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Há muito tempo, o consumo de drogas é realizado pela humanidade para aumentar a sensação de prazer e diminuir o desconforto e o sofrimento. Para tanto, a utilização dessas substâncias deve-se a sua capacidade de modificar o funcionamento do sistema nervoso. E com a metanfetamina não é diferente.
A metanfetamina é uma droga psicoativa, isto é, atua diretamente no sistema nervoso central, sintética e presente na sociedade há um bom tempo, ainda que seu nome tenha se difundido a partir da famosa série norte-americana Breaking Bad.
Personagens Walter White (Bryan Cranston) e Jesse Pinkman (Aaron Paul) em um laboratório improvisado onde produziam a droga. (Imagem: Reprodução AMC)
Vale ressaltar que o abuso de substâncias psicoativas tem sido alvo de preocupação na sociedade por causa de sua íntima relação com aumento da criminalidade, acidentes automotivos, comportamentos antissociais e evasão escolar. Além disso, seus efeitos não atingem apenas o usuário, mas também a sua família e a sociedade como um todo.
Independentemente do que se pense sobre a vontade de cada ser humano em relação à própria vida, é importante informar as pessoas sobre os efeitos tóxicos e os riscos provocados pela utilização de drogas como a metanfetamina, mesmo que essas substâncias produzam sensações euforizantes.
Tópicos deste artigo
- 1 - Formas de apresentação da metanfetamina
- 2 - Síntese da metanfetamina
- 3 - Efeitos psicoativos da metanfetamina
- 4 - Efeitos tóxicos provocados pelo uso da metanfetamina
Formas de apresentação da metanfetamina
A metanfetamina é apresentada como um pó branco, cristalino, inodoro e com sabor amargo e é facilmente solúvel em água ou associações alcoólicas. Essa droga pode ser administrada por vias distintas: inalada, fumada, injetada ou ingerida. Porém, em algumas dessas formas, os usuários reclamavam do menor potencial de seus efeitos, principalmente quando ingerida.
A metanfetamina pode ser utilizada na forma injetável
Com o passar do tempo, a metanfetamina passou a ser preparada com ácido clorídrico, fazendo surgir uma variante dela, denominada cloridrato de metanfetamina, que é uma substância com maior potencial de efeito e dependência.
O cloridrato de metanfetamina recebe várias denominações entre os usuários, como “ice”, “speed”, “cristal”, “cranck”, “meth”, “crystal meth”, “Tina”, “Christine” e “Yaba”. Essa variação da droga é consumida de forma semelhante ao crack, ou seja, por meio de cachimbos caseiros para a inalação dos vapores da droga.
Ice, speed e Meth são algumas das formas pelas quais é conhecido o cloridrato de metanfetamina
Síntese da metanfetamina
Por se tratar de uma droga sintética, a metanfetamina é desenvolvida em laboratório e tem como precursores os medicamentos utilizados para gripes e resfriados, nos quais está presente a substância efedrina. A seguir, veja as etapas de produção da metanfetamina:
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1º Reação de redução da efedrina em metanfetamina, utilizando ácido iodídrico (HI) e fósforo vermelho. Essa reação produz a metanfetamina, que é lipossolúvel e volátil;
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2º Formação do sal cloridrato de metanfetamina pela adição de ácido clorídrico à metanfetamina obtida pela passo anterior.
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3º Adiciona-se o cloridrato de metanfetamina lentamente à água e eleva-se a temperatura até aproximadamente 100 °C, formando uma solução supersaturada.
- 4º Essa solução supersaturada é, então, resfriada, o que resulta na precipitação dos cristais de metanfetamina.
Efeitos psicoativos da metanfetamina
Os efeitos que a metanfetamina produz logo após a sua utilização são:
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Euforia intensa;
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Elevado estado de alerta;
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Elevação da autoestima;
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Aumento da energia;
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Aumento da libido;
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Aumento do prazer sexual;
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Diminuição do cansaço;
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Diminuição da necessidade de dormir;
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Diminuição do apetite.
Obs.: Esses efeitos podem estender-se por até 12 horas depois do uso da droga.
Efeitos tóxicos provocados pelo uso da metanfetamina
Após o período de 12 horas, em que se observam os efeitos citados anteriormente, a metanfetamina pode provocar no indivíduo diversos efeitos tóxicos, como:
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Tremores;
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Midríase;
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Palpitações;
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Sudorese;
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Arritmias cardíacas;
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Assistolia;
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Colapso cardiovascular;
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Edema pulmonar;
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Coagulação intravascular disseminada;
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Insuficiência renal aguda;
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Hepatotoxicidade;
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Surtos psicóticos;
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Estado alucinatório;
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Comportamento violento;
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Acidente vascular cerebral isquêmico e hemorrágico.
Obs.: As principais causas desses efeitos tóxicos são o desenvolvimento de dependência e overdose, muitas vezes, induzidas pela tolerância que leva o dependente de metanfetamina a aumentar a frequência e a dose ingerida para conseguir reproduzir a intensidade dos efeitos obtidos na primeira utilização da droga.
O uso crônico da metanfetamina pode causar alterações neuronais irreversíveis, as quais resultam em sintomas neurológicos e psiquiátricos por causa da depleção (redução) de dopamina. Esse efeito leva a uma psicose, com sintomas semelhantes aos de esquizofrenia, associada a quadros de confusão, delírios e comportamento agressivo. Além disso, mudanças na aparência física de usuários de metanfetamina produzem um efeito de envelhecimento em longo prazo.
Por Me. Diogo Lopes