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Obrigado ou obrigada? “Obrigado” e “obrigada” são as flexões de gênero do adjetivo usado por uma pessoa para expressar gratidão a alguém, uma das dúvidas mais comuns no uso do português. Enquanto “obrigado” é usado por pessoas que se identificam com o gênero masculino, “obrigada” é usado por pessoas que se identificam com o gênero feminino.
Leia também: É proibido ou é proibida — qual é o certo?
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre “obrigado” e “obrigada”
- 2 - Qual a diferença entre “obrigado” e “obrigada”?
- 3 - Quando usar “obrigado”?
- 4 - Quando usar “obrigada”?
- 5 - Qual a forma correta de responder a um agradecimento?
- 6 - “Obrigado” sempre flexiona?
Resumo sobre “obrigado” e “obrigada”
- “Obrigado” e “obrigada” são as flexões de gênero do adjetivo usado por uma pessoa para expressar gratidão a alguém.
- “Obrigado” é usado por pessoas que se identificam com o gênero masculino para expressar gratidão.
- “Obrigada” é usado por pessoas que se identificam com o gênero feminino para expressar gratidão.
- A escolha entre “obrigado” e “obrigada” depende do gênero do falante.
- Para responder a um agradecimento, há expressões como “de nada” ou “disponha”.
Qual a diferença entre “obrigado” e “obrigada”?
“Obrigado” e “obrigada” são palavras usadas como adjetivo em português. A escolha entre as duas depende do gênero de quem está falando ou a quem o adjetivo se refere. Isso ocorre porque, em português, os adjetivos variam em gênero e número, conforme a pessoa que os usa. Veja:
Ele se sentia obrigado a ajudar a pessoa que sempre o ajudava.
Ela se sentia obrigada a ajudar a pessoa que sempre a ajudava.
Em português, esse adjetivo é bastante usado como resposta para agradecer por um favor prestado. Veja:
Obrigado pela dica para a minha viagem!
Obrigada pela dica para a minha viagem!
Quando usar “obrigado”?
Por ser uma forma no masculino, o adjetivo “obrigado” deve ser usado por pessoas que se identificam com o gênero masculino.
Obrigado pela ajuda, você foi muito gentil.
Fiquei muito feliz com o presente, obrigado!
Eu adorei o jantar, muito obrigado.
→ “Obrigado” como substantivo
A palavra “obrigado” também pode ser usada como substantivo. Nesses casos, ela é usada como sinônimo para outros substantivos como “agradecimento”, “reconhecimento”. São casos em que a palavra não precisa flexionar em gênero, mas pode flexionar em número (singular ou plural), concordando com o artigo, pronome ou adjetivo que a antecede. Observe:
Soltei uns obrigados meio constrangida e saí dali o mais rápido que pude.
Não temos palavras para agradecer, o nosso obrigado não é bom o bastante!
A equipe bradou um forte obrigado em uníssono e aplaudiu.
Quando usar “obrigada”?
Por ser uma forma no feminino, o adjetivo “obrigada” deve ser usado por pessoas que se identificam com o gênero feminino.
Obrigada por me ajudar com a mudança.
Estou muito feliz por fazer parte do time, muito obrigada por me aceitarem!
Obrigada por me convidarem para a festa.
Veja também: Para mim ou para eu — qual é o certo?
Qual a forma correta de responder a um agradecimento?
Ao responder a um agradecimento, é comum usar expressões como “de nada”, “não há de quê”, “foi um prazer” ou “disponha”. Essas expressões são neutras em relação ao gênero e podem ser usadas por qualquer pessoa de forma indistinta. Veja os exemplos:
- O vendedor me respondeu sorridente: “De nada!”
- A vendedora me respondeu sorridente: “De nada!”
- Eu agradeci, e ele respondeu: “Disponha!”
- Ele agradeceu, e ela respondeu: “Disponha!”
“Obrigado” sempre flexiona?
Há um debate entre os gramáticos a respeito da flexão da palavra “obrigado”. Alguns consideram o uso dessa palavra nesse contexto como interjeição, classe gramatical que não tem flexão em gênero nem em número. Porém, esse entendimento ainda não é amplamente aceito, sendo que os gramáticos mais conservadores tendem a continuar classificando “obrigado” como adjetivo, exigindo flexão em gênero (masculino ou feminino) de acordo com quem fala ou a quem se refere.
Fontes
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.