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Direitos da mulher

Os principais direitos da mulher são: igualdade de gênero, proteção contra a violência, acesso à educação e ao mercado de trabalho, saúde e direitos reprodutivos.

Lista de direitos da mulher.
Os direitos da mulher são fruto de conquistas históricas.
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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Alguns dos direitos da mulher são a igualdade de gênero, a proteção contra a violência, o acesso à educação e ao mercado de trabalho em condições de equidade, saúde e direitos reprodutivos. A luta por esses direitos remonta ao movimento sufragista do século XIX e evolui até os dias de hoje, abrangendo pautas como igualdade salarial, liberdade reprodutiva e combate à violência de gênero. Essa trajetória de conquistas é evidenciada por uma cronologia que inclui desde o direito ao voto e a implementação de leis contra violência até a tipificação do feminicídio.

Leia também: Violência contra a mulher — tipos, causas, consequências, dados no Brasil e no mundo

Tópicos deste artigo

Resumo sobre direitos da mulher

  • Os principais direitos das mulheres incluem igualdade de gênero, proteção contra a violência, acesso à educação e trabalho em condições de equidade, saúde, direitos reprodutivos e participação política.
  • A garantia dos direitos da mulher visa combater a desigualdade e promover autonomia.
  • A luta pelos direitos das mulheres remonta ao movimento sufragista do século XIX, que lutava pelo direito ao voto feminino.
  • Ao longo do tempo, outras pautas foram adicionadas, como a liberdade reprodutiva, igualdade salarial e combate à violência de gênero.
  • A luta pelos direitos das mulheres se tornou uma causa global e interseccional.
  • Na CLT brasileira, as mulheres têm direitos a licença-maternidade de 120 dias, estabilidade provisória no emprego durante a gravidez e proteção em condições insalubres.
  • A CLT também proíbe a discriminação salarial, embora a igualdade ainda enfrente desafios práticos.
  • A Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio e legislações contra assédio e desigualdade salarial são algumas leis a favor da mulher no Brasil.
  • A Constituição de 1988 assegura igualdade de gênero e direitos básicos para as mulheres, como proteção contra violência doméstica e acesso a serviços de saúde.
  • A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), adotada pela ONU em 1979, estabelece padrões mínimos para garantir que as mulheres tenham igualdade de direitos em todas as esferas.
  • Alguns desafios culturais e legais para o acesso igualitário das mulheres a esses direitos fundamentais ainda persistem em algumas partes do mundo.

Quais são os principais direitos da mulher?

Os principais direitos das mulheres estão relacionados a:

  • igualdade de gênero;
  • proteção contra a violência;
  • acesso à educação e oportunidades profissionais;
  • saúde;
  • liberdade de expressão;
  • direitos reprodutivos;
  • participação política.

Esses direitos visam combater a desigualdade de gênero em todas as esferas da sociedade. No campo da educação e do trabalho, o direito à igualdade salarial é um exemplo central, buscando garantir que homens e mulheres sejam remunerados de forma equitativa para funções similares.

Os direitos reprodutivos incluem a possibilidade de acesso a métodos contraceptivos e ao aborto seguro em determinadas circunstâncias, respeitando a autonomia sobre o próprio corpo. No que se refere à saúde, além da atenção básica, há a demanda por um sistema que priorize as questões específicas das mulheres, como a saúde materna e o combate à violência obstétrica.

A segurança contra a violência também é um direito fundamental, abarcando leis e serviços que protejam contra agressões domésticas, assédio sexual e outros tipos de violência de gênero.

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Luta pelos direitos da mulher

A luta pelos direitos das mulheres é um processo histórico que remonta aos movimentos sufragistas do século XIX, que inicialmente focavam o direito ao voto. A partir da metade do século XX, novas pautas foram incorporadas, incluindo a liberdade reprodutiva, o direito à educação e trabalho em condições de igualdade.

Essa luta se intensificou nas décadas de 1960 e 1970, com o surgimento do feminismo moderno, que trouxe à tona questões como a igualdade salarial, o direito ao divórcio, o controle sobre o próprio corpo e a luta contra a violência doméstica.

Mulheres em protesto pelos direitos da mulher.
O direito à liberdade de expressão é um dos principais direitos da mulher.[1]

Atualmente, os movimentos feministas continuam a se expandir, incluindo discussões sobre interseccionalidade, que consideram fatores como raça e classe e influenciam a experiência das mulheres com a discriminação. Essa luta é caracterizada por ações legislativas, campanhas de conscientização, protestos e um trabalho contínuo de educação para sensibilizar a sociedade sobre as desigualdades enfrentadas.

Veja também: Como foi a conquista do voto feminino no Brasil

Cronologia dos direitos da mulher

  • 1893 – Nova Zelândia se tornou o primeiro país a garantir o voto feminino.
  • 1932 – O Brasil estabeleceu o direito de voto para mulheres.
  • 1945 – A ONU adotou a Carta das Nações Unidas, que menciona explicitamente os direitos humanos das mulheres.
  • 1960 – Aprovação de métodos contraceptivos em diversos países, fortalecendo a luta pela liberdade reprodutiva.
  • 1975 – Primeira Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada pela ONU.
  • 1985 – Criação da Delegacia da Mulher no Brasil.
  • 1990 – A licença-maternidade no Brasil foi ampliada para 120 dias.
  • 2006 – Aprovação da Lei Maria da Penha no Brasil, voltada para o combate à violência doméstica.
  • 2015 – Lei do Feminicídio no Brasil, que considera o assassinato de mulheres pela condição de gênero como crime hediondo.
  • 2021 – Implementação de leis para garantir igualdade salarial entre homens e mulheres em alguns países europeus.

Direitos da mulher na CLT

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) brasileira garante diversos direitos específicos às mulheres no mercado de trabalho. Entre eles está o direito à licença-maternidade, que é de 120 dias, com possibilidade de ampliação para 180 dias em empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadã.

A CLT também estabelece normas para a proteção das trabalhadoras em condições insalubres, especialmente durante a gravidez e amamentação, além de especificar períodos de descanso para lactantes. Outro direito é a estabilidade provisória no emprego, assegurada desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

Além disso, a CLT proíbe a prática de qualquer discriminação baseada no gênero, buscando garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens, embora ainda existam desafios quanto à aplicação prática dessa igualdade.

Leis a favor da mulher

Diversas leis foram criadas ao longo dos anos para proteger e promover os direitos das mulheres, combatendo práticas de violência e discriminação. A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) é uma das mais notórias, estabelecendo medidas protetivas para vítimas de violência doméstica.

Em 2015, a Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104) alterou o Código Penal para tipificar o assassinato de mulheres por causa do gênero como crime hediondo. Existem também leis voltadas para a igualdade no ambiente de trabalho, como a Lei da Igualdade Salarial (Lei nº 1.060/2021), que visa garantir que mulheres recebam remuneração equivalente aos homens em funções similares.

Dilma Rousseff e outras parlamentares celebrando a Lei do Feminicídio que protege os direitos da mulher.
A então presidente Dilma Rousseff sancionando a Lei do Feminicídio, em 2015.[2]

Outras legislações, como a Lei de Importunação Sexual (Lei nº 13.718/2018), ajudam a combater o assédio e a proteger as mulheres em espaços públicos e privados. Todas essas leis representam avanços, embora a efetividade de sua aplicação ainda enfrente desafios.

Direitos da mulher no Brasil

No Brasil, os direitos das mulheres são garantidos pela Constituição Federal de 1988, que estabelece a igualdade de todos perante a lei e proíbe qualquer discriminação em razão de gênero. Além disso, o país tem legislação específica para assegurar a proteção e os direitos das mulheres em diversos aspectos.

No contexto de violência doméstica, o Brasil possui uma rede de serviços de apoio às vítimas, incluindo abrigos, atendimento psicológico e jurídico. No campo trabalhista, além dos direitos previstos na CLT, a legislação brasileira também oferece garantias de saúde, como o direito ao pré-natal gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Casa da Mulher Brasileira, centro que atua em defesa dos direitos da mulher vítima de violência doméstica.
A Casa da Mulher Brasileira oferece assistência a vítimas de violência doméstica.[3]

Em relação à política, o Brasil implementou cotas para incentivar a participação feminina nas candidaturas, visando a uma maior representatividade nos espaços de decisão. Apesar dos avanços, as mulheres brasileiras ainda enfrentam desafios relacionados à violência, desigualdade salarial e acesso aos direitos básicos, exigindo políticas públicas contínuas para assegurar a igualdade de gênero.

Saiba mais: Afinal, qual é o papel da mulher na sociedade?

Direitos da mulher no mundo

Internacionalmente, os direitos das mulheres são protegidos por diversos tratados e convenções, como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), que foi adotada pela ONU em 1979. Esse tratado estabelece padrões mínimos para garantir que as mulheres tenham igualdade de direitos em todas as esferas, incluindo o direito ao voto, ao trabalho e à educação.

Em vários países, as mulheres têm acesso à licença-maternidade remunerada, proteções contra violência de gênero e o direito ao aborto em situações específicas. Entretanto, em diversas regiões do mundo, as mulheres ainda enfrentam restrições severas. Em alguns países do Oriente Médio, por exemplo, a liberdade de movimentação e o acesso ao trabalho das mulheres são limitados por normas religiosas e culturais.

Em outras partes da Ásia e da África, a prática de mutilação genital feminina é uma violação frequente aos direitos das mulheres, apesar das tentativas de erradicação por organizações de direitos humanos. A luta pelos direitos das mulheres é, portanto, um esforço global, mas com desafios variados, que requerem soluções específicas para cada contexto cultural e legal.

Créditos das imagens

[1] Tolga Ildun / Shutterstock

[2] Wikimedia Commons

[3] Wikimedia Commons

Fontes

EDITORA SARAIVA. Manual de direito da mulher: linha direito, diversidade e cidadania. 1. ed. São Paulo: Saraiva Jur, 2013.

NERY, Ana Luiza Barreto de Andrade Fernandes; FRANÇOSO, Thais Folgosi. Direitos das mulheres. 1. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2023. 344 p.

Escritor do artigo
Escrito por: Tiago Soares Campos Bacharel, licenciado e doutorando em História pela USP. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito pela PUC. É professor de História e autor de materiais didáticos há mais de 15 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CAMPOS, Tiago Soares. "Direitos da mulher"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/direitos-da-mulher.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante


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