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Lewis Carrol é o pseudônimo do inglês Charles Lutwidge Dodgson. Ele nasceu em 27 de janeiro de 1832, em Daresbury. Filho de um reverendo, ele estudou em colégio cristão e na Faculdade Christi Church, em Oxford. Nessa instituição, ele trabalhou como professor de Matemática.
O escritor, que morreu em 14 de janeiro de 1898, em Guildford, é um dos principais autores da literatura infantil inglesa. Suas obras são marcadas por nonsense, ironia e elementos do realismo mágico ou fantástico. Seu livro mais famoso é o romance infantil Alice no País das Maravilhas.
Leia também: William Shakespeare — detalhes sobre a vida e sobre as obras de outro famoso escritor inglês
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Lewis Carroll
- 2 - Biografia de Lewis Carroll
- 3 - Principais obras de Lewis Carroll
- 4 - Características das obras de Lewis Carroll
- 5 - Poemas de Lewis Carroll
- 6 - Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll
- 7 - Homenagens e prêmios de Lewis Carroll
- 8 - Frases de Lewis Carroll
Resumo sobre Lewis Carroll
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Lewis Carroll é um famoso autor inglês.
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Ele nasceu em 1832 e faleceu em 1898.
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Além de ser um famoso escritor, também foi professor de Matemática.
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Suas obras literárias apresentam nonsense e realismo fantástico.
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Sua obra mais famosa é o livro infantil Alice no País das Maravilhas.
Biografia de Lewis Carroll
Lewis Carroll (Charles Lutwidge Dodgson) nasceu em 27 de janeiro de 1832, em Daresbury, na Inglaterra. Era filho do reverendo Charles Dodgson, curador da paróquia local. Seu pai também dava aulas particulares e foi quem educou os filhos. Assim, em sua origem, o autor teve grande influência religiosa.
A leitura foi uma constante na vida de Carroll, estimulada desde a infância. Tinha 11 anos quando se mudou, em companhia da família, para Croft, onde o pai construiu uma escola. Por essa época, o autor gostava de brincar com jogos, adivinhas e também fazia revistas que circulavam entre os membros da família.
Além da leitura, o menino Carroll gostava de escrever. No final de 1844, foi estudar na escola Richmond, em regime de internato. Dois anos depois, foi transferido para a escola Rugby, de ideologia cristã. Porém, o autor não foi feliz durante os três anos que esteve nesse internato.
Ele gaguejava e, por isso, sofria bullying, sendo ridicularizado por alguns colegas. Mas era um aluno dedicado, sendo destaque em Matemática, Estudos Clássicos, História e Religião. Terminado esse período escolar, o autor voltou para casa. Em seguida, ingressou na Faculdade Christ Church, em Oxford.
Passou a trabalhar nessa faculdade, como professor de Matemática, quando tinha 23 anos de idade. Em 1862, ele criou aquela que seria sua obra mais famosa — Alice no País das Maravilhas. A maior parte dos custos de publicação da obra foi do autor. O livro acabou sendo um grande sucesso de vendas.
A obra foi publicada com o pseudônimo Lewis Carroll. A curiosidade acerca do autor da obra foi crescendo, mas Charles Lutwidge Dodgson não queria se expor, pois um livro infantil não era algo bem-visto no meio acadêmico. Além disso, o autor valorizava muito sua privacidade.
O escritor amava o teatro, e seu maior hobby era a fotografia. Ele nunca se casou e gostava de viver mais isolado, apesar de ter amigos e o convívio da família. Lewis Carroll faleceu em 14 de janeiro de 1898, na cidade inglesa de Guildford. E sua obra Alice no País das Maravilhas faz sucesso até hoje.
Principais obras de Lewis Carroll
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Alice no País das Maravilhas (1865).
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Fantamasgória e outros poemas (1869).
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Alice através do espelho (1871).
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A caça ao Snark (1876).
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Um conto emaranhado (1885).
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Algumas aventuras de Silvia e Bruno (1889).
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O problema do travesseiro (1893).
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O que a tartaruga falou para Aquiles (1895).
Características das obras de Lewis Carroll
As principais características das obras de Lewis Carroll são as seguintes:
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temática infantil;
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nonsense;
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elementos fantásticos;
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humor e ironia;
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neologismos;
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visão crítica da realidade;
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valorização da sonoridade na poesia;
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traços grotescos;
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caráter lúdico;
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trocadilhos.
Veja também: Charles Dickens — detalhes sobre a vida e sobre a obra de outro famoso escritor inglês
Poemas de Lewis Carroll
No poema Regras e regulamentos, o eu lírico dá uma espécie de receita de como fugir do abatimento:
Breve regulamento
Contra o abatimento:
Fazendo variações
De suas ocupações,
Com bom prolongamento
Do seu divertimento,
Com vasta discussão
Da sorte da nação
E achando adequação
À sua posição,
Juntando muita gente,
Amigos e parentes,
Fugindo à amputação
E à escoriação,
Fazendo variações
Em suas conversações,
E exercitando o entendimento,
Assim se evita o abatimento.
No poema Minha fada, o eu lírico fala de uma fada repressora que o impede de agir ou realizar desejos e necessidades:
Tenho uma fada aqui, bem ao meu lado,
Dizendo que não devo cochilar.
Quando gritei de dor, agoniado,
Ela disse: “Não deves soluçar”.
Quando sorri no meio de um festim,
Me disse: “Tu não deves gargalhar”.
Quando uma vez pensei em beber gim,
Me disse: “Tu não deves te entortar”.
Quando meu prato estava sobre a toalha,
Ela disse: “Não deves almoçar”.
Quando, afoito, marchei rumo à batalha
Ela disse: “Não deves guerrear”.
“E o que posso fazer?”, gritei por fim,
Cansado de tentar, tentar, tentar.
E a fada calmamente olhou pra mim
E disse: “Tu não deves perguntar”.
Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll
Alice no País das Maravilhas é a obra mais famosa de Lewis Carroll. O livro começa da seguinte maneira:
Alice já estava cansada de ficar sentada no banco sem nada para fazer. Por uma ou duas vezes ela xeretou o livro que a irmã lia a seu lado, mas nele não havia figuras nem diálogos.
“Para que serve um livro sem figuras nem diálogos?”, Alice pensou.
Ela considerava o tanto quanto podia (afinal, o dia quente a deixava zonza e sonolenta) se o prazer de montar uma guirlanda de margaridas valeria o esforço de se levantar para colhê-las. Foi quando, de repente, um Coelho Branco de olhos cor-de-rosa passou correndo perto dela.
[...]
Alice só se alvoroçou quando o Coelho Branco sacou um relógio do bolso de seu colete, checou as horas e saiu apressado. Ela se deu conta de que nunca tinha visto um coelho com um relógio no bolso do colete. Ardendo de curiosidade, correu atrás dele a tempo de vê-lo se emburacar toca adentro no pé de uma cerca.
No instante seguinte, era Alice quem se entocava ali. Decidiu perseguir o Coelho Branco sem refletir sobre como sairia daquele buraco.
A toca tinha um trecho reto semelhante a um túnel. Depois, inclinava-se bruscamente para baixo, tão bruscamente que Alice não foi sequer capaz de pensar em frear. Simplesmente despencou em um poço de grande profundidade.
É assim que a menina acaba chegando ao País das Maravilhas. Ali vive diversas situações, como a experiência de crescer e encolher, e conhece personagens como:
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o Gato de Sorriso, que aparece e desaparece;
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o Chapeleiro com seus comentários sem sentido;
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a Rainha de Copas, que adora mandar cortar a cabeça de quem a desagrada.
Nessa realidade estranha, Alice vive situações absurdas, de puro nonsense, como se estivesse em um sonho. Os diálogos também são sem sentido, enigmáticos e, por isso, acabam sendo engraçados, irônicos e estimulam a reflexão e a imaginação.
Homenagens e prêmios de Lewis Carroll
Lewis Carroll não recebeu prêmios literários, pois eles não eram comuns em sua época. Mas foi premiado na vida escolar pelo seu ótimo desempenho, principalmente, em Matemática.
Além disso, em 1966, o psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981) escreveu o texto Homenagem a Lewis Carroll.
Por fim, entre 1958 e 1979, a Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, promoveu o prêmio literário Lewis Carroll Shelf Award.
Frases de Lewis Carroll
A seguir, leia algumas frases de Lewis Carroll, retiradas do livro Alice no País das Maravilhas:
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“Após tantos acontecimentos excepcionais, Alice começou a pensar que pouquíssimas coisas eram, de fato, impossíveis.”
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“Alice já estava tão habituada a esperar acontecimentos bizarros que parecia bem estúpido ver a vida acontecer do jeito normal.”
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“Se eu não sou mais a mesma, a pergunta inevitável é: quem, neste mundo, eu sou?”
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“Se cada um cuidasse da própria vida, o mundo giraria bem mais depressa.”
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“Você vai chegar a algum lugar. Para isso basta caminhar.”
Crédito de imagem
[1] Ciranda Cultural (reprodução)
Fontes
CARROLL, Lewis. Alice no país das maravilhas. Tradução de André Cristi. São Paulo: Instituto Mojo de Comunicação Intercultural, 2019.
CARROLL, Lewis. Minha fada. In: CARROLL, Lewis. Fantasmagoria e primeiros poemas de Lewis Carroll. Tradução de José Francisco Botelho e Paula Taitelbaum. Porto Alegre: Piu, 2023.
CARROLL, Lewis. Regras e regulamentos. In: CARROLL, Lewis. Fantasmagoria e primeiros poemas de Lewis Carroll. Tradução de José Francisco Botelho e Paula Taitelbaum. Porto Alegre: Piu, 2023.
RODRIGUES, Lúcia Cristina. Lewis Carroll e os paradigmas educativos vitorianos. 2006. Dissertação (Mestrado em Estudos Ingleses) – Universidade Aberta, Lisboa, 2006.
ROMALA, Almira Ghassani Shabrina. Linguistic deviation in rhyme of poems in Lewis Carroll’s Through The Looking-Glass. Language Circle, Indonésia, v. 13, n. 1, 2018.
SANTOS, Luciana. Jabberwocky, de Lewis Carroll: uma análise das variações linguísticas sob a luz da teoria da tradução. Olho d’água, São José do Rio Preto, v. 11, n. 2, jun./ dez. 2019.
WOLF, Jenny. O mistério de Lewis Carroll. Tradução de Ana Carolina Aguiar. São Paulo: Instituto Mojo de Comunicação Intercultural, 2019.