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bell hooks foi uma famosa escritora e feminista estado-unidense. Ela nasceu em Hopkinsville, no dia 25 de setembro de 1952, e pertenceu a uma família negra e pobre. Mais tarde, fez graduação em Inglês, mestrado em Letras, doutorado em Literatura e se tornou professora universitária.
A autora, que faleceu em 15 de dezembro de 2021, em Berea, foi uma das principais ativistas estado-unidenses no campo dos estudos étnicos e de gênero. Suas obras são marcadas por uma visão feminista, antirracista e anti-imperialista. Seu livro mais famoso é a obra ensaística Tudo sobre o amor.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre bell hooks
- 2 - Biografia de bell hooks
- 3 - Por que bell hooks se escreve com letra minúscula?
- 4 - Ideologia de bell hooks
- 5 - Características das obras de bell hooks
- 6 - Principais obras de bell hooks
- 7 - Análise da obra Tudo sobre o amor, de bell hooks
- 8 - Filmografia de bell hooks
- 9 - Prêmios de bell hooks
- 10 - Frases de bell hooks
Resumo sobre bell hooks
- bell hooks foi uma famosa escritora estado-unidense.
- Ela nasceu em 1952 e faleceu 2021.
- Além de escritora e ativista, também foi professora universitária.
- Um dos destaques ligados a ela é a grafia do seu nome com letras minúsculas.
- Suas obras são marcadas pela ideologia feminista e pelo antirracismo.
- Sua obra mais famosa é o livro ensaístico Tudo sobre o amor.
Biografia de bell hooks
bell hooks nasceu em 25 de setembro de 1952, em Hopkinsville, uma cidade dos Estados Unidos. Seu nome verdadeiro é Gloria Jean Watkins, sendo bell books um pseudônimo. Nasceu em uma família negra e pobre, com cinco irmãs e um irmão. Sua mãe trabalhava em uma escola como servente. Já seu pai era vigia.
Iniciou seus estudos em escola pública, ainda sob o regime de segregação racial. Estudou na Booker T. Washington e na Crispus Attucks, no ensino fundamental e em parte do médio respectivamente. Nessas escolas, grande parte do corpo docente era formado por mulheres negras. Assim, logo aprendeu que a educação é uma forma de resistência política.
Com o fim da segregação escolar, passou a dividir o espaço educativo com brancos e sentir o forte preconceito. Devido a isso, bell hooks vivenciou uma adolescência de tristeza e angústia. A “escola de brancos” onde foi obrigada a estudar ficava distante de sua casa. A Hopkinsville High School era uma escola integrada. Ali, predominavam as pessoas brancas, tanto professores quanto alunos.
Mais tarde, bell hooks ingressou na faculdade de Letras, e, em 1973, terminou sua graduação em Inglês, na Universidade de Stanford. Durante a graduação, ela se tornou feminista. Em seguida, iniciou mestrado em Letras na Universidade de Wisconsin-Madison, concluído em 1976.
Nesse ano, passou a trabalhar como professora na Universidade do Sul da Califórnia, onde lecionava Inglês e Estudos Étnicos. Já em 1983, obteve o doutorado em Literatura na Universidade da Califórnia. Trabalhou na Universidade de Yale, na universidade The New School, de Nova Iorque, e na Universidade de Stanford.
Passou a trabalhar na Faculdade de Berea, em 2004. Na cidade de Berea, ela criou, em 2014, o Instituto bell hooks, que promove estudos de gênero. Como professora, deu aulas de Inglês, Literatura, além de disciplinas associadas aos estudos afro-americanos e de gênero. bell hooks faleceu em 15 de dezembro de 2021, em Berea.
Por que bell hooks se escreve com letra minúscula?
A autora escolheu o pseudônimo bell hooks em homenagem à sua bisavó Bell Blair Hooks. Ela decidiu utilizar tal pseudônimo sempre com letras minúsculas para se destacar, além de eliminar o caráter pessoal impresso em um substantivo próprio, de modo a evidenciar o seu pertencimento a uma comunidade.
Ideologia de bell hooks
A área de estudos de bell hooks está relacionada à questão étnica e a questões de gênero. A autora, portanto, está ideologicamente vinculada ao feminismo e ao movimento negro.
Características das obras de bell hooks
A maioria das obras de bell hooks é de caráter teórico ou ensaístico. Tais obras apresentam conteúdo feminista e antirracista. Fazem parte, portanto, dos estudos culturais, além de apresentarem cunho pedagógico. Seus ensaios têm caráter subjetivo e traços autobiográficos. A autora aponta o preconceito racial, étnico e de gênero.
Suas obras também fazem crítica ao sistema educacional dos Estados Unidos, o qual, irresponsavelmente, desconsidera as diferenças sociais em contexto escolar. Também apontam outros problemas da educação em seu país. A autora defende um ambiente escolar pautado na diversidade, na democracia e na formação do pensamento crítico.
bell hooks faz reflexões acerca do papel social da mulher negra nos Estados Unidos, de forma a apontar não só o racismo como também o patriarcalismo. Por fim, a autora defende uma educação que seja antirracista, antissexista, anti-imperialista e que discuta as diferenças de classe.
Principais obras de bell hooks
- And there we wept: poems (1978)
- E eu não sou uma mulher? Mulheres negras e feminismo (1981)
- Teoria feminista: da margem ao centro (1984)
- Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra (1989)
- Anseios: raça, gênero e políticas culturais (1990)
- Olhares negros: raça e representação (1992)
- Irmãs do inhame: mulheres negras e autorrecuperação (1993)
- Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade (1994)
- Tudo sobre o amor: novas perspectivas (2000)
- Ensinando comunidade: uma pedagogia da esperança (2003)
- Ensinando pensamento crítico: sabedoria prática (2010)
- O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras (2015)
Análise da obra Tudo sobre o amor, de bell hooks
O livro Tudo sobre o amor é uma coleção de ensaios em que a autora reflete sobre a importância (ou ausência) do amor na cultura ocidental e busca mostrar “como regressar ao amor”. Segundo a autora:
[...], queremos viver numa cultura em que o amor possa florescer. Ansiamos por acabar com o desamor, tão prevalente em nossa sociedade. Este livro [...] oferece formas novas e radicais de pensar a arte de amar, apresentando uma perspectiva esperançosa e alegre sobre o poder transformador do amor. Ele nos permite saber o que precisamos para amar de novo. Reunindo a sabedoria do amor, ele nos possibilita saber o que devemos fazer para sermos tocados por sua graça.
Nessa obra, a autora reflete acerca do significado ou conceito de amor, já que, segundo hooks, uma “boa definição marca nosso ponto de partida e nos permite saber aonde queremos chegar”. Afirma que “a primeira escola do amor” é o lar ou a família e que aprendemos sobre o amor na infância.
Segundo ela, “é nossa responsabilidade dar amor às crianças. Quando as amamos, reconhecemos com nossas próprias ações que elas não são propriedades, que têm direitos — os quais nós respeitamos e garantimos”. Afinal, a autora afirma, sem “justiça, não pode haver amor”.
Além disso, a professora afirma que, para “sermos amorosos, precisamos estar dispostos a ouvir as verdades uns dos outros e, o mais importante, reafirmar o valor de dizer a verdade. As mentiras podem fazer as pessoas se sentirem melhor, mas não nos ajudam a conhecer o amor”.
A autora fala da importância do amor-próprio, obtido no momento em que aceitamos o que nós realmente somos, e também reflete sobre o amor divino por meio do “despertar espiritual”. Ela lança a ideia de “ética amorosa”, a qual “pressupõe que todos têm o direito de ser livres, de viver bem e plenamente”.
E ataca a sociedade materialista e consumista, já que em “uma cultura narcísica, o amor não pode desabrochar”. Ela defende a ideia de comunidade ao concluir que não “há lugar melhor para aprender a arte do amor que numa comunidade”. Por fim, hooks fala também do amor romântico e do poder curativo do amor.
Desse modo, o livro faz uma extensa reflexão acerca de como o amor, esse fenômeno cultural e emocional, é visto na sociedade ocidental, e mostra sua importância na construção de justiça e valores éticos. Na obra de hooks, o amor é tratado como um fenômeno relacionado à espiritualidade, à autoaceitação, à liberdade e ao fortalecimento de uma comunidade.
Filmografia de bell hooks
A escritora, ativista e professora participou dos seguintes documentários:
- Preto é... Preto não é (1994)
- Dê a mínima novamente (1995)
- Crítica cultural e transformação (1997)
- Meu feminismo (1997)
- Vozes de poder (1999)
- Baadasssss cinema (2002)
- Luz feroz: quando o espírito encontra a ação (2008)
- Ocupe o amor (2012)
- Caipira (2018)
Prêmios de bell hooks
- American Book Awards (1991, 2023)
- Writer’s Award (1994)
- Best Poetry Award (2013)
Frases de bell hooks
A seguir, vamos ler algumas frases de bell hooks, retiradas de seu livro Tudo sobre o amor:
- “A cultura jovem de hoje é cínica em relação ao amor.”
- “A maioria dos homens sente que recebe amor e, portanto, sabe o que é ser amado.”
- “As mulheres geralmente se sentem num estado constante de anseio, querendo amor, mas sem recebê-lo.”
- “A fantasia masculina é vista como algo capaz de criar realidade, enquanto a fantasia feminina é tratada como puro escapismo.”
- “A afeição é apenas um dos ingredientes do amor.”
- “Todo despertar para o amor é um despertar espiritual.”
Créditos de imagem
[1] Ikusgela / Wikimedia Commons (reprodução)
[2] Editora Elefante (reprodução)
Fontes
HOOKS, bell. Tudo sobre o amor: novas perspectivas. Tradução de Stephanie Borges. São Paulo: Elefante, 2021.
LINO, Tayane Rogeria. O lócus enunciativo do sujeito subalterno: uma análise da produção científica de bell hooks e Gloria Anzaldúa. 2014. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2014.
OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno de; BEZERRA, Teresa Christina da Cruz; NOGUEIRA, Thaís Tavares. Bell Hooks: memórias de uma educadora-aprendiz da liberdade. Educação e Cultura Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 20, p. 1-18, 2023.
SAMPAIO, Isabela Perfeito. A influência de Paulo Freire na pedagogia engajada de bell hooks. 2023. TCC (Bacharelado em Pedagogia) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.