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Svante August Arrhenius nasceu no ano de 1859, na Suécia. Em 1876, ingressou na Universidade de Uppsala. Esse químico ficou mais famoso por sua Teoria da Dissociação Iônica. Na realidade, esse foi o tema da sua tese de doutorado, defendida em 1884.
Arrhenius começou em 1881 a realizar inúmeras experiências relacionadas à passagem de corrente elétrica através de soluções aquosas e, em 17 de maio de 1883, baseado nos resultados observados, ele chegou à teoria mencionada, na qual formulou a hipótese de que a condutividade elétrica estava relacionada à presença de íons nas soluções.
Ao defender sua tese, com o título de Pesquisas sobre condutividade galvânica, que na realidade era uma teoria nova, houve uma discussão com os examinadores, que durou por quatro horas. Isso era de se esperar, afinal de contas suas ideias sobre a existência de íons iam contra o modelo atômico aceito na época, que era o de Dalton, que falava em partículas neutras e indivisíveis. Os examinadores decidiram conceder-lhe o título de doutor, porém, não em virtude da aprovação de sua tese – pois ela recebeu a nota mínima para não ser recusada –, mas sim porque ele era um bom aluno, com ótimas notas.
Isso não fez com que ele desanimasse, pois daí em diante passou a se dedicar ao estudo dessas soluções eletrolíticas. O químico Wilhelm Friedrich Ostwald (1853-1932) o ajudou, conseguindo para ele uma bolsa de estudos. Assim, Arrhenius continuou trabalhando com Ostwald e com Jacobus Henricus Van’t Hoff (1852-1911), dois químicos renomados.
Mesmo com o apoio deles, seus resultados continuaram sendo muito combatidos pela comunidade científica.
Com o tempo, Arrhenius obteve o cargo de professor do Instituto de Estocolmo. Mais tarde, ele conseguiu a cátedra, isto é, tornou-se professor titular de uma disciplina universitária. Todavia, conferiram-lhe essa função sem muito entusiasmo, pois achavam que ele não estava preparado. Mas algo que o ajudou a conseguir a cátedra foi que a sua teoria da dissociação estava começando a ser aceita – inclusive a Sociedade Munsen escolheu Arrhenius como seu sócio honorário por causa dessa teoria.
Em 1895, ele foi nomeado professor da Universidade de Estocolmo; e dois anos depois se tornou o reitor dessa instituição. Em 1902, recebeu a medalha Davy da Real Society; e, em 1903, recebeu a maior honra que um cientista poderia receber: o Prêmio Nobel de Química, por sua tão criticada tese de doutorado.
Mas realmente esse prêmio foi muito merecido, afinal de contas a teoria da dissociação iônica foi muito importante. Ela explicou um grande número de fenômenos já conhecidos, contribuiu para o desenvolvimento das teorias eletrônicas da matéria e causou o desenvolvimento de várias linhas de pesquisa, inclusive colaborando para estabelecer as bases científicas da química analítica. Além disso, estudos posteriores de Arrhenius, sobre a natureza dos íons existentes nas soluções iônicas ou eletrolíticas, levaram à elaboração das definições das funções inorgânicas dos ácidos, bases e sais.
Arrhenius morreu em 1927, em Estocolmo.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química