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Faraó

Faraó era o título dado ao governante supremo do Egito Antigo. Era um líder político e religioso que administrava o Estado e intercedia pelo povo.

Estátua do faraó Ramsés II no Templo de Luxor, no Egito.
Estátua do faraó Ramsés II no Templo de Luxor, no Egito.
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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O faraó era o soberano do Antigo Egito, considerado tanto líder político quanto religioso. Era visto como uma divindade viva responsável por garantir a ordem e governar o Estado. Surgiu por volta de 3100 a.C., com a unificação do Alto e Baixo Egito sob Menés, que consolidou o poder central. Sua função envolvia administração política, economia, justiça e a manutenção da ordem cósmica por meio de rituais religiosos.

A coroação do faraó marcava sua ascensão divina, e sua educação, desde cedo, preparava-o para governar com sabedoria e respeito à ordem estabelecida. No dia a dia, o faraó liderava rituais, supervisionava construções e tomava decisões políticas. Entre os mais famosos, estiveram Tutancâmon, Ramsés II, Cleópatra VII e Akhenaton, que deixaram legados marcantes na história egípcia.

Leia também: Afinal, quem construiu a maior pirâmide do Egito?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre faraó

  • O faraó era o soberano do Antigo Egito.
  • Representava uma liderança tanto política quanto religiosa.
  • Era visto como uma divindade viva, o responsável por garantir a ordem cósmica e social, além de governar o Estado.
  • Os primeiros faraós surgiram por volta de 3100 a.C., com a unificação do Alto e Baixo Egito.
  • O rei Menés foi o fundador da primeira dinastia do Egito.
  • O faraó tinha a função de governar o Egito, administrar a economia, liderar campanhas militares, garantir a justiça e manter o equilíbrio religioso.
  • A coroação de um faraó simbolizava sua ascensão divina.
  • Tutancâmon, Ramsés II, Cleópatra VII e Akhenaton foram alguns dos mais famosos faraós da história.
  • Estima-se que o Egito teve entre 170 e 200 faraós ao longo de suas 30 dinastias.
  • O último faraó foi Cleópatra VII, que governou até 30 a.C.
  • A morte de Cleópatra VII marcou o fim do Antigo Egito como uma nação independente e o início do domínio romano sobre o território.

O que é um faraó?

O faraó era o título dado ao soberano do Antigo Egito, que governava tanto como líder político quanto como líder religioso. O termo faraó deriva da expressão egípcia per-aa, que significa “grande casa”, referindo-se inicialmente ao palácio real, mas que passou a designar o próprio monarca.

Além de governar como chefe de Estado, o faraó era visto como uma figura divina, sendo considerado a encarnação viva de Hórus, o deus do céu, e, após a morte, associado a Osíris, deus do submundo. Essa dupla função, como governante e divindade, conferia ao faraó uma posição singular na sociedade egípcia, sendo central na organização do Estado e nas crenças religiosas do povo.

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Os primeiros faraós

Os primeiros faraós surgiram com a unificação do Alto e Baixo Egito, por volta de 3100 a.C., um evento atribuído ao faraó Menés, também conhecido como Narmer. Ele foi o fundador da primeira dinastia do Egito e é amplamente reconhecido como o unificador das duas regiões. A partir desse ponto, os faraós se tornaram governantes de um vasto território que se estendia ao longo do rio Nilo.

Busto do rei Narmer, o primeiro faraó.
Busto do rei Narmer, o primeiro faraó.[1]

Os faraós das primeiras dinastias se concentraram em consolidar o poder e desenvolver as bases administrativas do Estado egípcio. Esse período de formação e estabelecimento do poder faraônico resultou em grandes avanços na arquitetura, religião e organização social, além da construção de monumentos que celebravam a divindade e o poder dos reis.

Veja também: Quais são os deuses do Egito Antigo?

Qual era a função de um faraó?

O faraó desempenhava uma série de funções que envolviam tanto a administração do Estado quanto a manutenção das crenças religiosas. No aspecto político, ele era responsável por tomar decisões sobre a organização territorial, a condução de guerras e a administração da justiça. O faraó também controlava a economia, centralizando a produção agrícola e os tributos.

Na esfera religiosa, sua função principal era garantir o equilíbrio e a harmonia do Egito, conhecida como ma'at, que envolvia a ordem cósmica e social. O faraó, em seu vínculo com os deuses, intercedia em nome do povo, liderava rituais e supervisionava a construção de templos e monumentos dedicados às divindades.

Como era a vida do faraó

A vida de um faraó era marcada por tradições, responsabilidades e uma rotina que envolvia atividades religiosas e políticas.

→ Coroação do faraó

A coroação de um faraó era um ritual de grande importância, simbolizando a ascensão do novo governante como sucessor divino. Durante a cerimônia, o faraó recebia a coroa dupla, composta pela coroa vermelha do Baixo Egito e a coroa branca do Alto Egito, simbolizando a unificação das duas regiões. A coroação também envolvia o recebimento de títulos sagrados, e o novo faraó era apresentado ao povo como um deus vivo.

→ Educação do faraó

Os faraós recebiam uma educação extensa, principalmente na juventude, sendo preparados para suas responsabilidades como líderes. A educação dos príncipes incluía o estudo de textos religiosos, história, matemática e habilidades militares, além de ensinamentos sobre a administração do Estado. Também aprendiam a governar de acordo com a ma'at, a ordem divina e social que era crucial para o bem-estar do Egito.

→ Rotina do faraó

A rotina de um faraó envolvia audiências com oficiais do governo, supervisionar a construção de templos e túmulos, e realizar cerimônias religiosas em honra aos deuses. Os faraós também recebiam embaixadores estrangeiros, participavam de campanhas militares e revisavam decisões jurídicas. Eles tinham que manter a estabilidade interna e a segurança externa, fosse por meio da diplomacia, fosse por meio da guerra.

Faraós mais famosos da história

Alguns faraós ficaram conhecidos não apenas pelo seu governo como também por suas realizações e legado. Entre eles:

  • Tutancâmon (1332-1323 a.C.) tornou-se um dos faraós mais conhecidos, especialmente após a descoberta de sua tumba quase intacta em 1922, cheia de tesouros.
Máscara mortuária do faraó Tutancâmon, feita de ouro.
Máscara mortuária do faraó Tutancâmon, feita de ouro.
  • Ramsés II (1279-1213 a.C.), também chamado de Ramsés, o Grande, é lembrado por suas grandiosas construções, como os templos de Abu Simbel, e por seu longo reinado.
  • Cleópatra VII (51-30 a.C.) foi a última governante do Egito antes de sua anexação ao Império Romano. Ela é lembrada por suas alianças com Júlio César e Marco Antônio e por sua luta para manter a independência egípcia.
  • Akhenaton (1353-1336 a.C.) foi um faraó que tentou instituir o monoteísmo no Egito, promovendo o culto exclusivo ao deus Aton, o que provocou grande agitação religiosa e social.

Quantos faraós o Egito teve?

O número exato de faraós é incerto, mas estima-se que o Egito tenha tido entre 170 e 200 faraós ao longo de suas 30 dinastias, que cobrem aproximadamente 3000 anos de história. Essas dinastias englobam períodos de estabilidade e prosperidade, assim como momentos de fragmentação e invasão estrangeira.

Cada dinastia era composta por uma linha de reis que governavam consecutivamente, sendo o poder transmitido geralmente de pai para filho, embora também houvesse casos de usurpadores e mudanças dinásticas por meio de golpes e conquistas.

Quem foi o último faraó?

Representação de Cleópatra VII, o último faraó, na parede de um templo.
Representação de Cleópatra VII, o último faraó, na parede de um templo.

O último faraó foi Cleópatra VII, que governou entre 51 e 30 a.C. Sua morte marcou o fim do Antigo Egito como um reino independente e a transição para o domínio romano. Após a derrota de suas forças, com as de Marco Antônio, na Batalha de Ácio, Cleópatra cometeu suicídio, e o Egito foi anexado ao Império Romano, tornando-se uma província sob o comando de Roma. A morte de Cleópatra simbolizou o fim de mais de três milênios de reinado faraônico.

Qual a origem dos faraós?

A origem dos faraós está intimamente ligada à unificação do Egito, por volta de 3100 a.C., quando os reinos do Alto e Baixo Egito foram unidos sob um único governante. Acredita-se que essa centralização de poder tenha sido necessária para controlar o uso das terras férteis ao longo do rio Nilo, essencial para a agricultura e a sobrevivência do povo egípcio.

A realeza egípcia também se baseava em um conceito divino, com a crença de que os faraós eram descendentes diretos dos deuses, legitimando sua autoridade e seu papel de intermediação entre os humanos e o divino.

Saiba mais: A arte egípcia e sua relação com a crença na vida a pós a morte

Curiosidades sobre os faraós

Múmia do faraó Tutancâmon em exposição no Egito.
Múmia do faraó Tutancâmon. Para os egípcios, a mumificação preservava o corpo do faraó para a eternidade.
  • Muitos faraós se casavam com suas irmãs ou meias-irmãs para preservar a pureza do sangue real.
  • A nemês era uma touca usada pelo faraó e simbolizava seu poder.
  • O faraó Akhenaton tentou transformar o Egito em um Estado monoteísta, adorando apenas ao deus Aton, mas essa tentativa foi revertida após sua morte.
  • Apesar de ser uma das figuras mais conhecidas da história egípcia, a tumba de Cleópatra nunca foi encontrada.
  • A barba postiça usada pelos faraós durante cerimônias oficiais simbolizava a divindade, pois deuses egípcios eram frequentemente retratados com barbas.
  • Ramsés II, conhecido por sua longevidade e por ser um dos maiores construtores do Antigo Egito, teve mais de 100 filhos.
  • A prática de mumificação era essencial para garantir que o faraó pudesse desfrutar da vida após a morte, preservando seu corpo para a eternidade.

Créditos da imagem

[1] Tamer A Soliman/ Shutterstock

Fontes

CARDOSO, Ciro. O Antigo Egito. São Paulo: Brasiliense, 1989.

PINSKI, Jaime. As Primeiras Civilizações. São Paulo: Contexto, 1995.

Escritor do artigo
Escrito por: Tiago Soares Campos Bacharel, licenciado e doutorando em História pela USP. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito pela PUC. É professor de História e autor de materiais didáticos há mais de 15 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CAMPOS, Tiago Soares. "Faraó"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/farao.htm. Acesso em 13 de outubro de 2024.

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