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Conflitos em Israel se intensificam com ataques recentes do Hamas

A Faixa de Gaza vive novas tensões com a escalada dos embates na região

Em 09/10/2023 10h37 , atualizado em 12/10/2023 11h43
panorama de cidade de Jerusalém
A escalada de tensões iniciou com um ataque do Hamas Crédito da Imagem: Shutterstock
Ouça o texto abaixo!

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O grupo Hamas protagonizou ataques contra o território de Israel neste sábado, dia 7 de outubro. Os ataques começaram às 06h00 com lançamentos de mísseis em diversas cidades, incluindo Jerusalém e a capital israelense, Tel Aviv. Também foram realizadas incursões terrestres que tiveram sequestros e assassinatos como consequências, estima-se que o número de mortos ultrapasse 1.000 pessoas, dentro deste número estão vidas palestinas e israelenses.

Segundo o Ministério da Saúde de Israel, 1590 pessoas ficaram feridas, sendo que 293 estão em estado grave, 315 em estado moderado e 715 em uma situação menos preocupante. Ainda há 20 pessoas recebendo tratamento para estresse pós-traumático e 181 recebendo apoio médico.

Na noite do dia 7, o governo de Israel aprovou a declaração de guerra contra o grupo Hamas. Já foram realizados bombardeios na região da Faixa de Gaza, principal foco de atuação do Hamas. O Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse:

Transformaremos em escombros todos os lugares em que o Hamas estiver posicionado, escondido e operando naquela cidade perversa.

Eu digo aos residentes de Gaza: Saiam agora, pois atuaremos com força em todos os lugares.

A esta hora, as IDF (Forças de Defesa Israelense) estão retirando os terroristas das últimas comunidades. Eles estão indo comunidade por comunidade, casa por casa, e estão restaurando nosso controle.

As consequências da resposta israelense já estão sendo sentidas pela população da faixa de gaza. Um palestino, que optou pelo anonimato, contou sobre a situação da sua filha que mora na região:

A situação está horrível. Os judeus fecharam as estradas, atiram em quem se move, as sirenes tocam, bombas explodem, um terror. Cortaram a luz, cortaram água. Crianças são mortas, presas e os soldados são instruídos para exterminar os palestinos. Ela está trancada com sua família em casa. Seus filhos e o marido. Os suprimentos já estão acabando 

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Autoria do ataque a Israel

O grupo Hamas assumiu a autoria dos ataques por meio de um comunicado oficial. Eles chamam o ocorrido de "Inundação de Al-Aqsa", Al-Aqsa é o nome do 3º local mais sagrado para os muçulmanos, atrás apenas da Meca e da Medina.

Segundo o Hamas, o ataque foi uma resposta aos ataques de Israel à comunidade palestina que incluiriam o impedimento dos muçulmanos de praticarem sua religião na Mesquita de Al-Aqsa. Eles declararam o seguinte sobre as justificativas para o ataque:

A prioridade desta operação é proteger Jerusalém e Al-Aqsa e impedir os planos da ocupação que visam judaizá-los e construir o seu alegado templo sobre as ruínas da primeira Qibla dos muçulmanos

Declarações das Embaixadas

Para compreender melhor o que está acontecendo, fomos conversar com representantes dos dois povos, presentes no Brasil. Recebemos respostas da Embaixada de Palestina e do Consulado de Israel. Confira.

Primeiro, questionamos a embaixada palestina sobre o grau de representatividade do grupo Hamas para o Povo Palestino. O Ministro Conselheiro, Sr. Ahmed Alasaad, da embaixada palestina declarou o seguinte:

O Hamas é um movimento político e, apesar das diferenças ideológicas entre diversos grupos no seio político palestino, nunca devemos esquecer a situação do conflito dentro de uma opressão sistemática do povo palestino pelo regime israelense há mais de 70 anos, além de um conflito militar assimétrico. No contexto de um movimento de libertação nacional, o direito internacional prevê o direito à resistência e à libertação com base no direito à autodeterminação. 

Conforme o Ministro palestino disse, os ataques do Hamas foram uma consequência inevitável do comportamento israelense na Palestina. Segundo eles:

Desde o início deste ano, Israel matou 270 palestinos na Cisjordânia, incluindo 65 crianças. Colonos, protegidos pelas forças militares israelenses, incendiaram a aldeia de Huwara, em Nablus. E este é apenas um exemplo dos pogroms que os colonos terroristas tentaram realizar este ano na Cisjordânia.

Já alertamos muitas vezes que essa política praticada pelo regime israelense resultaria em mais violência e na desnecessária perda de vidas inocentes. Israel é responsável pela situação ao não respeitar o direito internacional e ao rejeitar qualquer iniciativa de discussões de paz.

Por fim, perguntamos quais medidas são tomadas local e internacionalmente para proteger os civis palestinos na região da guerra e ele declarou:

A Palestina faz um apelo à comunidade internacional para que tome medidas firmes para interromper a matança de cidadãos palestinos em Gaza.

A única iniciativa que pode alcançar a paz para os palestinos é a condenação da ocupação ilegal israelense e a obrigação de Israel de encerrar sete décadas de ocupação e opressão do povo palestino.

O Consulado de Israel afirmou que o ataque feito pelo Hamas foi uma iniciativa terrorista pensada para atingir civis. Foi registrado o lançamento de mais de 3.500 foguetes que atingiram vilas e cidades no sul de Israel.

Sobre as incursões terrestres, o Consulado declarou que são milhares de mortos e feridos que se somam aos 130 cidadãos israelenses sequestrados em situação de cativeiro ou desaparecidos. Ainda conforme o comunicado oficial, esta foi a maior quantidade de judeus assassinados em um só dia, desde o Holocausto.

O Consulado afirmou que as regiões atacadas já retornaram ao controle do Estado Israelense. Também foi dito que as forças de defesa israelenses (FDI) irão proteger os cidadãos de seu país e “farão o Hamas e todos os outros terroristas envolvidos pagarem um preço pelos ocorridos.”

Eles também salientaram o apoio recebido de países como Estados Unidos, França, Alemanha, Áustria, Brasil e Ucrânia. Além de criticarem as posições oficiais do governo iraniano.

Nós questionamos se a guerra de Israel é contra o Hamas ou contra o povo palestino, recebemos como resposta:

“Israel está em guerra contra as organizações terroristas na Faixa de Gaza. O Hamas iniciou esta guerra e Israel está a preparar-se para uma resposta militar prolongada para remover a ameaça representada por essa organização.
O Hamas controla todas as instâncias de Gaza e está por trás do ataque iniciado no sábado, 07 de outubro, contra Israel. A liderança do Hamas tem total responsabilidade pela atual deterioração e pelas ações que Israel tomará para responder ao ataque e proteger os seus cidadãos e o seu território.”

O Consulado também disse que o ataque do Hamas só foi possível por conta do apoio que eles teriam recebido do Irã e responsabiliza o país pelo ocorrido. Israel disse que o fornecimento de mercadorias, combustíveis, energia elétrica e água serão interrompidos na região da Faixa de Gaza.

Foi feito um apelo para que outros países da região e grupos organizados não apoiem o Hamas, caso contrário, Israel  garante que haverá respostas duras. Da mesma forma, pedem que a comunidade internacional declare o seu apoio à causa israelense.

Por Tiago Vechi
Jornalista

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