Notificações
Você não tem notificações no momento.
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Anton Tchekhov

Anton Tchekhov é um escritor do século XIX. Ele é um dos principais representantes do Realismo na Rússia, e um de seus contos mais conhecidos é A dama do cachorrinho.

Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

Anton Tchekhov nasceu em 29 de janeiro de 1860, em Taganrog, na Rússia. Além de escritor, também era médico. O autor ficou conhecido não só por suas narrativas, mas também por seus textos dramáticos, como A gaivota, uma de suas peças mais famosas, apesar de ter sido mal recebida pelo público russo em sua estreia.

O escritor, que faleceu em 15 de julho de 1904, em Badenweiler, na Alemanha, é um dos principais autores do Realismo russo. Assim, suas obras são caracterizadas pela ausência de idealização da realidade e dos personagens, que, por meio do fluxo de consciência, se mostram em sua complexidade.

Leia também: Liev Tolstói – considerado o principal representante do Realismo russo

Tópicos deste artigo

Biografia de Anton Tchekhov

Retrato de Anton Tchekhov, obra de Osip Braz (1872-1936).
Retrato de Anton Tchekhov, obra de Osip Braz (1872-1936).

Anton Tchekhov nasceu em 29 de janeiro de 1860, em Taganrog, na Rússia. Com 8 anos de idade, iniciou seus estudos em uma escola de sua cidade natal. E foi ao teatro, pela primeira vez, com 13 anos, para ver a opereta A bela Helena, de Jacques Offenbach (1819-1880). A partir de então, ele se apaixonou pela dramaturgia e cresceu seu interesse pela literatura.

O pai do escritor — Pavel Tchekhov — era comerciante e, em 1876, falido e endividado, fugiu com a família para Moscou. Porém, Anton, com 16 anos de idade, ficou sozinho em Taganrog para terminar os estudos. Três anos depois, foi embora para Moscou, onde fez faculdade de Medicina.

Em 1887, o médico já era conhecido pelos seus contos e ganhou o prêmio literário Púchkin. Porém, começou a ser admirado pela crítica quando publicou a sua novela A estepe, em 1888. Nessa época, passou a ser conhecido também como autor de teatro. Dois anos depois, em 1890, o autor fez uma viagem à ilha de Sacalina.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Dessa viagem, surgiu o livro A ilha de Sacalina, publicado em 1895, no qual Tchekhov mostra a desumana situação dos presos na colônia penal de Sacalina. Mas o sucesso como escritor não o fez abandonar a Medicina. Assim, em 1892, ele adquiriu uma propriedade em Melikhovo, onde trabalhou como médico.

Contudo, devido aos problemas com a tuberculose, por recomendação médica, o escritor, em 1898, se mudou para Ialta. Nesse ano, ele conheceu a atriz Olga Knipper (1868-1959), com quem se casou em 1901. Porém, três anos depois, quando estava em tratamento na Alemanha, ele morreu, em 15 de julho de 1904, na cidade de Badenweiler.

Leia também: Fiódor Dostoiévski – outro grande autor do Realismo russo

Características da obra de Anton Tchekhov

Anton Tchekhov é um dos principais autores do Realismo russo. Suas narrativas são caracterizadas pela riqueza de detalhes com que o narrador conta a história. Apresentam uma perspectiva antirromântica; portanto, não ocorre idealização da realidade ou de personagens.

As obras do autor possuem enredos complexos, desenvolvidos a partir de uma perspectiva irônica e profundamente filosófica, apesar de partirem de acontecimentos cotidianos. Além disso, seus personagens se manifestam por meio do monólogo interior, isto é, do fluxo de consciência, que revela seres complexos e, por isso, tão reais.

Obras de Anton Tchekhov

Capa do livro Um homem extraordinário e outras histórias, de Anton Tchekhov, publicado pela editora L&PM. [1]
Capa do livro Um homem extraordinário e outras histórias, de Anton Tchekhov, publicado pela editora L&PM. [1]
  • Flores tardias (1882)

  • História ruim (1882)

  • A calúnia (1883)

  • A consulta (1883)

  • A morte do funcionário (1883)

  • Alegria (1883)

  • O gordo e o magro (1883)

  • Na barbearia (1883)

  • Do diário de um ajudante contábil (1883)

  • No departamento dos Correios (1883)

  • No mar (1883)

  • O porteiro inteligente (1883)

  • O trágico (1883)

  • O triunfo do vencedor (1883)

  • Um caráter enigmático (1883)

  • Um caso da prática judiciária (1883)

  • Uma criança travessa (1883)

  • A cirurgia (1884)

  • A leitura (1884)

  • A máscara (1884)

  • A medalha (1884)

  • As ostras (1884)

  • Camaleão (1884)

  • Cantores (1884)

  • De mal a pior (1884)

  • Mau humor (1884)

  • Medidas preventivas (1884)

  • Casamento por interesse (1884)

  • O álbum (1884)

  • O livro de reclamações (1884)

  • Uma noite terrível (1884)

  • No cemitério (1884)

  • A arte da simulação (1885)

  • A desgraça (1885)

  • A veranista (1885)

  • Cronologia viva (1885)

  • Casa-se a cozinheira (1885)

  • Em terras estrangeiras (1885)

  • Extraviados (1885)

  • O cadáver (1885)

  • O caçador (1885)

  • O pai de família (1885)

  • O pensador (1885)

  • O escritor (1885)

  • O espelho (1885)

  • O uniforme do capitão (1885)

  • Os malfeitores (1885)

  • Quartos de hotel (1885)

  • Remédio contra a embriaguez (1885)

  • Tristeza (1885)

  • A corista (1886)

  • O convidado inquieto (1886)

  • Malefícios do tabaco (1886)

  • Ivanov (1887)

  • Inimigos (1887)

  • O bispo (1887)

  • O urso (1888)

  • A estepe (1888)

  • O pedido de casamento (1889)

  • Tatiana Repina (1889)

  • Inevitavelmente trágico (1889)

  • Uma aposta (1889)

  • Ladrões (1890)

  • A festividade (1891)

  • O duelo (1891)

  • A cigarra (1892)

  • Enfermaria número 6 (1892)

  • A história de um desconhecido (1893)

  • O monge negro (1894)

  • A esposa (1895)

  • Três anos (1895)

  • A ilha de Sacalina (1895)

  • Minha vida (1896)

  • A gaivota (1896)

  • Camponeses (1897)

  • Tio Vânia (1898)

  • A dama do cachorrinho (1899)

  • As três irmãs (1901)

  • O jardim das cerejeiras (1904)

Veja também: Memórias póstumas de Brás Cubas – marco inicial do Realismo brasileiro

A dama do cachorrinho

Capa do livro A dama do cachorrinho e outros contos, de Anton Tchekhov, publicado pela Editora 34.[2]
Capa do livro A dama do cachorrinho e outros contos, de Anton Tchekhov, publicado pela Editora 34.[2]

O conto A dama do cachorrinho narra a história de Dmítri Dmítrich Gúrov e Anna Serguêievna. Como é típico das narrativas realistas do século XIX, o adultério é o tema central. Assim, o protagonista está de férias em Ialta, quando vê uma jovem loura que passeia na praia, acompanhada de seu cachorrinho.

Dmítri é casado, mas isso não o impede de ter encontros com outras mulheres. Então, ele se aproxima da “dama do cachorrinho”, a qual é muito mais jovem do que ele, além de também ser casada. Apesar disso, eles acabam tendo uma relação sexual e, algum tempo depois, passam a se encontrar em um hotel em Moscou.

Ambos os protagonistas se mostram entediados com suas vidas burguesas. Desse modo, a paixão que une o casal dá às suas vidas monótonas um sentido. No entanto, eles se veem divididos entre a paixão e as regras sociais. E parecem não querer abrir mão nem de uma coisa nem de outra:

“Anna Serguêievna e Gúrov amavam-se como duas pessoas muito íntimas, como marido e mulher, como ternos amigos; parecia-lhes que o próprio destino escolhera um para o outro, e não entendiam por que ele tinha uma esposa e ela um marido; era como se eles fossem duas aves migratórias, macho e fêmea, que foram capturadas e obrigadas a viver em gaiolas separadas. Eles perdoaram um ao outro aquilo de que se envergonhavam no seu passado, perdoaram tudo do presente e sentiam que seu amor havia transformado a ambos.”|1|

Frases de Anton Tchekhov

As seguintes frases de Anton Tchekhov foram extraídas de suas obras A gaivota, As três irmãs e Tio Vânia:

  • “Só o que é sério pode ser belo.”

  • “Em todo o universo, apenas o espírito permanece imutável.”

  • “Não somos felizes e não existe felicidade; só podemos desejar.”

  • “A preguiça e a ociosidade são contagiosas!”

  • “O estado normal de um homem é ser original.”

  • “Não são os ladrões nem o fogo que destroem o mundo, mas o ódio, a hostilidade, as intrigas mesquinhas...”

  • “Talento é ousadia, espírito livre, ideias amplas.”

Nota

|1| Tradução de Maria Aparecida Botelho Pereira Soares.

Créditos das imagens

[1] L&PM Editores (reprodução)

[2] Editora 34 (reprodução)

 

Por Warley Souza
Professor de Literatura

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Anton Tchekhov"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/anton-tchekhov.htm. Acesso em 16 de novembro de 2024.

De estudante para estudante