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Academia Brasileira de Letras

A Academia Brasileira de Letras (ABL) é uma instituição literária e cultural que surgiu em 1897 com o objetivo de notabilizar a língua portuguesa e a literatura nacional.

Retrato de Machado de Assis.
Machado de Assis foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, sendo também seu primeiro presidente e patrono.
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A Academia Brasileira de Letras (ABL) é uma entidade de caráter cultural e literário criada em 1897 por importantes nomes da literatura brasileira, como Machado de Assis, e tem como objetivo o reconhecimento da língua portuguesa e da literatura nacional. Sua criação se inspirou na Academia Francesa de Letras. A ABL é composta por 40 membros.

Veja também: Patrimônio histórico cultural a relevância cultural dos bens materiais e imateriais dos povos

Tópicos deste artigo

Resumo sobre a Academia Brasileira de Letras

  • A Academia Brasileira de Letras é uma entidade cultural e literária fundada em 1897.

  • Tem como objetivo cultivar a língua portuguesa e a literatura nacional.

  • Não aceita estrangeiros entre os seus membros, somente brasileiros natos.

  • Ao todo, são 40 membros que ocupam cadeira na academia em caráter vitalício, portanto, até o fim da vida.

  • As cadeiras vazias são ocupadas por meio de uma eleição em que os membros escolhem quem vai ocupar a cadeira em questão.

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O que é a Academia Brasileira de Letras?

A Academia Brasileira de Letras, também conhecida por sua sigla “ABL”, é uma instituição cultural e literária que tem como objetivo zelar pela língua portuguesa e literatura nacional. Essa instituição foi fundada em 20 de julho de 1897, se estabelecendo como uma das principais instituições culturais e literárias do Brasil.

Essa entidade é considerada responsável por atuar na unificação da língua portuguesa e também por realizar a edição de obras literárias de relevância. Ela foi criada com o intuito de ser um ponto de encontro para os escritores brasileiros do final do século XIX, ideia inspirada na Academia Francesa de Letras.

Entrada do prédio da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. [1]
Entrada do prédio da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. [1]

Está sediada no Rio de Janeiro, sendo que o prédio que abriga essa entidade, chamado Petit Trianon, foi um presente dado pelo governo francês por intermédio de seu embaixador, Raymond Conty. Em 1987, esse prédio foi tombado pelo Instituto Estado do Patrimônio Cultural, que é vinculado à Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

Interessante: O lema dessa instituição é uma expressão no latim Ad immortalitatem, que na tradução para o idioma português significa “Rumo à imortalidade”.

Criação da Academia Brasileira de Letras

Considera-se que os principais fundadores da Academia Brasileira de Letras foram Machado de Assis, Lúcio de Mendonça e Medeiros e Albuquerque. Outros nomes, como Graça Aranha, Afonso Celso, Rui Barbosa, Visconde de Taunay, Teixeira de Melo, Joaquim Nabuco, Olavo Bilac e Inglês de Sousa, tiveram grande importância na fundação da instituição. Juntos, eles decidiram estabelecer um local de encontro para os escritores e iniciaram as discussões para a fundação da ABL.

Desde o momento em que as discussões começaram, Machado de Assis se estabeleceu como o presidente dessa instituição, nomeado por aclamação. As reuniões para a formação da ABL foram realizadas entre os anos de 1896 e 1897, e a entidade foi fundada possuindo 30 membros, mas, meses depois, esse número foi alargado para 40, porque era o mesmo número de membros que existia na Academia Francesa de Letras.

Uma grande diferença entre as academias de Letras do Brasil e da França é que a brasileira aceita apenas membros que são brasileiros natos, enquanto a francesa aceita membros de outros países, desde que eles falem o idioma francês. A mesa diretora da ABL, durante sua fundação, foi formada por cinco pessoas:

  • Presidente: Machado de Assis.

  • Secretário-geral: Joaquim Nabuco.

  • Primeiro-secretário: Rodrigo Octavio.

  • Segundo-secretário: Silva Ramos.

  • Tesoureiro: Inglês de Sousa.

Leia também: Museu Nacional — outra importante instituição brasileira

Como são eleitos os membros da Academia Brasileira de Letras?

As 40 cadeiras da Academia Brasileira de Letras são ocupadas cada uma por um membro, respectivamente, e cada membro da ABL é considerado efetivo e permanente. Sendo assim, um membro ocupa uma cadeira até falecer, e depois essa cadeira é ocupada por outra pessoa.

Para que a vaga seja novamente ocupada, a ABL anuncia abertura do processo de ocupação da vaga e aguarda que interessados enviem suas candidaturas. Um tempo depois, é realizada uma eleição entre os membros da academia, e eles decidem qual dos candidatos será escolhido para ocupar a vaga em questão. Após a eleição pelos membros, a nova pessoa escolhida conquista o direito de ocupar a cadeira até o fim de sua vida.

Só foi permitido às mulheres participar da Academia Brasileira de Letras na década de 1970. A primeira mulher a ocupar uma cadeira foi Rachel de Queiroz, em 1977. Apesar dessa permissão, a discrepância entre gêneros ainda é grande. Em 2022, das 40 cadeiras, apenas cinco são ocupadas por mulheres. Além disso, ao longo da história da ABL, apenas duas mulheres ocuparam a posição de presidente: Nélida Piñon e Ana Maria Machado.

Um aspecto interessante sobre os membros da ABL é que, em 2021, um membro da Academia Brasileira de Letras poderia receber cerca de dez mil reais por mês se participasse de todos os encontrados organizados pela instituição mensalmente.

Prêmios da Academia Brasileira de Letras

Atualmente, a Academia Brasileira de Letras organiza alguns eventos e distribui uma premiação anual. A Academia chegou a ter um volumoso número de premiações, mas muitos desses prêmios tiveram sua distribuição encerrada por questões financeiras.

Entretanto, em 2021, o Prêmio Machado de Assis foi retomado. Os vencedores desse prêmio, que leva o nome do patrono da ABL, são escolhidos pelos membros da academia, e ele é entregue para autores que se destacam pelo conjunto da sua obra.

Crédito de imagem

[1] Wikimedia Commons (reprodução)

 

Por Daniel Neves Silva
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Academia Brasileira de Letras"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/academia-brasileira-de-letras.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

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