Notificações
Você não tem notificações no momento.
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Zilda Arns

Zilda Arns: uma vida dedicada ao cuidado das crianças necessitadas
Zilda Arns: uma vida dedicada ao cuidado das crianças necessitadas
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

Zilda Arns Neumann foi uma importante médica sanitarista que teve sua vida ligada ao desenvolvimento de projetos sociais relacionados à saúde pública e à defesa das crianças. Nasceu em 25 de agosto de 1934, na cidade catarinense de Forquilhinha, Zilda era formada em medicina e especializada nas áreas de educação física e pediatria. No início de sua vida profissional – entre os anos de 1955 e 1964 – ela trabalhou com crianças no Hospital Cezar Pernetta, em Curitiba.

Durante o Regime Militar, a sua preocupação com a juventude se acentuou mediante a convivência com seu irmão, Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo de São Paulo, uma das mais importantes vozes da Igreja que denunciou os abusos do governo militar. Nesse meio tempo, Zilda Arns desenvolveu outros trabalhos na Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, atuando como diretora de Saúde Materno-Infantil, e se especializando nos campos da Saúde Pública (USP) e da Saúde Materno-Infantil (OMS).

Em 1980, a experiência acumulada lhe abriu portas para que viesse a coordenar uma campanha de vacinação contra a poliomielite. Nessa ocasião, ela desenvolveu um método de organização do evento que depois serviu de modelo para o Ministério da Saúde. Em 1983, a convite da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns se lançou ao projeto de fundação da Pastoral da Criança, que se dedicaria a projetos de sobrevivência, proteção e desenvolvimento de crianças e adolescentes.

A primeira ação desenvolvida pela Pastoral da Criança aconteceu na cidade paranaense de Florestópolis, onde o índice de mortalidade infantil atingia níveis alarmantes. Após um ano de trabalho, esse primeiro projeto conseguiu reduzir para 28 o número de crianças mortas a cada mil nascimentos. Mediante o sucesso, a ação da Pastoral chamou atenção da Unicef, um órgão das Nações Unidas envolvido com a questão infanto-juvenil, e se disseminou por outros estados brasileiros.

Além das ações de combate a doenças, a Pastoral da Criança se destacou ao desenvolver ações educativas junto às mães, principalmente no que tange à prevenção das doenças e da criminalidade infanto-juvenil. Após mais de duas décadas, o trabalho de Zilda Arns na Pastoral auxiliou milhares de comunidades carentes pelo Brasil e contou com o apoio de mais de 260 mil trabalhadores voluntários. Sem dúvida, os frutos desse trabalho foram de grande ajuda na promoção da saúde, educação e cidadania.

Em 2004, Zilda recebeu um novo convite da CNBB para coordenar a criação da Pastoral da Pessoa Idosa. Segundo dados fornecidos pela Pastoral, esse novo projeto já alcançava mais de 130 mil idosos e recebia o auxílio de aproximadamente 15 mil voluntários. Mediante tantas ações de cunho social e humanitário, Zilda recebeu várias honrarias e homenagens. Durante esse mesmo tempo, foi três vezes indicada ao Prêmio Nobel da Paz pelo Brasil.

No dia 11 janeiro de 2010, Zilda Arns foi até o Haiti para realizar uma palestra sobre a Pastoral da Criança na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe e participar de encontros com representantes de várias ONG’s. No dia seguinte, durante uma palestra em uma igreja da capital Porto Príncipe, um terremoto de sete graus na escala Richter acabou destruindo o prédio e ceifando a sua vida, aos 75 anos de idade.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

 

 

 

 

Biografia Z - Biografia - Brasil Escola

 

 

 

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Zilda Arns"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/zilda-arns.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante