Notificações
Você não tem notificações no momento.
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Antônio de Alcântara Machado

Antônio de Alcântara Machado foi um escritor brasileiro que fez parte da primeira geração modernista. Sua obra mais famosa é o livro de contos Brás, Bexiga e Barra Funda.

Capa do livro “Brás, Bexiga e Barra Funda”, do escritor brasileiro Antônio de Alcântara Machado.
Capa do livro Brás, Bexiga e Barra Funda, de Antônio de Alcântara Machado, publicado por editora Lazuli e Companhia Editora Nacional. [1]
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

Antônio de Alcântara Machado foi um escritor brasileiro. Ele nasceu em São Paulo, no dia 25 de maio de 1901. Mais tarde, fez faculdade de Direito, escreveu textos para diversos periódicos, foi um dos fundadores da Revista de Antropofagia, apoiou a Revolução Constitucionalista e se tornou deputado federal.

O contista, que faleceu em 14 de abril de 1935, no Rio de Janeiro, foi um dos representantes da primeira fase do modernismo no Brasil. Suas obras apresentam caráter nacionalista e crítico, valorização da diversidade cultural e étnica, além de uma linguagem concisa. Sua obra mais conhecida é o livro de contos Brás, Bexiga e Barra Funda.

Leia também: Mário de Andrade — um dos principais nomes da primeira fase do modernismo no Brasil

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Antônio de Alcântara Machado

  • O autor brasileiro Antônio de Alcântara Machado nasceu em 1901 e faleceu em 1935.

  • Além de escritor, também fez faculdade de Direito e atuou como deputado federal.

  • O autor foi integrante da primeira geração do modernismo brasileiro.

  • Suas obras apresentam nacionalismo crítico e valorização da diversidade cultural.

  • Sua obra mais famosa é o livro de contos Brás, Bexiga e Barra Funda.

Biografia de Antônio de Alcântara Machado

Membro de uma tradicional família de São Paulo, Antônio de Alcântara Machado nasceu em 25 de maio de 1901. Iniciou seus estudos formais no Colégio Stafford e, em seguida, foi enviado à Europa para estudar em um internato na Suíça, em 1912. Ao regressar ao Brasil, estudou no Ginásio São Bento, entre 1914 e 1918.

Assim, em 1919, passou a estudar na Faculdade de Direito de São Paulo. A princípio, o autor se mostrou contrário ao movimento modernista, mas acabou cedendo à inovação estética que tomava conta das artes brasileiras. Formado em 1923, não exerceu a profissão de advogado.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Em 1924, assumiu o cargo de redator do Jornal do Comércio, além de escrever crítica teatral para a revista Novíssima. No ano seguinte, em 1925, o escritor começou a publicar seus primeiros textos modernistas. Ainda em 1925, passou alguns meses na Europa. Tal experiência resultou na escrita das crônicas de viagem do livro Pathé-Baby.

O contista foi editor do jornal modernista Terra Roxa... e Outras Terras, em 1926. No ano seguinte, com a publicação de Brás, Bexiga e Barra Funda, o autor experimentou o sucesso literário. Em 1928, foi um dos fundadores da Revista de Antropofagia, porém, em 1929, começou a se distanciar do movimento modernista.

Nesse ano, sua monografia Anchieta na capitania de São Vicente recebeu prêmio da Sociedade Capistrano de Abreu. Além disso, o autor partiu novamente para a Europa, regressando ao Brasil em meados de 1930. Dessa vez, não viajou sozinho, sua companheira Dolores Bicudo estava com ele.

Por ser uma mulher mais velha e divorciada, a família do autor foi contra o relacionamento, porém nada impediu que ficassem juntos até o fim. No mais, o autor também escreveu para O Jornal e para o Diário de São Paulo. Já em 1931, foi um dos fundadores da Revista Nova.

No ano de 1932, tornou-se sócio e diretor de uma empresa que possuía seis jornais no estado de São Paulo. Além disso, apoiou a Revolução Constitucionalista (movimento paulista contra Getúlio Vargas) e se tornou superintendente da rádio Sociedade Record. Assim, no ano seguinte, participou da Assembleia Nacional Constituinte.

Eleito deputado federal, em 1934, mudou-se para o Rio de Janeiro, a capital do país na época. Também escreveu textos para o Diário da Noite e acabou dirigindo esse periódico. Aos 33 anos, teve complicações em uma cirurgia de apêndice e faleceu em 14 de abril em 1935, no Rio de Janeiro.

Características da obra de Antônio de Alcântara Machado

Antônio de Alcântara Machado foi um autor pertencente à primeira geração do modernismo brasileiro. Suas obras, portanto, apresentam nacionalismo crítico, já que mostram a realidade sem qualquer idealização. Além disso, ocorre nelas a valorização dos aspectos regionais, principalmente no que diz respeito à linguagem.

Assim, modernistas como Alcântara Machado buscaram evidenciar uma identidade brasileira pautada nas diferenças culturais e étnicas. Além disso, pretenderam inovar ao criar estruturas narrativas não tradicionais, ou seja, antiacadêmicas. Afinal, a liberdade de criação é uma das principais bandeiras do movimento modernista.

Veja também: Menotti del Picchia — outro escritor que fez parte da primeira geração modernista no Brasil

Obras de Antônio de Alcântara Machado

  • Pathé-Baby (1926) — crônica

  • Brás, Bexiga e Barra Funda (1927) — contos

  • Anchieta na capitania de São Vicente (1928) — monografia

  • Laranja da China (1928) — contos

  • Mana Maria (1936) — romance inacabado e contos

  • Cavaquinho e saxofone (1940) — crônicas e artigos

  • Palcos em foco (2009) — ensaios e críticas

Análise da obra Brás, Bexiga e Barra Funda, de Antônio de Alcântara Machado

Brás, Bexiga e Barra Funda é um livro de contos, porém possui uma estrutura narrativa não tradicional, pois é bastante fragmentado. Os contos são divididos em blocos, e o narrador busca ser objetivo, utilizando períodos curtos e evitando o uso de vírgulas.

A obra possui contos como “Artigo de fundo”, uma espécie de prefácio. Nesse conto, o narrador menciona as “três raças tristes” que formaram a população brasileira, ou seja, indígenas, portugueses e africanos, mas também fala das outras origens que chegaram ao país, assim, enaltece os imigrantes italianos. Brás, Bexiga e Barra Funda é um jornal que busca mostrar o cotidiano dos “novos mestiços nacionais”.

O “prefácio” é assinado pela redação do jornal fictício, que é também o livro em questão e tem por objetivo mostrar o dia a dia dos ítalo-brasileiros. Alguns desses personagens são Gaetaninho, Carmela e Lisetta, que dão título a três outros contos da obra. Entre os contos, um deles merece destaque, é “A sociedade”. Assim como outros contos da obra, utiliza muitos termos italianos.

Nessa narrativa, Teresa Rita é filha de um conselheiro. A mãe da moça não quer que ela se case com filho de “carcamano” (italiano). No entanto, esse italiano, vendedor de batatas, mas detentor de capital, entra em sociedade com o conselheiro Bonifácio. Assim, a filha do conselheiro acaba se casando com o filho do “carcamano”.

Crédito de imagem

[1] Editora Lazuli / Companhia Editora Nacional (reprodução)

 

Por Warley Souza
Professor de Literatura 

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Antônio de Alcântara Machado"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/antonio-alcantara-machado.htm. Acesso em 23 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante