Notificações
Você não tem notificações no momento.
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Bernardo Carvalho

Bernardo Carvalho é um autor brasileiro, e suas obras fazem parte da literatura contemporânea. Além de romances, como “Nove noites”, escreveu também um livro de contos.

Capa do livro “Aberração”, de Bernardo Carvalho, publicado pela editora Companhia das Letras.[1]
Capa do livro “Aberração”, de Bernardo Carvalho, publicado pela editora Companhia das Letras.[1]
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

Bernardo Carvalho nasceu em 5 de setembro de 1960, no Rio de Janeiro. Estudou Jornalismo e passou a escrever para o jornal Folha de S.Paulo. Autor, sobretudo, de romances, possui um livro de contos: Aberração. Ele recebeu prêmios por suas obras, sendo três vezes ganhador do Jabuti.

O romancista é autor de romances como Mongólia e Nove noites, sendo conhecido principalmente por este último. Suas obras, pertencentes à literatura contemporânea, são caracterizadas pela linguagem objetiva e pela fragmentação narrativa. Além disso, seus personagens são pessoas comuns ou inadaptadas que buscam um sentido para a existência.

Veja também: Conceição Evaristo — importante romancista da literatura contemporânea

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Bernardo Carvalho

  • O escritor brasileiro Bernardo Carvalho nasceu em 1960.
  • Além de contista e romancista, também trabalha como jornalista.
  • Suas obras fazem parte da literatura contemporânea brasileira.
  • Seus livros apresentam personagens em busca de um sentido para si.
  • Seu único livro de contos é a obra intitulada Aberração.
  • Também é autor de romances como Mongólia e Nove noites.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Biografia de Bernardo Carvalho

Bernardo Carvalho nasceu em 5 de setembro de 1960, no Rio de Janeiro. Durante a adolescência, o autor pensou em ser cineasta. Mas, em 1983, concluiu a faculdade de Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Em 1986, residindo em São Paulo, passou a trabalhar no jornal Folha de S.Paulo.

Nesse veículo de comunicação, foi editor do caderno “Folhetim”, correspondente em Nova Iorque, Londres e Paris. Em 1993, recebeu o título de mestre em Cinema, pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, após defender dissertação sobre a obra de Wim Wenders.

Ao descobrir a literatura do austríaco Thomas Bernhard (1931–1989), Bernardo Carvalho entendeu que também podia ser escritor. Em 1993, publicou seu primeiro livro, única obra de contos até o momento, intitulada Aberração. Em 2003, recebeu o Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira e o Jabuti, pelo romance Nove noites.

No mesmo ano, também ganhou o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte pelo seu romance Mongólia, que também levou o Jabuti em 2004. Já em 2014, recebeu outro prêmio Jabuti, com o livro Reprodução. Atualmente, o romancista trabalha como colunista para a Folha de S.Paulo.

Características da obra de Bernardo Carvalho

Bernardo Carvalho é um autor da literatura contemporânea brasileira. Suas obras apresentam as seguintes características:

  • linguagem objetiva e jornalística;
  • personagens em busca de um sentido;
  • questões em torno da sexualidade;
  • mistura de ficção com fatos reais;
  • narrativas de mistério;
  • subversão do gênero policial;
  • protagonistas comuns, não heroicos;
  • temática homoerótica;
  • personagens em trânsito;
  • fragmentação da narrativa;
  • temática do desaparecimento;
  • personagens inadaptados;
  • desnorteio do sujeito contemporâneo.

Saiba mais: Caio Fernando Abreu — um dos escritores mais populares da literatura brasileira

Principais obras de Bernardo Carvalho

  • Aberração (1993);
  • Onze (1995);
  • Os bêbados e os sonâmbulos (1996);
  • Teatro (1998);
  • As iniciais (1999);
  • Medo de Sade (2000);
  • Nove noites (2002);
  • Mongólia (2003);
  • O sol se põe em São Paulo (2007);
  • O filho da mãe (2009);
  • Reprodução (2013);
  • Simpatia pelo demônio (2016).

→ Aberração, de Bernardo Carvalho

A obra Aberração, por enquanto, é o único livro de contos do autor e é composto por 11 narrativas:

1- “A valorização”: conto com temática homoerótica, em que a homossexualidade é utilizada para refletir sobre a beleza, a fugacidade e as ilusões.

2- “A alemã”: a história de um casal (cujo passado é marcado pela dor provocada pelo nazismo) que se reencontra no Rio de Janeiro após anos de separação.

3- “O arquiteto”: o narrador conta como idealizou a cidade perfeita para uma mulher perfeita: “sentado na privada com prisão de ventre”.

4- “Vida”: após ficar viúvo, um homem acredita que a filha de seu amigo de longa data é a reencarnação de sua esposa.

5- “O olho no vento”: uma mulher é considerada louca por afirmar ter encontrado um olho no vento.

6- “Quites”: a narradora fala sobre a relação do ex-marido com a melhor amiga dela.

7- “O astrônomo”: após receber a previsão de que será destruído pelos seus dois filhos, um homem tenta fugir de seu destino.

8- “A música”: um homem abandona suas duas famílias após ouvir uma música em sua cabeça.

9- “Aberração”: um quadro em um museu de Amsterdã, um cartão-postal, um fotógrafo e um mistério familiar que um homem tenta desvendar obsessivamente.

10- “Atores”: os personagens A e B, ambos homossexuais, se apaixonam depois de se conhecerem em um bar.

11- “Uma civilização”: um arqueólogo descobre uma antiga civilização minúscula.

→ Nove noites, de Bernardo Carvalho

O romance Nove noites possui dois narradores. Um deles é o personagem Manoel Perna, que foi amigo do antropólogo americano Buell Quain, que se matou em 2 de agosto de 1939. Ele narra o seu convívio com o protagonista, durante nove noites, ocorrido na cidade de Carolina.

O outro narrador se confunde com o próprio autor, que, após ler o nome de Buell em um artigo de jornal, no ano de 2001, decide descobrir por que o antropólogo cometeu suicídio. A história está envolta em mistérios. Assim, a narrativa é uma mistura de romance policial com romance jornalístico.

É preciso dizer que, apesar de ser uma obra de ficção, o livro retrata um acontecimento real, pois Buell Quain existiu de fato e se matou em 1939, quando fazia pesquisas em uma tribo indígena no Brasil. Na data de sua morte, ele tinha 27 anos de idade. Os narradores nos contam um pouco de sua história, repleta de lacunas.

Para chegar à verdade, o segundo narrador busca pessoas direta e indiretamente relacionadas ao morto, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Dessa forma, leitoras e leitores vão montando um quebra-cabeça, junto do narrador, a partir de fatos anteriores à chegada do antropólogo ao Brasil ou ocorridos durante sua passagem por Carolina.

Além disso, a narrativa conta com fatos autobiográficos do narrador-jornalista. Portanto, o livro apresenta um caráter autobiográfico, em alguns momentos. Mas o narrador sempre volta ao ponto central, isto é, o misterioso suicídio de Buell Quain e o motivo que levou o antropólogo a se matar. Essa é uma das obras mais famosas do autor.

  • Videoaula sobre a análise literária de Nove noites

Créditos de imagem

[1] Companhia das Letras (reprodução)

 

Por Warley Souza
Professor de Literatura

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Bernardo Carvalho"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/bernardo-carvalho.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante