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Elis Regina foi uma cantora brasileira considerada por muitos como uma das maiores vozes e intérpretes da história do país. Apelidada como Pimentinha, Furacão e Baixinha, Elis Regina trabalhou com grandes compositores da música brasileira, como Belchior e Gilberto Gil, dando vida a grandes clássicos, como “Como nossos pais”, “O bêbado e a equilibrista” e “Alô, alô marciano”. A cantora faleceu aos 36 anos de idade, em 19 de janeiro de 1982, em decorrência de uma overdose de álcool e cocaína.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Origem de Elis Regina
- 2 - Carreira musical de Elis Regina
- 3 - Elis Regina e sua relação com a política
- 4 - Vida pessoal de Elis Regina
- 5 - Curiosidades sobre Elis Regina
- 6 - Morte de Elis Regina
Origem de Elis Regina
Elis Regina de Carvalho Costa nasceu no dia 17 de março de 1945, em Porto Alegre. Era filha de Ercy Carvalho e de Romeu de Oliveira Costa. Começou a cantar ainda na adolescência, aos 12 anos de idade.
Sua primeira apresentação foi na rádio Farroupilha, no programa do Clube do Guri. A partir de então, foi chamada para se apresentar frequentemente no programa, com outras crianças.
Carreira musical de Elis Regina
Ainda na adolescência, aos 16 anos de idade, Elis Regina foi para o Rio de Janeiro, onde gravou seu primeiro LP, o Viva a Brotolândia, pela gravadora Continental, em 1961.
Após isso, chegou a gravar mais dois LP pelo selo, porém foi por volta de seus 20 anos que Elis Regina começou a alcançar a fama. Em 1964, a cantora já se apresentava no eixo Rio–São Paulo e decidiu se mudar definitivamente para o Rio.
Ela mudou de gravadora, entrou para Phillips e trabalhou na TV Rio, apresentando o programa Noite de Gala. A cantora não passou muito tempo na capital carioca, e, em 1965, se mudou para São Paulo, onde se apresentou no famoso Festival de Música Brasileira.
No festival, Elis Regina cantou a música “Arrastão”, composição de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. A canção cantada por ela venceu o festival, e Elis Regina venceu o prêmio de melhor intérprete. O festival, a canção e o prêmio foram decisivos para a carreira de todos os artistas envolvidos, em especial para a cantora.
Ainda em 1965, Elis Regina começou a se apresentar no programa O Fino da Bossa, com Jair Rodrigues, com quem lançou três discos.
No mesmo período, Elis Regina passou a se incomodar com a Jovem Guarda, um movimento musical que estava em ascensão na época e que trouxe nomes como Robertos Carlos e Erasmo Carlos. O motivo do incômodo é o fato de que o programa passou a ser uma forte concorrência e a fazer bastante sucesso na TV.
Elis Regina era conhecida não apenas pela sua grande extensão vocal como também pela versatilidade de sua voz e interpretação marcante. Ela interpretou canções em diversos gêneros, como bossa nova, rock, jazz e, claro, MPB. Uma de suas marcas no palco era estender os braços enquanto cantava, interpretando as canções também com seu corpo.
Ao longo de toda a sua carreira, Elis Regina colaborou com diversos compositores brasileiros, entre eles, Tom Jobim, Ivan Lins, Belchior e Vinicius de Moraes. No álbum autointitulado Elis, por exemplo, ela colaborou com dois jovens compositores da época: Milton Nascimento e Gilberto Gil. Entre as principais canções da cantora, estão:
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Águas de Março - (1972)
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Madalena (1971)
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Como Nossos Pais (1976)
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Fascinação (1978)
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O Bêbado e a Equilibrista (1979)
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Alô, Alô Marciano (1980)
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Maria Maria (1980)
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Upa, Neguinho (1966)
Alguns dos LP e álbuns de sucesso são os seguintes:
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Elis e Tom (1974)
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Elis (1977)
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Falso brilhante (1976)
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Transversal do tempo (1978)
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Elis Regina e sua relação com a política
O posicionamento político de Elis Regina também era uma de suas marcas registradas. A cantora era uma forte crítica ao regime militar que assolou o Brasil entre 1964 a 1985.
Politizada, a cantora se pronunciava em entrevistas, televisão e, claro, na música. Entre as grandes interpretações de Elis que denunciavam a ditadura militar, estão: “Como nossos pais” (1976) e “O bêbado e o equilibrista” (1979).
Vida pessoal de Elis Regina
Elis Regina se relacionou principalmente com pessoas envolvidas com o mundo música, como é comum dos artistas, devido ao estilo de vida em comum, e teve três filhos. Ela namorou o artista Edu Lobo, com quem colaborou em diversas canções. Em 1964, começou seu relacionamento com o produtor musical Solano Ribeiro, de quem ficou noiva, porém a relação conturbada chegou ao fim. Em 1967, casou-se com o compositor Ronaldo Bôscoli, de quem se separou em 1972.
Com Bôscoli, Elis teve seu primeiro filho, João Marcelo Bôscoli. Ela se casou novamente, desta vez com o pianista César Camargo, com quem teve mais dois filhos, os músicos Maria Rita e Pedro Mariano.
Curiosidades sobre Elis Regina
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O apelido Pimentinha de Elis Regina não era por acaso. A cantora tinha uma forte personalidade e posicionamento fora e dentro dos palcos, o que não agradava a todos.
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Sem medo de inimizades, Elis tinha uma antipatia pela cantora Rita Lee. Nos bastidores, era sabido que ela não gostava das guitarras e do som produzido pelos Mutantes e por Rita. Entretanto, em 1976, quando Rita Lee foi presa enquanto estava grávida, Elis Regina foi a primeira e única pessoa a se pronunciar e visitar a cantora. Além disso, exigiu melhor tratamento para Rita, assim como comida e sua libertação. Após isso, ambas se tornaram amigas pessoais e de palco. Na música, elas colaboraram na canção “Doce de pimenta” e em “Alô, alô marciano”, composição de Rita Lee e Roberto de Carvalho. Na vida privada, Elis Regina deu o nome de sua filha, Maria Rita, em homenagem à Rita Lee.
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Bôscoli, primeiro marido de Elis Regina, já havia se relacionado com duas outras grandes cantoras da época: Nara Leão e Maysa Matarazzo. O fato serviu de fofoca e inimizade entre as cantoras por um longo período.
Morte de Elis Regina
Elis Regina morreu na manhã do dia 19 de janeiro de 1982. Minutos antes de falecer, a cantora ligou para seu namorado, Samuel Mac Dowell, e ainda na ligação sua voz foi sumindo, até que ela não o respondeu mais. Ele foi para o apartamento da cantora, onde a encontrou desacordada. O laudo médico apontou overdose acidental de álcool e cocaína como a causa da morte da cantora. Elis Regina foi velada no palco do Teatro Bandeirantes. Cerca de 15 mil fãs acompanharam a cerimônia.
Créditos de imagem
[1] Rubenilson23 / Wikimedia Commons (reprodução)
[2] Arquivo Nacional / Wikimedia Commons (reprodução)
[3] Arquivo Nacional / Wikimedia Commons (reprodução)
[4] Agência CNT de Notícias / Wikimedia Commons (reprodução)
Por Miguel Souza
Jornalista