, quando o príncipe Rupert e suas tropas se renderam. As últimas tropas de Carlos I foram derrotadas na Batalha de Stow-on-the-Wold, quando a maioria dos comandantes realistas foi capturada. Após a derrota, Carlos I iniciou negociações com o Parlamento, terminando a primeira fase da Guerra Civil Inglesa.
→ Segunda fase da Guerra Civil Inglesa
Após a derrota em Stow-on-the-Wold, Carlos I ficou sob custódia do Parlamento, desfrutando de certa liberdade, realizando tentativas de fuga e tramando uma nova guerra com diversos grupos realistas. No verão de 1648, iniciou-se a segunda fase da Guerra Civil Inglesa, com os cercos de Pembroke e Colchester, cidades controladas por tropas.
Em 1º de junho de 1648, ocorreu a Batalha de Maidstone, em que as tropas realistas foram derrotadas. As cidades de Pembroke e Colchester se renderam às tropas parlamentares, e, após a vitória das tropas de Cromwell na Batalha de Preston, a segunda fase da Guerra Civil Inglesa se encerrou.
→ Terceira fase da Guerra Civil Inglesa
Carlos I foi enviado para Londres, onde foi julgado por traição, condenado e decapitado em 30 de janeiro de 1649. Após a morte do rei, grupos realistas novamente foram à guerra contra as tropas parlamentares, principalmente na Escócia e na Irlanda, iniciando a terceira parte da Guerra Civil Inglesa. Carlos II, filho de Carlos I, foi coroado rei da Escócia, e os realistas ingleses passaram a defender sua coroação. Carlos II se tornou o líder das tropas realistas.
Pouco organizadas e dispersas, as tropas realistas foram novamente derrotadas pelos cabeças redondas. Após um breve cerco à cidade de Drogheda, onde católicos irlandeses e monarquistas ingleses se refugiaram, ela foi invadida pelas tropas de Oliver Cromwell, que perpetraram um massacre, assassinando militares e civis.
Segundo o próprio Cromwell, foram assassinados, nesse dia, cerca de duas mil pessoas. O fato foi utilizado, por séculos, por nacionalistas irlandeses, para justificar sua luta contra o domínio da Inglaterra.
Após conquistar a Irlanda, os cabeças redondas partiram para a Escócia, onde as tropas realistas eram comandadas diretamente por Carlos II. Após sofrer diversas derrotas na Escócia, Carlos II se deslocou para a Inglaterra, onde liderou as tropas realistas na Batalha de Worcester. Novamente derrotado, o rei conseguiu fugir para a França, onde recebeu proteção real. Com a fuga de Carlos II para a França, as batalhas da guerra civil cessaram.
Fim da Guerra Civil Inglesa
A Guerra Civil Inglesa se encerrou em setembro de 1651, quando o rei Carlos II fugiu da Grã-Bretanha para a França, onde recebeu proteção do jovem rei Luís XIV, que lhe ofereceu um castelo para moradia e uma pensão mensal.
Com o fim da Guerra Civil Inglesa, a Inglaterra aboliu a monarquia e passou a adotar uma forma de governo semelhante a uma república, comandada por um conselho nomeado pelo Parlamento.
Consequências da Guerra Civil Inglesa
A principal consequência da Guerra Civil Inglesa foi o fim da monarquia inglesa e o estabelecimento de uma efêmera república. A Inglaterra passou a ser governada pelo Parlamento e por um conselho de Estado, composto por membros do Parlamento que se revezavam no cargo. Muitos palácios e acervos reais foram vendidos, alguns deles se tornaram repartições públicas. Uma Constituição foi elaborada, e nela o povo inglês foi declarado o verdadeiro soberano da Inglaterra.
Em 1653, Oliver Cromwell liderou um golpe de Estado e se autoproclamou lorde protetor da Inglaterra. Ele fechou o Parlamento e, na prática, se tornou um monarca, embora recusasse o título. Durante seu governo, Cromwell promulgou os Atos de Navegação. Pelos atos, só navios ingleses, com a maior parte da tripulação formada por ingleses, poderiam atracar nos portos britânicos.
A lei fortaleceu a burguesia mercantil, ampliou a frota mercante inglesa e abriu caminho para o domínio britânico nos oceanos. Os Atos de Navegação prejudicaram os holandeses, que, até então, tinham grande importância no comércio entre a Inglaterra e a Europa continental.
Em 1658, Oliver Cromwell faleceu. No seu lugar, passou a governar seu filho, Richard. Seu governo foi marcado por uma crise política e econômica que culminou num golpe que restaurou a monarquia e coroou Carlos II como monarca inglês.
Com a restauração, a disputa secular entre Parlamento e monarca pelo poder continuou. Carlos II faleceu em 1685, sendo sucedido por Jaime II. Em 1688, após acordos entre a burguesia e parte da nobreza inglesa, Jaime II foi deposto. No seu lugar, foram coroados Guilherme de Orange e Maria Stuart, filha de Jaime II.
O evento foi chamado de Revolução Gloriosa, pois alçou ao poder um novo monarca sem qualquer guerra. Em 1689, Guilherme de Orange e Maria Stuart assinaram a Declaração de Direitos, documento que transformou a monarquia inglesa em uma monarquia constitucional.
Saiba mais: Como funciona um sistema de governo parlamentarista?
Cerimônia de abertura do Parlamento inglês
Todos os anos, ocorre a Cerimônia de Abertura do Parlamento, na qual o monarca inglês faz o discurso de abertura dos trabalhos do Estado inglês. A tradição remonta ao século XV, mas a forma como a atual cerimônia é realizada foi elaborada após a Guerra Civil Inglesa.
A cerimônia se inicia com o cortejo do monarca inglês do Palácio de Buckingham até o Palácio de Westminster, sede do Parlamento inglês. O soberano ocupa um trono na Câmara dos Lordes e solicita que seu black rod (o cavaleiro portador do bastão negro), uma espécie de mensageiro real, se encaminhe até a Câmara dos Comuns para convidar os parlamentares a ouvir o discurso do monarca.
O mensageiro caminha pelo corredor do Palácio de Westminster até a Câmara dos Comuns, cuja porta está aberta. Quando o black rod se aproxima, a porta é batida na sua cara. Ele então, com seu bastão negro, bate três vezes na porta, que é aberta por um membro da Câmara dos Comuns, que o convida a entrar na casa. O mensageiro faz o convite aos parlamentares e é seguido por eles até a Câmara dos Lordes, onde, enfim, o rei faz seu discurso.
A atual Cerimônia de Abertura do Parlamento, fruto das Revoluções Inglesas, é uma demonstração da supremacia do poder do Parlamento sobre o poder real. Nela, a porta é batida na cara do mensageiro real, que educadamente bate na porta, solicitando que seja ouvido. Com a porta aberta, ele é convidado a entrar na câmara, mostrando novamente que são os comuns que estão no poder.
Exercícios sobre Guerra Civil Inglesa
1 - (UERJ) “O rei é vencido e preso. O Parlamento tenta negociar com ele, dispondo-se a sacrificar o Exército. A intransigência de Carlos, a radicalização do Exército, a inépcia do Parlamento, somam-se para impedir essa saída "moderada"; o rei foge do cativeiro, afinal, e uma nova guerra civil termina com a sua prisão pela segunda vez. O resultado será uma solução, por assim dizer, moderadamente radical (1649): os presbiterianos são excluídos do Parlamento, a câmara dos lordes é extinta, o rei decapitado por traição ao seu povo após um julgamento solene sem precedentes, proclamada a república; mas essas bandeiras radicais são tomadas por generais independentes, Cromwell à testa, que as esvaziam de seu conteúdo social.”
(RENATO JANINE RIBEIRO. In: HILL, Christopher. “O mundo de ponta-cabeça: ideias radicais durante a Revolução Inglesa de 1640”. São Paulo: companhia das letras, 1987).
O texto faz menção a um dos acontecimentos mais importantes da Europa no século XVII:
a Revolução Puritana (1642-1649). A partir daquele acontecimento, a Inglaterra viveu uma breve experiência republicana, sob a liderança de Oliver Cromwell. Dentre suas realizações mais importantes, destaca-se a decretação do primeiro Ato de Navegação. A determinação do Ato de Navegação consistia em:
a) não permitir que nenhuma matéria-prima de origem asiática entrasse na Inglaterra.
b) não permitir que nenhuma embarcação estrangeira atracasse no litoral inglês.
c) permitir que os portos ingleses fossem usados livremente por outras nações.
d) permitir que os holandeses usufruíssem da frota marítima inglesa.
e) não permitir que as frotas marítimas inglesas trafegassem fora dos mares do norte.
Alternativa B
Os Atos de Navegação, promulgados por Oliver Cromwell, estabeleceram o monopólio inglês nos portos ingleses. Somente navios da Inglaterra, com maioria da tripulação formada por ingleses, poderia ancorar nos portos britânicos.
2 - Leia o texto a seguir:
“É, assim, de enorme significado que Hobbes, também em suas obras históricas posteriores, de modo algum abandona essa pretensão explanatória da historiografia, mas antes a sustenta completamente. Metodologicamente, Behemoth retrata a ascensão de Oliver Cromwell do mesmo modo que o ensaio de Tacitus, a ascensão de Otaviano, a saber, na forma de explicações de ação sob a consideração de regras sociais gerais.”
(NOUR, Soraya; ZITTEL, Claus. O historiador e o teórico: a historiografia de Hobbes na teoria das relações internacionais. Contexto int., Rio de Janeiro, v. 25, n. 2, Dec. 2003. p.238).
No texto, o historiador romano Tacitus é citado com o objetivo de:
a) apagar da história a referência a Cromwell, já que, para Hobbes, essa figura não tinha grande importância na história da Inglaterra.
b) manchar a imagem de Tacitus como historiador.
c) comparar o imperador romano Octaviano a Oliver Cromwell para construir uma imagem histórica deste último apoiada na daquele.
d) manchar a imagem de Otaviano como político.
e) propor um modelo de governo liberal e democrático.
Alternativa C
No trecho, Thomas Hobbes, um defensor do absolutismo, equivale a ascensão de Augusto ao poder como imperador à de Cromwell como lorde protetor da Inglaterra.
Créditos da imagem
Fontes
ARRUDA, J. J. de A. A grande revolução inglesa: 1640-1688. Hucitec Editora, São Paulo, 1996.
BONAVIDES, P. Teoria do Estado. 5ª edição, São Paulo: Malheiros Editores Ltda, 1995.
ROCHA, M. E. G. T. Presidencialismo e parlamentarismo. Editora Fórum, Belo Horizonte – MG, 2015.
OSTRENSKY, E. As revoluções do poder. Editora Alameda, São Paulo, 2020.