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O califórnio é um elemento químico de símbolo “Cf” e número atômico 98 que pertence ao grupo dos actinídeos na Tabela Periódica. Nesse sentido, ele apresenta alta radioatividade e uma capacidade de emitir nêutrons espontaneamente, especialmente no isótopo califórnio-252. Além disso, ele se destaca por ser um dos poucos elementos transurânicos (elementos além do urânio) que podem ser produzidos em quantidades apreciáveis, embora ainda seja extremamente raro e caro, pois sua produção é complexa e requer tecnologia avançada, o que contribui para seu alto custo.
Apesar disso, ele possui diversas aplicações importantes, especialmente em campos como a medicina, a indústria e a pesquisa científica. Uma das suas principais utilizações é como uma fonte de nêutrons em detectores de metais e em tratamentos de câncer, nos quais sua capacidade de emitir radiação de alta intensidade é aproveitada. Contudo, devido à sua intensa radioatividade, o seu manuseio e armazenamento requerem medidas rigorosas de segurança.
Leia também: Amerício — outro elemento químico que pertence ao grupo dos actinídeos
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o califórnio
- 2 - Propriedades do califórnio
- 3 - Características do califórnio
- 4 - Onde o califórnio é encontrado?
- 5 - Ocorrência do califórnio
- 6 - Obtenção do califórnio
- 7 - Aplicações do califórnio
- 8 - Precauções com o califórnio
- 9 - História do califórnio
- 10 - Curiosidades sobre o califórnio
Resumo sobre o califórnio
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O califórnio é um metal prateado de número atômico 98, altamente radioativo e tóxico.
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É um elemento químico que está localizado no grupo dos actinídeos, na sétima linha e no bloco f da tabela periódica.
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Seus isótopos variam em massa de 248 a 254, sendo o califórnio-252 o mais importante.
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Pode formar diversos compostos, mas seu uso é limitado pela radioatividade.
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É produzido em reatores nucleares por bombardeio de cúrio-244 com partículas alfa.
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Pode ser encontrado como produto de decaimento radioativo de elementos como o plutônio e o cúrio.
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É usado na radiografia de nêutrons, nos detectores de minérios, na análise de poços de petróleo e na braquiterapia.
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Também é usado para estudar reações nucleares e propriedades dos elementos, bem como para a criação de elementos mais pesados.
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É aplicado em dispositivos para detectar materiais explosivos e nucleares, bem como em dosímetros e em detectores para monitorar a exposição à radiação.
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Dever ser mantido em contêineres blindados e em áreas controladas.
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Sua manipulação requer o uso de roupas, de luvas e de óculos de proteção.
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Seus isótopos têm meias-vidas relativamente curtas comparadas a outros elementos transurânicos.
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Foi descoberto em 1950 por Albert Ghiorso, Stanley G. Thompson e Glenn T. Seaborg na Universidade da Califórnia, em Berkeley.
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Foi nomeado em homenagem ao estado da Califórnia e à Universidade da Califórnia.
Propriedades do califórnio
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Símbolo: Cf.
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Massa atômica: 251 u.
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Número atômico: 98.
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Configuração eletrônica: [Rn] 5f10 7s2.
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Eletronegatividade: 1,3 (escala Pauling).
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Eletroafinidade: Desconhecida
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Série química: Actinídeos.
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Ponto de fusão: 900°C.
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Ponto de ebulição: 1470°C.
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Energia de ionização: 608 kJ/mol (primeira ionização).
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Densidade: 15,1 g/cm³.
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Estado de oxidação: +3, +4.
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Raio Atômico (van der Waals): 245 pm.
Características do califórnio
O califórnio é um metal prateado transurânico, altamente radioativo, que emite principalmente partículas alfa e nêutrons. Oxida lentamente ao ar, formando uma camada de óxido na superfície, contudo, em condições de laboratório, ele pode ser mantido em um estado estável e manipulável. Possui densidade relativamente alta e é um elemento quimicamente reativo, capaz de formar compostos com outros elementos, como haletos e óxidos.
Ademais, sua configuração eletrônica [Rn] 5f10 7s2, indica que possui elétrons na camada f, característico dos actinídeos, tal qual contribui para suas propriedades químicas e físicas específicas.
Onde o califórnio é encontrado?
O califórnio, assim como a maioria dos actinídeos, não ocorre naturalmente em quantidades significativas na crosta terrestre, sendo, portanto, produzido artificialmente em laboratórios em um processo que envolve o bombardeamento de átomos de cúrio-242 com partículas alfa (íons de hélio) para produzir califórnio-245, que é posteriormente convertido em isótopos utilizáveis de califórnio.
Ocorrência do califórnio
No que tange à ocorrência do califórnio, o isótopo plutônio-244, que ocorre naturalmente em quantidades extremamente pequenas, pode eventualmente gerar califórnio-248 por meio de reações nucleares naturais ou em ambientes de alta energia. Contudo, essas quantidades são insignificantes para aplicações práticas e não constituem uma fonte natural de califórnio, ou seja, sua ocorrência é predominantemente artificial.
Sendo assim, neste tópico, iremos voltar nosso olhar para seus isótopos, dentre os quais o califórnio-252 é o mais desejado devido à sua capacidade de emitir nêutrons espontaneamente. Nesse sentido, destacamos a seguir os mais conhecidos e estudados, bem como seus respectivos tempos de meia-vida aproximados:
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Califórnio-249 (Cf-249): 351 anos.
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Califórnio-250 (Cf-250): 13 anos.
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Califórnio-251 (Cf-251): 898 anos.
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Califórnio-252 (Cf-252): 2,645 anos.
De modo análogo, podemos citar outros isótopos menos comuns com menores tempos de meia-vida:
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Califórnio-248 (Cf-248): 333 dias.
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Califórnio-253 (Cf-253): 17,81 dias.
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Califórnio-254 (Cf-254): 60,5 dias.
Obtenção do califórnio
A obtenção do califórnio ocorre por meio de processos artificiais em laboratórios especializados e tem uma produção limitada a algumas instalações especializadas em todo o mundo, sendo o Oak Ridge National Laboratory, nos Estados Unidos, um dos principais produtores. Diante disso, vejamos a seguir as principais etapas envolvidas nesse processo:
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Produção do cúrio-242: O processo inicia-se com a produção de cúrio-242, que é utilizado como material de partida.
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Bombardeamento: Átomos de cúrio-242 são bombardeados com partículas alfa em reatores nucleares ou aceleradores de partículas.
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Formação do califórnio-245: O bombardeamento resulta na formação do isótopo califórnio-245.
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Decaimentos radioativos: O califórnio-245 passa por uma série de decaimentos radioativos e de reações nucleares que resultam em isótopos utilizáveis de califórnio, como o califórnio-252.
Acesse também: Livermório — elemento sintético, superpesado e altamente instável produzido em laboratórios por meio de fusões nucleares
Aplicações do califórnio
O califórnio-252 é o isótopo do califórnio que mais possui aplicações, sendo o mais versátil e amplamente utilizado devido à sua alta emissão de nêutrons, o que o torna essencial para diferentes áreas. Sendo assim, veremos adiante um pouco mais sobre as aplicações desse elemento:
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Fontes de nêutrons: O califórnio-252 é amplamente utilizado como uma potente fonte de nêutrons em várias aplicações, incluindo radiografia de nêutrons para inspeção de componentes e materiais, bem como em detectores de metais e minérios.
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Tratamento de câncer: Na medicina, o califórnio-252 é utilizado em braquiterapia para o tratamento de certos tipos de câncer, de modo que a radiação é utilizada para destruir células cancerígenas.
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Pesquisa científica: De modo geral, o califórnio é utilizado em pesquisas sobre reações nucleares e sobre as propriedades dos elementos, ajudando a expandir o conhecimento científico sobre a física nuclear.
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Produção de outros elementos: Pode ser utilizado como material de partida para a produção de elementos mais pesados, incluindo o oganessônio (elemento 118).
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Detectores de explosivos: O califórnio-252 é empregado em detectores de nêutrons utilizados na segurança para a detecção de explosivos e materiais nucleares, sendo útil em aplicações de segurança e defesa.
Em meio a isso, enquanto o califórnio-249 e o califórnio-251 são importantes para pesquisas científicas e para a produção de elementos mais pesados, eles não possuem a mesma gama de aplicações práticas que o califórnio-252.
Precauções com o califórnio
No que pese à sua natureza radioativa, o manuseio do califórnio exige diversas precauções rigorosas para garantir a segurança dos trabalhadores e do ambiente, como, por exemplo, realizar inspeções regulares e manutenção dos equipamentos de proteção e das áreas de trabalho. Diante disso, vejamos a seguir outros cuidados essenciais que quem trabalha com este elemento deve ter:
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É necessário utilizar equipamentos de proteção adequados, como dosímetros e detectores de radiação, para monitorar a exposição à radiação, pois ele emite radiação gama e nêutrons, os quais podem causar danos à saúde e aumentar o risco de câncer.
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É preciso usar roupas de proteção, luvas e óculos de segurança, além de seguir as normas de segurança radiológica, a fim de minimizar a exposição direta à radiação e evitar a contaminação.
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Ele deve ser armazenado em contêineres blindados e em áreas designadas que atendam aos requisitos de segurança radiológica para evitar vazamentos de radiação e garantir que o material radioativo esteja isolado.
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Seu manuseio deve ser feito em ambientes controlados, como laboratórios com barreiras de proteção e ventilação adequada.
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É necessário seguir procedimentos rigorosos para o descarte de resíduos e materiais contaminados, conforme as regulamentações de resíduos radioativos, pois a disposição inadequada pode levar a contaminação ambiental e riscos à saúde pública.
Veja também: Quais são os elementos radioativos?
História do califórnio
No que tange à sua história, o califórnio foi descoberto em 1950 por uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley. A equipe, composta por Albert Ghiorso, Stanley G. Thompson e Glenn T. Seaborg, descobriu o califórnio enquanto bombardeava um alvo de cúrio-242 com partículas alfa no ciclotron (acelerador de partículas) da universidade. Esse experimento resultou na criação do isótopo califórnio-245, uma conquista significativa no campo da química nuclear, e marcou a identificação do sexto elemento transurânico.
Outro ponto importante é que o nome "califórnio" foi escolhido em homenagem ao estado da Califórnia e à Universidade da Califórnia, onde a descoberta ocorreu. Tal escolha seguiu a tradição de nomear novos elementos em homenagem a locais ou a instituições de importância científica. Em meio a isso, a descoberta desse elemento foi anunciada oficialmente em 1950 e adicionada à Tabela Periódica, ampliando o conhecimento sobre elementos transurânicos e suas propriedades.
Desde então, a produção de califórnio tem sido realizada principalmente em reatores nucleares, de modo que uma das poucas instalações capazes de produzi-lo em quantidades significativas é o Oak Ridge National Laboratory, nos Estados Unidos. Portanto, nem precisamos reforçar o quanto a produção desse metal é complexa e cara, o que não é tão diferente dos outros elementos artificiais.
Curiosidades sobre o califórnio
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Foi nomeado em homenagem ao estado da Califórnia e à Universidade da Califórnia, onde foi descoberto.
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Tem um dos pesos atômicos mais altos entre os elementos que podem ser produzidos em quantidades perceptíveis
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Comparado a outros elementos transurânicos, os seus isótopos têm meias-vidas relativamente curtas, tornando o elemento menos persistente no meio ambiente.
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Além de ser radioativo, é altamente tóxico, exigindo medidas rigorosas de proteção e manuseio para evitar contaminação e exposição.
Fontes
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