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A catira é uma dança popular do folclore brasileiro que acontece de forma coletiva. Também chamada de Cateretê, trata-se de uma expressão típica da região Sudeste, mas que aos poucos foi se espalhando e para outras regiões, com destaque para o Centro-Oeste. Entretanto, é possível ver a dança em quase todas as regiões do Brasil.
A manifestação cultural é mais comum em cidades pequenas, interioranas, sendo reconhecida como uma cultura sertaneja. Os grupos de catira são formados em sua maioria por homens, que são chamados de catireiros. Porém, há alguns grupos com formações femininas.
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Origem da catira
Com traços múltiplos, tanto de africanos, indígenas e europeus, a catira era uma dança tida como manifestação cultural desde o período colonial.
Para alguns historiadores, ela está associada às atividades dos tropeiros, o que explica sua característica mais marcante, a qual reúne, em sua maioria, somente homens. A dança teria surgido com aqueles que faziam o transporte de gado entre os locais. Sendo assim, a catira teria surgido dos momentos de descanso e descontração do grupo.
Alguns historiadores defendem que a prática da dança já era executada entre os índios, na época do Brasil Colônia. Influências portuguesas também podem ser consideradas em relação à dança, por conta da presença da viola, que foi criada em Portugal e trazida para o Brasil pelos jesuítas.
Padre José de Anchieta teria sido o principal divulgador do estilo aqui, quando incluiu o ritmo nos ritos de celebração das festas de São Gonçalo, de Nossa Senhora da Conceição e de São João.
Movimentos da catira
A catira tem como característica principal a batida dos pés e das mãos sincronizada com o ritmo da música, que, por sua vez, é produzida pela viola caipira. Por essa razão, a moda de viola é o ritmo mais utilizado. A catira é formada geralmente por um grupo de no máximo dez participantes e dois violeiros, mas isso pode variar conforme o local onde ela ocorra.
Ao iniciar a dança, duas filas são formadas pelos integrantes, que se movimentam de frente um para o outro. As batidas dos pés e das mãos são intercaladas por pulos.
Os violeiros podem ficar frente a frente ou virados para os demais dançarinos. São eles os responsáveis por iniciar a música. Esse momento é conhecido como rasqueado.
Na sequência, são feitos movimentos chamado de escova, em que há uma rápida batida das mãos e dos pés acompanhada por seis pulos.
Ao longo da música, há outros dois movimentos, intitulados “serra acima” e “serra abaixo”. No primeiro, os dançarinos rodam uns atrás dos outros e da esquerda para a direita, alternando a batida dos pés e das mãos. No segundo, e após realizada a volta completa, eles viram e voltam para trás com as batidas alternadas dos pés e das mãos.
No movimento chamado recortado, as fileiras e os dançarinos trocam de lugar. Por último, há o levante, onde todos cantam a melodia em coro.
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Figurino da catira
Para dançar catira é necessário usar uma vestimenta específica da dança formada por camisa, chapéu, botina e calça. A botina faz muita diferença no figurino, já que o som da sua batida se mistura com as melodias, dando um efeito muito impactante. A utilização do lenço também é comum, podendo estar no pescoço ou até mesmo na cintura.
Crédito de imagem
[1] Wikimedia Commons (reprodução)
Por Érica Caetano
Jornalista