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As lendas indígenas são parte fundamental do folclore brasileiro bem como uma das várias contribuições que a cultura indígena legou para o Brasil. Enquanto parte do folclore, essas narrativas são entendidas como manifestações culturais e populares que foram passadas de geração a geração por meio da oralidade. Algumas das principais lendas indígenas são as seguintes:
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lenda do curupira;
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lenda da iara;
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lenda do boto-cor-de-rosa;
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lenda da mandioca;
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lenda do boitatá;
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lenda do pirarucu;
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lenda do guaraná;
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lenda da caipora;
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lenda da vitória-régia;
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lenda do saci-pererê;
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lenda da Matinta Pereira;
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lenda do uirapuru;
Leia também: Quais são as principais lendas e os principais personagens do folclore brasileiro?
Tópicos deste artigo
Resumo sobre as lendas indígenas
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As lendas indígenas são parte importante do folclore brasileiro.
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Foram transmitidas de geração a geração via oralidade (contação de histórias).
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Muitas delas sofreram modificações pelo contato com as culturas africana e europeia no Brasil.
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As principais são a do curupira; a da iara; a do boto-cor-de-rosa; a da mandioca; a do boitatá; a do pirarucu; a do guaraná; a da caipora; a da vitória-régia; a do saci-pererê; a da Matinta Perera; e a do uirapuru.
Lendas indígenas no folclore brasileiro
O folclore brasileiro reúne o conjunto das manifestações culturais populares e tradicionais existentes na cultura de nosso país. Nesse campo, a contribuição da cultura indígena é evidente em diversas áreas, como a culinária, o artesanato, a dança e a música. Ainda nesse sentido, uma das contribuições mais conhecidas e destacadas popularmente são as lendas indígenas.
Elas trazem personagens míticos que fazem parte da cultura indígena e que estão presentes em uma série de histórias populares que circulam de geração a geração via oralidade. Essas lendas são parte da cultura indígena e são mitos que procuram dar origem e explicação a certos fenômenos.
Elas foram transmitidas e tornaram-se parte fundamental do acervo folclórico do Brasil. É importante mencionar que, mesmo sendo consideradas indígenas, algumas delas podem ter chegado até a atualidade modificadas por influências culturais africanas ou europeias. Vejamos algumas das lendas mais populares.
→ Lenda do curupira
O curupira é um ser mítico que é descrito frequentemente com baixa estatura, tendo também olhos vermelhos e pés ao contrário, pois seus calcanhares estariam virados para a frente. Ele também é descrito com os cabelos vermelhos e dentes verdes, tendo ainda uma grande força física.
Na lenda, o curupira é um protetor da floresta que persegue aqueles que a destroem. Existem relatos que apontam um grande temor entre os indígenas a respeito do curupira porque ele aterroriza e mata os seus desafetos. Para fugir da fúria do curupira, muitos indígenas oferecem-lhe fumo e cachaça. Para saber mais sobre a lenda do curupira, clique aqui.
→ Lenda da iara
Também chamada de mãe d’água, a iara é uma figura mítica com forma de sereia, isto é, um ser que é parte mulher e parte peixe. Ela mora no fundo de um grande rio e é marcada por sua grande beleza, bela voz e por suas riquezas. Ela usa essas qualidades para seduzir qualquer homem que navegar o rio em que ela reside.
Quando a iara seduz um homem, ela o leva para a sua morada, no fundo do rio, e ele não é visto novamente. Na lenda, ela é a filha de um pajé que foi lançada ao rio pelo próprio pai, sendo salva pelos peixes e transformado-se na sereia. Para saber mais sobre a lenda da iara, clique aqui.
→ Lenda do boto-cor-de-rosa
A lenda do boto-cor-de-rosa é muito tradicional na região Norte, local de forte presença da cultura indígena. Nela é apresentado o boto cor-de-rosa, um animal encontrado em muitos rios da região amazônica, mas que é conhecido na lenda como capaz de assumir a forma humana, transformando-se em um homem com aparência muito bonita.
Quando o boto se transforma em um homem, ele abandona o rio e vai para festas das comunidades ribeirinhas para seduzir qualquer mulher que ele encontrar. Outras características desse ser são seu envolvimento por meio de conversa e seu charme.
Na lenda, ele é descrito usando roupas e sapatos brancos, assim, ele passa pela festa seduzindo alguma mulher para deitar-se com ele. Ao concluir o seu objetivo, o boto retorna para o rio e não aparece mais. A mulher seduzida engravida e gera um filho sem pai. Para saber mais sobre a lenda do boto-cor-de-rosa, clique aqui.
→ Lenda da mandioca
A mandioca é um dos alimentos mais importantes da culinária indígena, e existem diferentes lendas que apresentam a origem dessa importante planta. A versão mais popular trata da filha de um pajé que apareceu grávida repentinamente.
Ao ser questionada pelo pai, ela disse que ninguém havia a engravidado. O pajé acreditou na filha apenas após receber a confirmação em sonho de que ela estava falando a verdade. Nove meses depois, nasceu uma menina que foi chamada de Mani. Com um ano de vida, Mani faleceu repentinamente e foi enterrada no interior da oca onde vivia.
Conforme a tradição do seu povo, sua sepultura foi regada e lá nasceu uma planta até então desconhecida, a mandioca. Com o tempo, os indígenas aprenderam a manusear a mandioca, tornando-a parte fundamental de sua alimentação.
→ Lenda do boitatá
Na lenda, o boitatá é uma cobra de fogo que protege os campos daqueles que tentam incendiar o mato de maneira criminosa. Além disso, ele é descrito como um ser de muitos olhos, e desses olhos saem chamas. Os olhos foram obtidos dos homens devorados pelo boitatá. Essa lenda esteve presente entre os indígenas no século XVI. Para saber mais sobre a lenda do boitatá, clique aqui.
→ Lenda do pirarucu
Na lenda, pirarucu é apresentado como um grande guerreiro, filho do chefe de uma tribo indígena. Entretanto, ele tinha um coração ruim, egoísta e constantemente criticava os deuses, e seu comportamento fez com que ele fosse punido por Tupã.
Pirarucu teria sido arrastado por uma enxurrada enquanto caçava às margens de um rio, e essa enxurrada, fruto de uma grande chuva, teria sido enviada por Tupã. Ao ser arrastado, pirarucu foi lançado ao fundo do rio e lá foi transformado em um enorme peixe, o maior que existe na Bacia Amazônica.
→ Lenda do guaraná
Essa lenda conta a história de um indígena que foi morto ao ser picado por uma cobra venenosa. De acordo com a história, o guaraná teria surgido dos olhos desse indígena após ele ter sido enterrado. Esse fruto é conhecido por sua capacidade de dar energia a quem o consome.
→ Lenda da caipora
Na lenda, a caipora é um ser do folclore conhecido por residir no interior da floresta e por proteger os animais, atuando contra os caçadores, trazendo-lhes má sorte e provocando-lhes medo. Alguns historiadores acreditam que essa lenda é uma variação da do curupira. Para saber mais sobre a lenda da caipora, clique aqui.
→ Lenda da vitória-régia
A lenda da vitória-régia fala da indígena Naiá, que era apaixonada pela Lua (Jaci). Ela viu o reflexo da Lua em uma lagoa, jogou-se nas águas e morreu afogada. Assim, ao ver o esforço de Naiá para chegar a ela, a Lua decidiu transformá-la na vitória-régia, a estrela das águas. Para saber mais sobre a lenda da vitória-régia, clique aqui.
→ Lenda do saci-pererê
O saci-pererê é um ser que reside na floresta, sendo conhecido por pregar peças nos seres humanos. Ele é um garoto negro, pequeno e que tem apenas uma perna. Usa um gorro e uma roupa vermelhos. Uma de suas principais características é ser um espírito zombeteiro. Para saber mais sobre a lenda do saci-pererê, clique aqui.
→ Lenda da matinta perera
A lenda da matinta perera fala de uma velha bruxa/feiticeira que sai pela noite em forma de pássaro, assoviando próximo das casas das pessoas e incomodando o sono delas. Para afastá-la, é necessário prometer-lhe algo, como fumo. No outro dia, uma mulher aparece para recolher o fumo, e, se a promessa não for cumprida, uma maldição é lançada.
→ Lenda do uirapuru
Essa lenda fala um jovem indígena que era apaixonado pela esposa do pajé de sua tribo. Desolado por não poder ter o seu amor correspondido, o jovem foi transformado no uirapuru por Tupã, adquirindo um belo canto. Devido a isso, ele então poderia estar perto de sua amada, encantando-a com o seu belo canto.
Fontes
BENJAMIN, Roberto. Conceito de Folclore. Disponível em: https://www.unicamp.br/folclore/Material/extra_conceito.pdf.
CÂMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Ediouro, s/d.
CÂMARA CASCUDO, Luís da. Geografia dos mitos brasileiros. São Paulo: Global, 2012.
CNF. Carta do Folclore Brasileiro. Anais VIII Congresso Brasileiro de Folclore, Salvador, 1995. Disponível em: https://www.gov.br/iphan/pt-br/unidades-especiais/centro-nacional-de-folclore-e-cultura-popular/CartadoFolcloreBrasileiro1995.pdf.