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Moby Dick

Moby Dick é um famoso romance estado-unidense escrito por Herman Melville. Conta a história da caça a uma baleia-branca chamada Moby Dick, uma verdadeira obsessão do capitão Ahab.

Capa do livro Moby Dick, de Herman Melville, publicado pela editora SM.
Capa do livro Moby Dick, de Herman Melville, publicado pela editora SM.[1]
Crédito da Imagem: Editora SM
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Moby Dick é um romance do Romantismo estado-unidense. Publicado, pela primeira vez, em 1851, ele conta a história do capitão Ahab e sua busca obsessiva pela baleia Moby Dick. Ahab não tem uma perna, e a responsável por isso é essa temível baleia-branca. O capitão só tem um objetivo na vida: matar a baleia Moby Dick.

A obra de Herman Melville apresenta características do que se convencionou chamar de Romantismo sombrio. Assim, o romance Moby Dick é marcado pela morbidez e pelo pessimismo. Mostra o ser humano como um ser irracional e falível, em oposição à vertente transcendentalista romântica.

Leia também: Dica de leitura: os 30 melhores livros para ler

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Moby Dick

  • Moby Dick é um romance do estado-unidense Herman Melville.

  • Foi publicado, pela primeira vez, em 1851.

  • O romance conta a história do capitão Ahab, que empreende uma busca insana à baleia Moby Dick.

  • A obra conta com um narrador-personagem chamado Ishmael, membro da tripulação do navio Pequod.

  • Herman Melville é um autor do Romantismo estado-unidense, mais particularmente do Romantismo sombrio.

  • Suas obras apresentam pessimismo, morbidez e mostram a fragilidade humana.

Análise da obra Moby Dick

→ Personagens da obra Moby Dick

  • Archy.

  • Bunger.

  • Bulkington.

  • Cabaco.

  • Capitão Ahab.

  • Capitão Bildad.

  • Capitão Derick de Deer.

  • Capitão Gardiner.

  • Capitão Mayhew.

  • Capitão Peleg.

  • Daggoo.

  • Dough-boy.

  • Elijah.

  • Estalajadeiro.

  • Fedallah.

  • Flask.

  • Gabriel.

  • Hosea Hussey.

  • Ishmael.

  • Moby Dick.

  • Padre Mapple.

  • Perth.

  • Pippin ou Pip.

  • Queequeg.

  • Senhora Hussey.

  • Smut.

  • Starbuck.

  • Stubb.

  • Tashtego.

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→ Tempo da obra Moby Dick

A narrativa conta com um tempo cronológico. Já a ação se passa em algum momento do século XIX. No capítulo 85, há uma possível indicação do tempo da narração, quando o narrador diz:

Que por seis mil anos — e ninguém sabe quantos milhões de eras antes — as grandes baleias tenham estado a soprar pelos oceanos, borrifando e mistificando os jardins profundos, como tantos regadores e vaporizadores; e que, por séculos, milhares de caçadores estivessem próximos da fonte da baleia, assistindo aos borrifos e esguichos — que tudo isso tenha ocorrido e que, até este abençoado momento (uma hora, quinze minutos e quinze segundos da tarde, do dia dezesseis de dezembro de 1850 d.C.), ainda seja um problema saber se os sopros são, afinal de contas, de água mesmo ou nada além de vapor — isto é sem dúvida algo notável.

Portanto, o tempo da narrativa, ou seja, o período em que ocorreram os acontecimentos narrados, teria sido antes disso, isto é, na primeira metade do século XIX.

→ Espaço da obra Moby Dick

A história se passa, a princípio, nos Estados Unidos. Parte da ação transcorre na Estalagem do Jato, localizada em New Bedford, cidade do estado de Massachusetts. Em seguida, no mesmo estado, a ação transcorre na vila de Nantucket. Depois, no baleeiro Pequod.

O navio esteve “ao largo dos Açores; ao largo de Cabo Verde; no Prata (assim chamado), ao largo da foz do rio da Prata; e Carrol Ground, uma extensão marítima não delimitada, ao sul de Santa Helena”. Também navegou perto das ilhas Crozet, da ilha de Java, chegou ao estreito de Sonda e navegou no oceano Pacífico, “ao longo das ilhas Bashi”.

→ Enredo da obra Moby Dick

Ilustração de uma baleia atacando um navio, uma alusão a Moby Dick.
Moby Dick conta a história da tripulação de um baleeiro em busca de uma feroz e inteligente baleia-branca.

Ishmael está sem dinheiro e decide navegar. Segundo ele, sempre procura as águas quando está muito triste. Quando vai ao mar, ele prefere fazer isso como marinheiro raso, “logo à frente do mastro, no prumo do castelo de proa ou no topo do mastaréu de joanete”. E, dessa vez, ele embarca em um baleeiro.

Antes, porém, ele se hospeda na Estalagem do Jato. À noite, ouve um tumulto lá fora e fica sabendo que um navio chamado Orca, que estava longe havia quatro anos, tinha voltado. A tripulação vai comemorar na estalagem, e o narrador percebe que um deles “se mantinha um tanto arredio”, o que desperta a curiosidade de Ishmael.

Seu nome é Bulkington, e ele logo dá um jeito de sair dali. Na estalagem, Ishmael conhece o exótico Queequeg (um canibal originário da ilha de Kokovoko), com quem é obrigado a dividir a cama. No dia seguinte, caminha por New Bedford, vai até uma capela e ouve as palavras do padre Mapple.

No outro dia, juntamente com Queequeg, o narrador embarca em uma escuna, com destino à vila de Nantucket. Nessa vila, se hospeda em outra estalagem, para depois embarcar no baleeiro Pequod. Nesse navio, ele reencontra Bulkington. Por vários dias, o capitão Ahab se mantém afastado da tripulação, em sua cabine.

Finalmente, ele sai da cabine. Tem o hábito de fumar cachimbo e possui uma perna de marfim. Durante a viagem, Ishmael fica sabendo que a perna do capitão Ahab foi arrancada por causa de uma baleia branca, chamada Moby Dick. E mais, descobre que estão naquele navio com a missão de capturarem Moby Dick.

Ahab envolve a tripulação em uma busca insana a Moby Dick, quer matar a baleia e, assim, ter sua vingança. A baleia passa a ser, para a tripulação, uma figura monstruosa e temível. Assim, o narrador relata a rotina no navio, os desafios da navegação marítima, a agitação das ondas e os perigos das tempestades.

“A sudeste do cabo, ao largo das distantes ilhas Crozet”, eles cruzam com um navio chamado Albatroz. Querem saber se a tripulação do Albatroz viu a baleia-branca. Porém,  “quando o capitão desconhecido, debruçando-se sobre a pálida amurada, ia levar o porta-voz à boca, este se soltou de sua mão e acabou caindo no mar; e, com o vento soprando agora furiosamente, ele tentava em vão se fazer ouvir sem aquilo. Enquanto isso, seu navio aumentava a distância entre nós”.

Os marinheiros do Pequod veem tal acontecimento como um sinal de mau agouro. Assim, em meio à obsessão do capitão Ahab, vai se criando também uma aura mística e sombria sobre a tripulação. Eles estão no oceano Índico quando veem uma baleia-branca. A tripulação então se esforça para matar o animal:

A corrente vermelha jorrava de todos os lados do monstro, como riachos colina abaixo. Seu corpo torturado rolava não mais na água salgada, mas no sangue, que borbulhava e fervia por centenas de metros em sua esteira. O sol crepuscular, lançando luz sobre aquele lago carmim, devolvia seu reflexo aos rostos de todos, que cintilavam entre si como se fossem peles-vermelhas. Por todo esse tempo, jatos e mais jatos de fumaça branca eram esguichados em agonia do espiráculo da baleia [...].

No entanto, aquela ainda não era Moby Dick. Depois, outras baleias são mortas. Todo navio que passa pelo Pequod é inquirido por Ahab: “Ó, de bordo! Viste a Baleia Branca?”. No mais, Queequeg se torna grande amigo de Ishmael e tem uma febre que quase o mata. Surpreendentemente, o canibal escapa da morte, por enquanto.

Finalmente, o Pequod encontra o navio Rachel, que dá notícia de Moby Dick, a qual foi vista no dia anterior. Outro navio, o Delícia, está em destroços depois de enfrentar a baleia-branca. Então, finalmente, a tripulação do Pequod avista Moby Dick e tem início a caçada que vai durar três dias.

Porém, Moby Dick é uma adversária feroz e inteligente: “Mergulhando por baixo do navio que afundava, a baleia correu trêmula ao longo da quilha; virando-se debaixo da água, contudo, voltou depressa à superfície, longe da proa, a bombordo, mas a poucas jardas do bote de Ahab, onde, por um momento, ficou imóvel”.

Moby Dick acaba afundando o Pequod. E Ishmael é o único sobrevivente, aquele que vive para contar a história. Quanto a Ahab, chega a atingir a baleia e morre por isso:

O arpão foi arremessado; a baleia atingida avançou; com uma rapidez inflamada, a linha correu pela ranhura — emaranhou-se. Ahab curvou-se para soltá-la; e soltou-a; mas a volta volante apanhou-o pelo pescoço e em silêncio, como os Turcos mudos estrangulam suas vítimas, foi atirado para fora do bote, antes que a tripulação percebesse que havia morrido. No instante seguinte, o pesado nó corredio da ponta final da linha voou da selha vazia, derrubou um remador e, batendo no mar, desapareceu nas profundezas.

Veja também: O que não pode faltar em uma narrativa?

Quem é o narrador da obra Moby Dick?

A obra conta com um narrador-personagem, ou seja, o personagem Ishmael é quem conta a história.

Características da obra Moby Dick

→ Estrutura da obra Moby Dick

O romance possui 135 capítulos e um epílogo. A narrativa é intercalada por várias explicações sobre procedimentos da navegação marítima, além de informações detalhadas acerca das baleias.

→ Estilo literário da obra Moby Dick

Publicado, pela primeira vez, em 1851, o romance Moby Dick está inserido no Romantismo estado-unidense. Mais particularmente, no que se convencionou chamar de “Romantismo sombrio”. Essa vertente romântica é marcada por morbidez, subjetividade, irracionalidade e pessimismo. Moby Dick também apresenta caráter teocêntrico ou místico.

O que significa “Moby Dick”?

Moby Dick é o nome da baleia-branca que o capitão Ahab busca matar, depois que ela causou a amputação de uma de suas pernas. Essa baleia feroz, um monstro dos mares, passa a representar o mal, que precisa ser combatido e vencido. Desse modo, essa baleia pode ter múltiplos significados. Afinal, ela pode ser o destino, uma ameaça, um desafio, o sentido da existência, a morte ou mesmo a luta pela vida.

Contexto histórico da obra Moby Dick

A independência dos Estados Unidos foi reconhecida pela Inglaterra em 1783, após a Guerra de Independência. Assim, os Estados Unidos aderiram à república, baseada na autonomia dos estados da federação. Houve então um processo de expansão territorial, que custou a vida dos povos indígenas e levou a uma guerra contra o México.

Durante a primeira metade do século XIX, se consolidaram as diferenças culturais e ideológicas entre o Norte e o Sul do país. As diferenças levaram à Gerra de Secessão, que teve início em 1861. Portanto, o Romantismo sombrio surgiu em um contexto de construção da república e de constituição da nacionalidade estado-unidense.

O Romantismo sombrio se opunha à vertente transcendentalista romântica. Ao contrário do Transcendentalismo, que professava a bondade humana, as obras do Romantismo sombrio apontavam as falhas e a fragilidade humana. Tal postura condizia com um contexto marcado por rivalidades, matança e guerra.

Saiba mais: Verossimilhança — recurso responsável pela semelhança de uma obra fictícia com a realidade

Herman Melville, autor de Moby Dick

O escritor Herman Melville, autor de Moby Dick.
O escritor Herman Melville, autor de Moby Dick.

Herman Melville é um escritor estado-unidense. Ele nasceu em 1º de agosto de 1819, em Nova Iorque. Após a morte do pai, o autor parou de estudar e começou a trabalhar com 12 anos de idade. Foi bancário, vendedor e marinheiro. Iniciou sua carreira de escritor em 1846, e o sucesso chegou rápido.

Conhecido como autor de aventuras, ao publicar Moby Dick, em 1851, perdeu popularidade, dada a profundidade de seu romance. Em 1860, passou a dar palestras em seu país. Seis anos depois, conseguiu trabalho como fiscal de alfândega, com o qual ganhou a vida durante os próximos 19 anos. Ele faleceu em 28 de setembro de 1891, em Nova Iorque.

Créditos da imagem

[1] Editora SM (reprodução)

Fontes

LOPES, Mirna Leisi Coelho. Transdisciplinaridade entre literatura e biologia em Moby Dick, de Herman Melville. Idéias, Santa Maria, v. 20, jul./ dez. 2004.

MELVILLE, Herman. Herman Melville. In: MELVILLE, Herman. Bartleby, o escrivão. Tradução de Tatiana Faia. Lisboa: Penguin Clássicos, 2022.

MELVILLE, Herman. Moby Dick. Tradução de Irene Hirsch e Alexandre Barbosa de Souza. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

NEVES, Daniel. Estados Unidos no século XIX. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/os-estados-unidos-no-seculo-xix.htm.

SOARES FILHO, Antonio Coutinho. A batalha sem luta ou a resistência negativa de Bartleby. FronteiraZ, São Paulo, n. 14, 2015.

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Moby Dick"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/moby-dick.htm. Acesso em 08 de outubro de 2024.

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