O faraó era o soberano do Antigo Egito, considerado tanto líder político quanto religioso. Era visto como uma divindade viva responsável por garantir a ordem e governar o Estado. Surgiu por volta de 3100 a.C., com a unificação do Alto e Baixo Egito sob Menés, que consolidou o poder central. Sua função envolvia administração política, economia, justiça e a manutenção da ordem cósmica por meio de rituais religiosos.
A coroação do faraó marcava sua ascensão divina, e sua educação, desde cedo, preparava-o para governar com sabedoria e respeito à ordem estabelecida. No dia a dia, o faraó liderava rituais, supervisionava construções e tomava decisões políticas. Entre os mais famosos, estiveram Tutancâmon, Ramsés II, Cleópatra VII e Akhenaton, que deixaram legados marcantes na história egípcia.
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O faraó era o título dado ao soberano do Antigo Egito, que governava tanto como líder político quanto como líder religioso. O termo faraó deriva da expressão egípcia per-aa, que significa “grande casa”, referindo-se inicialmente ao palácio real, mas que passou a designar o próprio monarca.
Além de governar como chefe de Estado, o faraó era visto como uma figura divina, sendo considerado a encarnação viva de Hórus, o deus do céu, e, após a morte, associado a Osíris, deus do submundo. Essa dupla função, como governante e divindade, conferia ao faraó uma posição singular na sociedade egípcia, sendo central na organização do Estado e nas crenças religiosas do povo.
Os primeiros faraós surgiram com a unificação do Alto e Baixo Egito, por volta de 3100 a.C., um evento atribuído ao faraó Menés, também conhecido como Narmer. Ele foi o fundador da primeira dinastia do Egito e é amplamente reconhecido como o unificador das duas regiões. A partir desse ponto, os faraós se tornaram governantes de um vasto território que se estendia ao longo do rio Nilo.
Os faraós das primeiras dinastias se concentraram em consolidar o poder e desenvolver as bases administrativas do Estado egípcio. Esse período de formação e estabelecimento do poder faraônico resultou em grandes avanços na arquitetura, religião e organização social, além da construção de monumentos que celebravam a divindade e o poder dos reis.
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O faraó desempenhava uma série de funções que envolviam tanto a administração do Estado quanto a manutenção das crenças religiosas. No aspecto político, ele era responsável por tomar decisões sobre a organização territorial, a condução de guerras e a administração da justiça. O faraó também controlava a economia, centralizando a produção agrícola e os tributos.
Na esfera religiosa, sua função principal era garantir o equilíbrio e a harmonia do Egito, conhecida como ma'at, que envolvia a ordem cósmica e social. O faraó, em seu vínculo com os deuses, intercedia em nome do povo, liderava rituais e supervisionava a construção de templos e monumentos dedicados às divindades.
A vida de um faraó era marcada por tradições, responsabilidades e uma rotina que envolvia atividades religiosas e políticas.
A coroação de um faraó era um ritual de grande importância, simbolizando a ascensão do novo governante como sucessor divino. Durante a cerimônia, o faraó recebia a coroa dupla, composta pela coroa vermelha do Baixo Egito e a coroa branca do Alto Egito, simbolizando a unificação das duas regiões. A coroação também envolvia o recebimento de títulos sagrados, e o novo faraó era apresentado ao povo como um deus vivo.
Os faraós recebiam uma educação extensa, principalmente na juventude, sendo preparados para suas responsabilidades como líderes. A educação dos príncipes incluía o estudo de textos religiosos, história, matemática e habilidades militares, além de ensinamentos sobre a administração do Estado. Também aprendiam a governar de acordo com a ma'at, a ordem divina e social que era crucial para o bem-estar do Egito.
A rotina de um faraó envolvia audiências com oficiais do governo, supervisionar a construção de templos e túmulos, e realizar cerimônias religiosas em honra aos deuses. Os faraós também recebiam embaixadores estrangeiros, participavam de campanhas militares e revisavam decisões jurídicas. Eles tinham que manter a estabilidade interna e a segurança externa, fosse por meio da diplomacia, fosse por meio da guerra.
Alguns faraós ficaram conhecidos não apenas pelo seu governo como também por suas realizações e legado. Entre eles:
O número exato de faraós é incerto, mas estima-se que o Egito tenha tido entre 170 e 200 faraós ao longo de suas 30 dinastias, que cobrem aproximadamente 3000 anos de história. Essas dinastias englobam períodos de estabilidade e prosperidade, assim como momentos de fragmentação e invasão estrangeira.
Cada dinastia era composta por uma linha de reis que governavam consecutivamente, sendo o poder transmitido geralmente de pai para filho, embora também houvesse casos de usurpadores e mudanças dinásticas por meio de golpes e conquistas.
O último faraó foi Cleópatra VII, que governou entre 51 e 30 a.C. Sua morte marcou o fim do Antigo Egito como um reino independente e a transição para o domínio romano. Após a derrota de suas forças, com as de Marco Antônio, na Batalha de Ácio, Cleópatra cometeu suicídio, e o Egito foi anexado ao Império Romano, tornando-se uma província sob o comando de Roma. A morte de Cleópatra simbolizou o fim de mais de três milênios de reinado faraônico.
A origem dos faraós está intimamente ligada à unificação do Egito, por volta de 3100 a.C., quando os reinos do Alto e Baixo Egito foram unidos sob um único governante. Acredita-se que essa centralização de poder tenha sido necessária para controlar o uso das terras férteis ao longo do rio Nilo, essencial para a agricultura e a sobrevivência do povo egípcio.
A realeza egípcia também se baseava em um conceito divino, com a crença de que os faraós eram descendentes diretos dos deuses, legitimando sua autoridade e seu papel de intermediação entre os humanos e o divino.
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Créditos da imagem
[1] Tamer A Soliman/ Shutterstock
Fontes
CARDOSO, Ciro. O Antigo Egito. São Paulo: Brasiliense, 1989.
PINSKI, Jaime. As Primeiras Civilizações. São Paulo: Contexto, 1995.
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/historiag/farao.htm