O assunto sobre o retorno do horário de Verão tomou a internet nesta segunda-feira, 7 de novembro. Isso se deve ao fato do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, ter levantado uma enquete em uma rede social sobre o seu retorno.
Como já é de praxe, o tema dividiu opiniões, tendo aqueles que adoram o horário e outros que repudiam o mesmo.
Em relação a enquente até as 9h de hoje (8), 68% dos usuários pediam a volta do horário de Verão, e 32% haviam vontado contra.
O horário de Verão
O horário de Verão consiste no aproveitamento máximo da luz solar a fim de economizar o consumo de energia elétrica.
Essa medida é adotada em diversos países e foi instituída no Brasil durante a gestão de Getúlio Vargas, em 1931 e 1932, mas só passou a ser adotado sem interrupções a partir de 1985, com o intuito de se aproveitar a iluminação natural nos dias mais longos e, com isso, poupar energia e reduzir o risco de apagões.
A suspensão do horário de Verão já era estudada no governo de Michel Temer, mas caiu em 2019, no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro.
Na época, o governo afirmou que o adiantamento anual dos relógios em uma hora "havia perdindo a razão de ser aplicado sob o ponto de vista do setor elétrico", diante das mudanças no padrão de consumo de energia e avanço tecnológico.
Consumo de energia reduz com o horário de Verão?
De acordo com novos estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a aplicação do horário de Verão neste ano não traz benefícios para a operação do sistema elétrico nacional.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Entretanto, os números já divulgados pela própria ONS, entre 2010 e 2014, o aproveitamento da luz do sol ocasionaram em economia de R$ 835 milhões para os consumidores, principalmente devido à redução da necessidade do uso de termelétricas (de operação mais cara).
Dados do Ministério de Minas e Energia nos últimos anos, mostraram também que o Brasil economizou pelo menos R$ 1,4 bilhão desde 2010 por adotar o horário de Verão, em razão de uma redução média de 0,5% no consumo de energia, chegando a 4,5% no horário de pico.
Saiba mais: Dicas para a economia de energia elétrica
Mas a economia no consumo de energia caiu nos últimos anos, fazendo com que a medida passasse a ter pouca relevância, tanto para a segurança do setor de energia como na composição do preço da conta de luz. A economia gerada caiu de R$ 405 milhões em 2013 para R$ 147,5 milhões, em 2016.
Uma análise sobre a possibilidade de retomar o mecanismo extinto foi feita, a pedido do Ministério de Minas e Energia, em agosto de ano. Em meio à crise hídrica e pressão crescente de alguns setores da economia, o órgão também solicitou uma avaliação sobre a volta do mecanismo.
O novo estudo foi solicitado justamente para entender se houve alguma alteração nesse cenário, com o crescimento da geração de energia solar, principalmente pela expansão dos sistemas de geração distribuída. Apesar do parecer, a decisão sobre a medida caberá ao governo federal.
Por Érica Caetano
Jornalista