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Diego Maradona

Diego Maradona ficou marcado como um dos grandes jogadores de futebol da história. Sua grande conquista foi a Copa do Mundo de 1986.

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Diego Armando Maradona foi um dos grandes jogadores de futebol da história. Nasceu em Lanús, nas proximidades de Buenos Aires, e iniciou sua carreira jogando pelo Argentinos Juniors. Teve uma trajetória de vitória pela seleção argentina, conquistando a Copa de 1986, disputada na Espanha. O clube onde ele foi mais vitorioso foi o Napoli da Itália. Faleceu no final de 2020, em consequência de uma parada cardiorrespiratória.

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Tópicos deste artigo

Nascimento e juventude

Diego Armando Maradona Franco nasceu na cidade de Lanús, na província de Buenos Aires, Argentina, no dia 30 de outubro de 1960. Ele foi o quinto filho de Diego Maradona e Dalma Salvadora Franco, casal que teve um total de oito filhos. Dois dos irmãos de Maradona —  Raúl e Hugo — também seguiram carreira como jogadores de futebol.

Diego Maradona foi um dos maiores jogadores de futebol da história e marcou a Argentina com a conquista da Copa do Mundo de 1986.[1]
Diego Maradona foi um dos maiores jogadores de futebol da história e marcou a Argentina com a conquista da Copa do Mundo de 1986.[1]

Teve uma infância muito pobre e o contato dele com o futebol foi precoce. Aos 9 anos de idade, realizou um teste (conhecido no Brasil como peneira) para ingressar nas categorias de base do Argentinos Juniors, até então um pequeno clube da cidade de Buenos Aires. Esse foi o início de uma carreira de sucesso.

Nas categorias de base do Argentinos Juniors, Maradona fez parte dos Los Cebollitas, uma equipe infantil formada por jogadores da geração de 1960 que teve grande sucesso nas competições de base da Argentina. Ao todo, Los Cebollitas ficaram invictos por 136 jogos e Maradona se tornou um dos grandes nomes dessa equipe.

O jornalista Eduardo Galeano registrou que nessa época Maradona tinha o costume de colocar a língua para fora enquanto estava em impulso ou fazendo algum grande esforço|1|. Mesmo sendo ainda uma criança, o seu talento futebolístico já chamava atenção. Em 1971, um dos grandes jornais argentinos, o Clarín, já anunciava o jovem de 11 anos como um craque|2|.

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Carreira profissional

A estreia de Maradona como jogador profissional aconteceu no mesmo time que ele ingressou nas categorias de base — o Argentinos Juniors —, no dia 20 de outubro de 1976. Ele tinha apenas 15 anos e entrou no segundo tempo contra o Talleres, equipe de Córdoba, mas viu sua equipe ser derrotada.

Maradona definiu que, na sua estreia, ele tocou os céus com as mãos e, naquele ano, ainda realizou mais 10 jogos pela sua equipe. Seu primeiro gol como profissional aconteceu no dia 14 de novembro de 1976, em uma partida contra o San Lorenzo, equipe também de Bueno Aires. Nesse jogo, ele marcou dois gols e sua equipe venceu por 5x2.

A partir de 1978, ele se consolidou como um destaque do Argentinos Juniors e foi artilheiro do campeonato argentino por cinco vezes, entre campeonatos realizados em 1978, 1979 e 1980. Isso se explica porque, nessa época, o campeonato argentino era jogado em dois turnos (chamados de Metropolitano e Nacional) e cada um deles gerava um campeão.

No entanto, Maradona não conseguiu ser campeão pelo Argentinos Juniors e obteve, no máximo, um vice-campeonato argentino. Em 1981, ele se transferiu para o Boca Juniors, equipe de Buenos Aires e detentora de uma das maiores torcidas da Argentina. No Boca Juniors, Maradona estreou novamente contra o Talleres. Ele permaneceu por um ano na equipe xeneize e conquistou o Campeonato Metropolitano de 1981.

  • Futebol europeu

Depois de jogar a Copa do Mundo de 1982, Maradona foi vendido para o Barcelona, da Espanha, e deu início a sua trajetória no futebol europeu. O craque argentino permaneceu nesse clube por duas temporadas e conquistou dois títulos lá: Copa do Rei e Copa da Liga Espanhola.

Em 1984, ele foi vendido pelo Barcelona e se transferiu para o Napoli, da Itália. No time do sul da Itália, permaneceu por oito anos e marcou a história napolitana, sendo um dos grandes jogadores dessa equipe e sendo parte do melhor time da história do Napoli.

No Napoli, Maradona foi um dos responsáveis por conquistar os grandes títulos da história do time. A equipe napolitana foi campeã do campeonato italiano em duas ocasiões: nas temporadas de 1986/87 e 1989/90. O Napoli de Maradona ainda conquistou uma Copa da Itália, em 1986/87, e a Copa da Uefa, um torneio continental, em 1988/1989.

Com Maradona, a equipe do Napoli conquistou os maiores títulos de sua história.[2]
Com Maradona, a equipe do Napoli conquistou os maiores títulos de sua história.[2]

Na final da Copa da Uefa, o Napoli jogou contra o Sttugart, equipe alemã, e saiu campeão após vencer o primeiro jogo por 2x1 e empatar o segundo jogo em 3x3. Maradona marcou o primeiro gol do Napoli no primeiro jogo da final. Nesse time, Maradona fez parceria com Careca, jogador brasileiro, que ele definiu como um dos maiores de todos os tempos.

No começo de 1991, um teste antidoping de Maradona deu positivo para cocaína e ele foi suspenso do futebol por 15 meses. Depois que a suspensão acabou, o jogador argentino manifestou sua intenção de abandonar o Napoli, e ele foi vendido para o Sevilla, equipe da Espanha. A passagem dele pelo Sevilla não foi bem-sucedida e ficou marcada pelos problemas de relacionamento do jogador argentino com a diretoria do time andaluz.

  • Retorno ao futebol argentino

Em 1993, Maradona retornou ao futebol argentino. Ele fechou negociação com o Newell’s Old Boys, equipe de Rosario, mas lá jogou apenas cinco jogos e não fez nenhum gol. No começo de 1994, abandonou o Newell’s Old Boys e foi novamente pego no antidoping, dessa vez por cinco substâncias diferentes, sendo novamente suspenso por 15 meses.

Enquanto estava suspenso, foi contratado para ser treinador do Club Deportivo Mandiyú, um pequeno clube que jogava a primeira divisão do futebol argentino na época. Essa experiência como treinador fracassou e ele só obteve 1 vitória em 12 jogos. Os últimos anos da carreira de Maradona se passaram no Boca Juniors, o time do seu coração. Em 30 de outubro de 1997, dia do seu aniversário, ele anunciou sua aposentadoria.

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Seleção argentina

Maradona é reconhecido como o maior jogador da história argentina e um dos grandes jogadores de futebol no mundo. Muitos, inclusive, chegam a considerá-lo o maior jogador do futebol mundial. Sua trajetória na seleção argentina foi vitoriosa, sendo ele um dos líderes da equipe argentina que conquistou a Copa do Mundo de 1986, disputada no México.

A Copa do Mundo de 1986 foi a grande conquista da carreira de Diego Maradona.[3]
A Copa do Mundo de 1986 foi a grande conquista da carreira de Diego Maradona.[3]

A carreira de Maradona na seleção argentina começou vitoriosa desde a base. Em 1978, ele poderia ter sido convocado para a equipe que conquistou a copa disputada na Argentina, mas o treinador naquela ocasião, Cesar Menotti, decidiu não chamá-lo por ser Maradona muito jovem: tinha apenas 17 anos.

Em 1979, ele foi um dos destaques da equipe argentina que foi campeã da Copa do Mundo Sub-20, disputada no Japão. Na final, a Argentina derrotou a União Soviética por 3x1, e Maradona fez o terceiro gol de sua equipe.

A Copa do Mundo de 1982, disputada na Espanha, foi a primeira da carreira de Maradona e sua participação foi cercada de expectativa. Nela ele disputou cinco partidas e marcou dois gols no jogo contra a Hungria (vitória da Argentina por 4x1). A Argentina acabou sendo eliminada na segunda fase do torneio ao ser derrotada pela Itália por 2x1 e para o Brasil por 3x1. No jogo contra o Brasil, Maradona foi expulso após entrada violenta contra um jogador brasileiro.

A Copa do Mundo de 1986 foi disputada no México e foi o grande torneio da vida de Maradona e da história do futebol argentino. Nessa competição, ele disputou os sete jogos de sua seleção e marcou cinco gols, sendo escolhido o melhor jogador e conquistando a vice-artilharia do torneio.

Além disso, seu desempenho contra a Inglaterra ficou imortalizado, destacando-se o famoso gol de mão, intitulado por ele mesmo como “Mano de Dios” ("Mão de Deus"), e também o antológico gol, no qual ele levou a bola do campo de defesa argentino e saiu driblando todos os jogadores ingleses que apareceram no seu caminho.

A final dessa Copa do Mundo foi disputada pela Argentina e Alemanha Ocidental. Foi um grande jogo e terminou em 3x2 para os argentinos. O gol final, o gol da vitória argentina, marcado por Burruchaga, contou com a assistência de Maradona. Foi o segundo título de uma Copa do Mundo que a Argentina conquistou.

Na Copa do Mundo de 1990, disputada na Itália, Maradona levou uma enfraquecida Argentina até a final da competição. O grande destaque do craque nessa competição foi a jogada feita por ele que limpou a marcação e tocou a bola para que Caniggia driblasse Taffarel e marcasse o gol da Argentina que eliminou o Brasil nas oitavas de final. Esse jogo terminou em 1x0. Nessa Copa, Maradona jogou todos os jogos e não marcou gols. Na final, a Argentina enfrentou novamente a Alemanha Ocidental e foi derrotada por 1x0, com um gol de pênalti de Brehme.

A última Copa da carreira do lendário jogador argentino foi a de 1994, quando ele tinha 33 anos de idade. A participação dele nessa competição foi abreviada por ele ter sido pego no exame antidoping. Ele disputou duas partidas e marcou um gol na vitória argentina por 4x0 contra a Grécia. Nessa Copa a Argentina foi eliminada nas oitavas de final ao ser derrotada para a Romênia por 3x2.

Maradona ainda jogou três Copas América pela Argentina, mas não conquistou nenhuma. A edição de 1989 foi disputada no Brasil, e ele foi convocado para jogar. Estava no auge da sua carreira. Nessa competição, a Argentina disputou partidas em Goiânia e no Rio de Janeiro, mas ficou na terceira colocação, marcando apenas dois gols em todo o torneio.

Ele também treinou a Argentina em uma Copa do Mundo. Na edição de 2010, disputada na África do Sul, ele levou sua equipe até as quartas de final. Nessa edição sua equipe disputou as seguintes partidas:

  • (Fase de grupos): Argentina 1x0 Nigéria;
  • (Fase de grupos): Argentina 4x1 Coreia do Sul;
  • (Fase de grupos): Argentina 2x0 Grécia;
  • (Oitavas de final): Argentina 3x1 México;
  • (Quartas de final): Argentina 0x4 Alemanha.

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Estatísticas

Maradona foi um dos três jogadores argentinos que foram eleitos como os melhores de uma edição de Copa do Mundo. Os outros foram Mario Kempes, em 1978, e Lionel Messi, em 2014. Segundo levantamento da emissora ESPN Brasil, Maradona marcou 345 gols como jogador profissional. Esses gols foram distribuídos da seguinte maneira:

  • Argentinos Juniors (1976-1981): 116 gols;
  • Boca Juniors (1981-82): 28 gols;
  • Barcelona (1982-84): 38 gols;
  • Napoli (1984-92): 115 gols;
  • Sevilla (1992-93): 7 gols;
  • Newell’s Old Boys (1993): 0 gol;
  • Boca Juniors (1995-97): 7 gols;
  • Seleção Argentina: 34 gols.

Últimos anos

Os últimos anos da vida e da carreira de Diego Maradona ficaram marcados por acontecimentos polêmicos, como sua luta para se livrar da sua dependência química. Ele também teve outras experiências como treinador e comandou equipes nos Emirados Árabes, México e na Argentina, mas sem grandes destaques.

Em novembro de 2020, Maradona passou mal e foi internado sofrendo de anemia e desidratação. Essa internação fez com que ele passasse por uma série de exames, que identificaram um hematoma na cabeça do ex-jogador. A cirurgia para tratar esse hematoma foi realizada em La Plata e foi considerada um sucesso.

Ele ficou internado por mais alguns dias e foi levado para recuperar-se em sua casa em Tigre, região metropolitana de Buenos Aires. No entanto, no dia 25 de novembro de 2020, aos 60 anos de idade, Maradona sofreu uma parada cardiorrespiratória, o que causou a morte do argentino.

Marcado como um dos grandes jogadores de todos os tempos, Diego Maradona foi bem definido pelas palavras de Eduardo Galeano:

Esse ídolo generoso e solidário tinha sido capaz de cometer, em apenas cinco minutos, os dois gols mais contraditórios de toda a história do futebol. Seus devotos o veneravam pelos dois: não apenas era digno de admiração o gol do artista, bordado pelas diabruras de suas pernas, como também, e talvez mais, o gol do ladrão, que sua mão roubou. Diego Armando Maradona foi adorado não apenas por causa de seus prodigiosos malabarismos, mas também porque era um deus sujo, pecador, o mais humano dos deuses|3|.

Notas

|1| MARADONA, Diego Armando. Yo soy el Diego. Buenos Aires: Planeta, 2000, p. 12.

|2| GALEANO, Eduardo. Futebol ao sol e à sombra. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2013, p. 138.

|3| GALEANO, Eduardo. Fechado por motivo de futebol. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2018.

Créditos das imagens

[1] Andrew Makedonski e Shutterstock

[2] Antonio Gravante e Shutterstock

[3] catwalker e Shutterstock

 

Por Daniel Neves
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Diego Maradona"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/diego-maradona.htm. Acesso em 19 de março de 2024.

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