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Zona urbana

Zona urbana é o recorte do espaço geográfico em que se inserem as cidades. Caracterizam-se pela elevada densidade de edifícios, de pessoas, de serviços e atividades econômicas.

Vista aérea de adensamento de moradias em zona urbana.
O adensamento de edifícios e de pessoas caracteriza a zona urbana.
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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Zona urbana é um recorte do espaço geográfico que tem como características principais a alta concentração de edifícios, de pessoas e de serviços e o elevado dinamismo econômico. Nas zonas urbanas é possível encontrar maior diversidade de habitação, diferentes tipos de comércio e maiores oportunidades de trabalho, ao mesmo tempo que a poluição urbana, a terceirização, a poluição ambiental e a segregação socioespacial são alguns dos problemas enfrentados nesses locais.

Leia também: Problemas ambientais que atingem a zona urbana

Tópicos deste artigo

Resumo sobre zona urbana

  • Zona urbana é o recorte espacial caracterizado pela elevada concentração de edifícios, de pessoas e de serviços oferecidos. A cidade é a principal forma que representa a zona urbana.

  • Outras características chamam a atenção na zona urbana, que são as amplas superfícies de concreto, o dinamismo econômico e a menor ocorrência de espaços naturais.

  • A maior oferta de serviços, as maiores oportunidades de trabalho e a diversidade econômica são algumas das vantagens da zona urbana.

  • A poluição dos recursos naturais, o elevado custo de vida e os problemas de mobilidade urbana são algumas das desvantagens da zona urbana.

  • A produção econômica da zona urbana se concentra nos setores secundário e terciário.

  • Existem problemas comuns às zonas urbanas no mundo todo, como: segregação socioespacial, violência urbana, problemas de mobilidade e alto custo dos serviços.

  • Além da zona urbana, há também as zonas periurbanas ou franjas urbanas. Esse recorte espacial representa a transição entre a zona urbana e a zona rural.

O que é zona urbana?

Zona urbana é o nome dado ao recorte do espaço geográfico caracterizado pela elevada concentração de pessoas, de serviços, de edifícios e, sobretudo, de superfícies recobertas por concreto. Ou seja, é uma área em que a atividade humana se reproduz de maneira bastante intensa, o que pode ser percebido tanto na dinâmica socioespacial quanto nas formas que compõem a paisagem. A natureza, nas zonas urbanas, se encontra totalmente ou quase totalmente modificada de modo a atender às necessidades da população que vive nessa área.

Temos vários exemplos de zona urbana, mas a principal delas é a cidade.

A definição acima apresentada é, também, utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seus estudos sobre o território brasileiro e na elaboração de um de seus principais produtos, que é o censo demográfico.

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Principais características da zona urbana

A zona urbana apresenta características muito particulares que a diferenciam dos demais recortes identificados no espaço geográfico. Os aspectos que se destacam na zona urbana são:

  • Adensamento populacional: as zonas urbanas apresentam populações concentradas, que ao mesmo tempo em que são numerosas são presentes em todo o recorte classificado como tal. A população da zona urbana coabita em áreas relativamente reduzidas e reproduzem hábitos e comportamentos que são os responsáveis por garantir o dinamismo do espaço urbano.

  • Concentração de habitações e edifícios: é na zona urbana que se encontra a maior concentração de edifícios que são destinados ao comércio, aos serviços e à indústria, e também de residências e diferentes tipos de habitação (individual ou coletiva). Assim como a população, essas edificações estão presentes em áreas reduzidas que classificamos como quarteirões, bairros, ruas e avenidas de maneira justaposta ou sobreposta (prédios).

    Vista aérea de adensamento de moradias em zona urbana.
    O adensamento de edifícios e de pessoas caracteriza a zona urbana.
  • Ampla oferta de serviços: é nas cidades, nas metrópoles e nas aglomerações urbanas que encontramos os mais diversos tipos de serviços, sejam eles públicos ou privados. Esses serviços compreendem desde o saneamento básico, a coleta seletiva, o acesso à saúde e as instituições educacionais (escolas, faculdades, universidades) até bancos, supermercados, lojas diversas, postos de gasolina e restaurantes.
  • Concentração de atividades econômicas e de lazer: uma vez que os serviços são ofertados, em sua maioria, na zona urbana, esse recorte espacial concentra também as atividades econômicas e aquelas de lazer. Na área da economia, destacamos aqui a presença da indústria (setor secundário) e dos serviços de todos os tipos (setor terciário). A zona urbana oferece muitas atividades de lazer, principalmente atreladas às artes como cinema, teatro, museu e bibliotecas, além de praças, clubes esportivos e outros espaços coletivos para a sua população.

Leia também: As cidades mais populosas do mundo

Vantagens e desvantagens da zona urbana

Viver na zona urbana oferece tanto vantagens quanto desvantagens para a sociedade, da mesma maneira que qualquer outro recorte espacial.

Vantagens da zona urbana

Desvantagens da zona urbana

Ampla oferta de serviços para a população, como infraestrutura urbana, saúde e educação.

Elevado custo de vida e redes urbanas pouco abrangentes, que não chegam a bairros periféricos.

Diversidade de locais para habitação, o que inclui preços variados que variam conforme a área ou o local escolhido na cidade.

Aluguéis caros e elevado preço de imóveis, o que “empurra” a população para áreas mais periféricas.

Presença de transporte público e maiores opções de deslocamento pelo espaço.

Engarrafamentos e trânsito, o que dificulta a mobilidade urbana.

Maiores oportunidades de emprego.

Ampla parcela de população trabalhando na informalidade.

Variedade de espaços culturais e de lazer para a população.

Poluição atmosférica, hídrica e do solo, o que dificulta o aproveitamento dos espaços.

Produção da zona urbana

A zona urbana é marcada pelo intenso dinamismo social e econômico, concentrando um grande volume de atividades que transformam o espaço das cidades e se reproduzem através dele. A produção da zona urbana se concentra principalmente nos setores secundário e terciário. Diversos segmentos da indústria, como a indústria de transformação, estão localizados na zona urbana e geram empregos e demanda por serviços variados nesse recorte espacial.

O comércio e os serviços também caracterizam a produção da zona urbana. Ruas inteiras dedicadas ao varejo, feiras, shopping centers, supermercados, hipermercados, mercearias e farmácias são alguns dos estabelecimentos que estão na zona urbana e acabam por conferir o aspecto de centralidade para as cidades. Isso significa que eles atraem um movimento de pessoas muito grande, principalmente em metrópoles e grandes centros urbanos em que se encontra maior variedade de serviços.

A produção da zona urbana conta, ainda, com bancos, instituições financeiras, instituições de ensino dos mais diversos níveis, escritórios, empresas de tecnologia e de comunicação, agências de viagem e de turismo e todas as demais atividades que são desempenhadas pelo setor terciário da economia. Lembremos, entretanto, que esses são serviços comuns às zonas urbanas, o que não significa dizer que todas as cidades os ofertam da mesma maneira.

Problemas comuns da zona urbana

Os problemas comuns encontrados na zona urbana do Brasil e do mundo são:

  • Poluição dos recursos naturais, atmosférica e sonora. Em alguns casos, também visual.

  • Custo de serviços básicos é elevado, e o acesso a eles não é universal.

  • Elevado preço dos aluguéis e dos imóveis, aumentando o número de pessoas vivendo em áreas irregulares e que oferecem risco à vida.

  • Mobilidade urbana prejudicada devido ao grande volume de veículos individuais em circulação e à precariedade do transporte público em muitas cidades grandes.

  • Pobreza urbana causada pela segregação socioespacial.

  • Violência urbana cada vez mais presente não somente na periferia, mas em todos os espaços.

  • Desemprego e aumento da terceirização e da informalidade.

Quais as diferenças entre zona urbana e zona rural?

O que diferencia a zona urbana da zona rural é, justamente, a densidade: de pessoas, de atividades econômicas, de áreas de concreto e de edifícios. A zona rural é também um recorte do espaço geográfico, mas é caracterizada pela menor concentração de pessoas e pelas amplas superfícies recobertas por vegetação nativa ou por cultivos agrícolas e pastos, contendo mais elementos da natureza do que elementos totalmente transformados pela ação dos seres humanos.

Embora existam indústrias localizadas na zona rural, as atividades que predominam nesse recorte são aquelas do setor primário, o que engloba o extrativismo mineral, vegetal e animal, a agricultura e a pecuária. As residências não se encontram todas aglomeradas ou justapostas, o que faz com que a zona rural ocupe uma área muito maior do que a zona urbana. Além disso, o dinamismo socioespacial e econômico da zona rural é menor quando comparado ao das áreas urbanizadas. Para saber mais sobre a zona rural, clique aqui.

Importância da zona rural para a zona urbana

A zona rural e a zona urbana são recortes espaciais muito importantes uns para os outros. Os alimentos que são adquiridos nos mercados, açougues, feiras e hortifrútis são oriundos do campo, juntamente com uma parte da matéria-prima usada na indústria. Existem muitas pessoas que, mesmo habitando a zona rural, trabalha na zona urbana, e realiza diariamente o movimento de migração pendular. O oposto também acontece, quando pessoas da cidade trabalham em lavouras rurais.

Pensando na relação contrária, a cidade oferece uma gama de serviços para os moradores do campo, que se deslocam até ela para o acesso à saúde, à educação, às instituições financeiras e ao comércio varejista. Portanto, não podemos pensar que campo e cidade são mutuamente excludentes, tampouco que a relação entre eles é de dependência. Na realidade, a zona urbana e a zona rural possuem uma relação de cooperação e complementaridade.

Zonas periurbanas

Zonas periurbanas, ou franjas urbanas, são as áreas intermediárias situadas entre a zona rural e a zona urbana. Elas apresentam elementos de ambos os recortes espaciais, e realmente mostram a transição nítida entre um tipo de paisagem e outro: nota-se o contínuo adensamento de residências e infraestrutura à medida que se aproxima de uma cidade, ao passo que a natureza se faz mais presente conforme nos afastamos do centro urbano e chegamos à zona rural. Todas essas transformações acontecem dentro da zona periurbana.

Exercícios sobre zona urbana

Questão 1

(Enem) Esse processo concentra a população de renda mais elevada e maior poder político em áreas mais centrais e privilegiadas em termos de empregos, infraestrutura básica e serviços sociais. Ao mesmo tempo, redistribui a população menos favorecida quanto a esses aspectos, constituindo uma ocupação periférica que se estende até os municípios limítrofes. Neles, as condições de acesso às áreas mais centrais são agravadas pelas grandes distâncias e pelas dificuldades relacionadas à eficiência do sistema de transporte.

CAIADO, M. C. S. Deslocamentos intraurbanos e estruturação socioespacial na metrópole brasiliense. São Paulo em Perspectiva, n. 4, out.-dez. 2005.

O texto caracteriza um estágio do processo de urbanização marcado pela

a) segregação socioespacial.

b) emancipação territorial.

c) conurbação planejada.

d) metropolização tardia.

e) expansão vertical.

Resolução: Alternativa A. O texto descreve um dos principais problemas encontrados nas zonas urbanas, que é o de segregação socioespacial que acontece com a população com menor poder aquisitivo.

Questão 2

(Unesp) O predomínio mundial da urbanização, com o crescimento no número absoluto de cidades, teve como uma de suas consequências:

a) a terciarização da economia, que levou à absorção da população economicamente ativa dos setores primário e secundário.

b) a terceirização da gestão pública, que contribuiu para otimizar recursos ao restringir os cargos e os locais de atuação de profissionais.

c) o fim do setor secundário, que valorizou setores mais modernos da economia urbana.

d) a valorização do terceiro setor, que ampliou o papel do comércio para suprir as necessidades de consumo das populações.

e) o desenvolvimento de cidades globais, que contribuiu para a padronização de leis de uso e ocupação do solo, a fim de ampliar a circulação de pessoas.

Resolução: Alternativa A. A urbanização e o crescimento do número de cidades pelo mundo resultou no processo de terceirização da economia, com a ampliação do setor de serviços e de comércio que é o segmento dominante nas zonas urbanas.

Fontes:

LUCCI, Elian Alabi. Território e sociedade no mundo globalizado: ensino médio, 3. São Paulo: Saraiva, 2016.

IBGE. Classificação Rural e Urbana. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/tipologias-do-territorio/15790-classificacao-rural-e-urbana.html.

ROSS, Jurandyr L. Sanches. (Org.) Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2019. 6 ed. 3 reimpr.549p.

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Zona urbana"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/zona-urbana.htm. Acesso em 04 de dezembro de 2024.

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