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Sexismo

O sexismo é uma forma de discriminação baseada no gênero, geralmente favorecendo os homens e limitando as oportunidades das mulheres em diversas áreas da sociedade.

Conceito de sexismo em fundo verde.
O sexismo é uma forma de discriminação que geralmente atinge mulheres.
Crédito da Imagem: Brasil Escola
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O sexismo é uma forma de discriminação baseada no gênero, geralmente favorecendo os homens e limitando as oportunidades das mulheres em diversas áreas da sociedade. Ele pode se manifestar de maneira hostil, com atitudes abertamente agressivas, ou de forma benevolente, disfarçado de elogios que reforçam papéis tradicionais de gênero. Essas atitudes sexistas aparecem em comportamentos explícitos, como disparidades salariais, e em microagressões cotidianas, como piadas e estereótipos.

Identificar o sexismo exige uma análise crítica de normas sociais que favorecem um gênero em detrimento de outro, e embora o sexismo por si só não seja crime, ele pode resultar em comportamentos criminalizados, como assédio e violência doméstica.

Leia também: O que pode ser considerado assédio sexual?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre sexismo

  • O sexismo é uma forma de discriminação baseada no gênero, que se fundamenta na ideia de que um sexo, geralmente o masculino, é superior ao outro, limitando as oportunidades de indivíduos, especialmente mulheres, em diversas áreas da sociedade.
  • Existem dois principais tipos de sexismo: o hostil, que envolve atitudes negativas e agressivas, e o benevolente, que se disfarça de elogios ou proteção, mas reforça papéis tradicionais de gênero e perpetua a desigualdade.
  • Atitudes sexistas se manifestam em comportamentos explícitos, como a discriminação salarial, e em microagressões diárias, como piadas e comentários que subestimam as capacidades de um gênero, reforçando estereótipos e desigualdades.
  • Para identificar o sexismo, é necessário questionar crenças e comportamentos enraizados que favorecem um gênero em detrimento de outro, observando padrões que limitam ou marginalizam indivíduos com base no seu sexo ou identidade de gênero.
  • O sexismo em si não é considerado crime em muitas legislações, mas pode se manifestar em comportamentos tipificados como crimes, como assédio sexual, violência doméstica e discriminação de gênero no trabalho.
  • Sexismo e misoginia estão interligados, mas enquanto o sexismo refere-se à discriminação de gênero de forma mais ampla, a misoginia é o ódio ou desprezo direcionado especificamente às mulheres, sendo uma forma extrema de sexismo hostil.
  • No Brasil, o sexismo é evidente nas disparidades salariais, na baixa presença de mulheres em cargos de liderança e na violência de gênero, perpetuado por normas patriarcais e afetando especialmente mulheres negras e indígenas.
  • Em várias partes do mundo, o sexismo continua a ser uma barreira para a igualdade de gênero, com mulheres sendo privadas de direitos fundamentais em algumas regiões, enquanto em outras o crescimento de movimentos antifeministas demonstra a persistência de atitudes discriminatórias.

O que é sexismo?

O sexismo é a discriminação ou preconceito baseado no sexo ou no gênero, fundamentado na crença de que um gênero é inerentemente superior ao outro.

Historicamente, o sexismo tem favorecido os homens, levando à marginalização das mulheres em diversas esferas da vida, incluindo o trabalho, a educação e a política. No entanto, também pode ocorrer na direção contrária, quando homens são discriminados com base em estereótipos de masculinidade. O sexismo está enraizado em normas culturais e sociais que moldam expectativas de gênero, limitando o potencial de indivíduos com base em sua identidade sexual ou de gênero.

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Tipos de sexismo

Existem dois principais tipos de sexismo: o sexismo benevolente e o sexismo hostil. O sexismo hostil envolve atitudes abertamente negativas e desprezo em relação a mulheres ou homens. Ele se manifesta por meio de violência verbal, física ou psicológica e está associado a comportamentos misóginos ou misândricos. Já o sexismo benevolente é mais sutil e muitas vezes disfarçado de elogios ou atitudes protetoras, como a crença de que as mulheres devem ser cuidadas pelos homens ou que são naturalmente mais "delicadas". Embora pareça inofensivo, o sexismo benevolente contribui para manter desigualdades ao reforçar papéis tradicionais de gênero.

Mão tampa boca de mulher, em referência ao conceito de sexismo.
O sexismo afeta as relações de gênero em todos os campos da sociedade.

Atitudes sexistas

Atitudes sexistas podem se manifestar de várias formas, tanto em comportamentos explícitos quanto em microagressões. Exemplos comuns incluem o pagamento desigual entre homens e mulheres para o mesmo trabalho, a subestimação de competências femininas em áreas tradicionalmente masculinas, como ciência e tecnologia, e a expectativa de que as mulheres devem assumir a responsabilidade pelas tarefas domésticas, independentemente de seu emprego fora de casa.

O sexismo também se manifesta em piadas ou comentários depreciativos sobre as capacidades ou aparências das pessoas com base em seu gênero. Essas atitudes podem parecer triviais, mas criam um ambiente de inferioridade e exclusão.

Leia também: Violência contra a mulher — como pode ocorrer?

Como identificar o sexismo?

Identificar o sexismo exige uma análise crítica dos comportamentos e normas sociais. Muitas vezes, o sexismo é mascarado por atitudes aparentemente inofensivas ou tradicionais, como a ideia de que "meninas são naturalmente mais cuidadosas" ou "meninos não choram". Para reconhecer o sexismo, é importante questionar a origem dessas crenças e como elas perpetuam desigualdades.

Além disso, é fundamental observar padrões de comportamento que privilegiam um gênero em detrimento do outro, como o tratamento diferenciado no ambiente de trabalho, a atribuição de papéis específicos para homens e mulheres, e as expectativas sociais de comportamento.

Sexismo é crime?

O sexismo, por si só, não é tipificado como crime em muitas legislações ao redor do mundo, inclusive no Brasil. No entanto, atitudes sexistas podem se manifestar em comportamentos que constituem crimes, como a discriminação de gênero no ambiente de trabalho, prevista na legislação trabalhista, ou a violência doméstica, que é abordada pela Lei Maria da Penha.

Em alguns casos, o sexismo pode levar a situações de assédio sexual ou moral, ambos criminalizados em várias jurisdições. Além disso, em países com legislações avançadas sobre igualdade de gênero, práticas discriminatórias baseadas no sexo podem ser alvo de sanções civis ou administrativas.

Sexismo x misoginia

Embora estejam interligados, sexismo e misoginia não são sinônimos. O sexismo refere-se à discriminação ou preconceito baseado no gênero, enquanto a misoginia é o ódio, desprezo ou aversão especificamente em relação às mulheres.

A misoginia é uma forma extrema de sexismo hostil e está associada a comportamentos que objetificam, desumanizam ou oprimem as mulheres. Enquanto o sexismo pode ser mais generalizado e sutil, a misoginia tende a ser mais agressiva e explícita. Além disso, o sexismo benevolente pode coexistir com a misoginia, criando um ciclo de desigualdade que tanto elogia quanto rebaixa as mulheres. Para saber mais sobre a misoginia, clique aqui.

Sexismo no Brasil

O Brasil é um país com fortes raízes patriarcais, o que contribui para a perpetuação do sexismo em diversas esferas da sociedade. A disparidade salarial entre homens e mulheres, o baixo número de mulheres em cargos de liderança e a violência de gênero são exemplos claros do impacto do sexismo no país.

Mesmo com avanços legislativos, como a Lei Maria da Penha e a legislação trabalhista que proíbe a discriminação por gênero, o sexismo ainda é amplamente tolerado em muitos contextos. Mulheres negras e indígenas enfrentam ainda mais barreiras, sendo vítimas tanto do sexismo quanto do racismo.

Sexismo no mundo

Globalmente, o sexismo continua a ser uma barreira para a igualdade de gênero. Embora países escandinavos, como Suécia e Noruega, sejam exemplos de políticas de igualdade de gênero, o sexismo ainda é predominante em muitas regiões do mundo.

Em alguns países, as mulheres continuam a ser privadas de direitos fundamentais, como a educação e a participação política, e sofrem com práticas discriminatórias como o casamento infantil, mutilação genital feminina e a falta de acesso a serviços de saúde reprodutiva. Além disso, o crescimento de movimentos antifeministas em várias partes do mundo reflete a persistência de atitudes sexistas, mesmo em nações que buscam a igualdade.

Consequências do sexismo

O sexismo tem consequências profundas tanto para indivíduos quanto para a sociedade. No nível pessoal, ele pode limitar as oportunidades de realização profissional e pessoal, contribuindo para a baixa autoestima, ansiedade e depressão, especialmente em mulheres.

No ambiente de trabalho, o sexismo perpetua disparidades salariais e limita a diversidade em cargos de liderança. Além disso, o sexismo contribui para a violência de gênero, incluindo o assédio sexual e a violência doméstica. Socialmente, o sexismo reforça estruturas patriarcais que perpetuam a desigualdade de gênero, prejudicando o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária.

Sexismo na história

O sexismo tem raízes históricas profundas e está intimamente ligado às estruturas patriarcais que dominaram a maior parte das civilizações. Na Antiguidade, as mulheres eram muitas vezes relegadas a papéis domésticos, excluídas da vida pública e política. Na Idade Média, a Igreja Católica contribuiu para a perpetuação do sexismo ao reforçar a ideia de que as mulheres eram inferiores e deviam obediência aos homens.

No século XIX, o movimento feminista começou a questionar essas estruturas, lutando pelo direito ao voto, à educação e à autonomia financeira. Embora tenha havido grandes avanços desde então, o sexismo permanece enraizado em muitas culturas, exigindo esforços contínuos para sua erradicação.

Fontes

GONZALES, Lélia. Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, p. 223-244. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4928667/mod_resource/content/1/RACISMO%20E%20SEXISMO%20NA%20CULTURA%20BRASILEIRA.pdf

SMIGAY, Karin. Sexismo, homofobia e outras expressões correlatas de violência: desafios para a psicologia política. v. 8 n. 11 (2002): Psicologia em Revista Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/index.php/psicologiaemrevista/article/view/136?source=/index.php/psicologiaemrevista/article/view/136

Escritor do artigo
Escrito por: Tiago Soares Campos Bacharel, licenciado e doutorando em História pela USP. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito pela PUC. É professor de História e autor de materiais didáticos há mais de 15 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CAMPOS, Tiago Soares. "Sexismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/sexismo.htm. Acesso em 20 de setembro de 2024.

De estudante para estudante


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