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Josef Mengele foi um médico nazista responsável por realizar cruéis experimentos em prisioneiros durante o Holocausto. Nascido em 1911 na Baviera, teve uma educação marcada por suas influências em teorias raciais e eugênicas, que moldaram sua atuação como médico nazista em Auschwitz, onde se destacou pela crueldade de seus experimentos com gêmeos e pela realização das seleções que enviavam prisioneiros para as câmaras de gás, ganhando o temido apelido de "Anjo da Morte".
Após a guerra, Mengele fugiu para a América do Sul, vivendo no Brasil sob pseudônimos até sua morte por afogamento em 1979, escapando da justiça por seus crimes. Seu legado é um dos mais sombrios da história, com sua figura sendo frequentemente retratada na cultura popular em filmes, séries e livros como um símbolo do mal absoluto e da ciência corrompida pela ideologia nazista.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Josef Mengele
- 2 - Biografia de Josef Mengele
- 3 - Serviço militar de Josef Mengele
- 4 - Josef Mengele em Auschwitz
- 5 - Experimentos de Josef Mengele
- 6 - Josef Mengele no Brasil
- 7 - Legado de Josef Mengele
- 8 - Josef Mengele na Cultura Popular
Resumo sobre Josef Mengele
- Josef Mengele nasceu em 1911 em uma família abastada na Baviera, cresceu com uma personalidade ambiciosa e, depois de se casar em 1939, teve um filho; morreu em 1979 no Brasil, onde vivia escondido sob pseudônimo.
- Mengele estudou Medicina e Antropologia nas universidades de Munique e Frankfurt, onde foi profundamente influenciado por teorias raciais e eugênicas, obtendo dois doutorados que moldaram sua participação nos crimes nazistas.
- Mengele morreu afogado em 1979 no Brasil, onde vivia sob pseudônimo; sua verdadeira identidade só foi confirmada após a exumação de seu corpo em 1985.
- Mengele serviu na Waffen-SS, onde inicialmente atuou na Frente Oriental, mas após ferimentos foi transferido para Auschwitz, onde se tornou médico-chefe e conduziu seleções e experimentos brutais.
- Em Auschwitz, Mengele desempenhou um papel central nas seleções de prisioneiros para as câmaras de gás e conduziu experimentos médicos desumanos, tornando-se conhecido como o "Anjo da Morte".
- Os experimentos de Mengele em Auschwitz focaram principalmente gêmeos e pessoas com deformidades, realizados com extrema crueldade e sem qualquer ética científica, resultando em sofrimento e morte para suas vítimas.
- Após a guerra, Mengele fugiu para a América do Sul, vivendo no Brasil sob vários pseudônimos até sua morte em 1979, sempre evitando ser capturado pelas autoridades internacionais.
- O legado de Mengele é marcado pelo horror de seus crimes em Auschwitz, onde suas ações como médico nazista continuam a simbolizar o ápice da desumanidade e da ciência corrompida pelo racismo.
- Mengele é frequentemente retratado em filmes, séries e livros, como em "Os Meninos do Brasil" e "Fugindo do Ódio", em que é representado como um vilão cujo legado sombrio ecoa na cultura popular como um símbolo do mal absoluto.
Biografia de Josef Mengele
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Vida pessoal de Josef Mengele
Josef Mengele nasceu em 16 de março de 1911, em Günzburg, uma pequena cidade na Baviera, Alemanha. Filho mais velho de Karl Mengele e Walburga Mengele, Josef cresceu em uma família de classe média-alta, proprietária de uma fábrica de implementos agrícolas, a Karl Mengele & Söhne. A fábrica, que prosperou ao longo dos anos, proporcionou uma infância confortável e privilegiada para Josef e seus dois irmãos, Karl Jr. e Alois.
A família Mengele era tradicional e católica, o que moldou parte da educação de Josef. Ele era conhecido por sua inteligência e diligência nos estudos, mas também por sua personalidade ambiciosa e, em alguns momentos, arrogante. Esse perfil o acompanhou ao longo de sua vida, refletindo-se em suas escolhas e no caminho sombrio que trilharia durante o regime nazista.
Josef Mengele se casou em 1939 com Irene Schönbein, com quem teve um filho, Rolf Mengele, em 1944. Irene permaneceu com Mengele até 1954, quando o casal se divorciou. Durante seus anos de fuga na América do Sul, Mengele manteve um perfil discreto, mas continuou a se envolver em atividades que refletiam seus interesses em eugenia e genética, mesmo que de forma privada e sem o apoio institucional que possuía na Alemanha nazista.
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Educação de Josef Mengele
A educação de Josef Mengele foi marcada por sua busca incessante por conhecimento, principalmente nas áreas de Medicina e Antropologia. Ele iniciou seus estudos em Medicina na Universidade de Munique, onde foi profundamente influenciado pelas teorias raciais e eugênicas que circulavam na academia alemã da época. Essas ideias, que pregavam a superioridade racial ariana e a necessidade de "purificação" da raça, foram abraçadas por Mengele e serviram de base para suas futuras atrocidades.
Mengele obteve seu doutorado em Antropologia pela Universidade de Munique em 1935, com uma tese que explorava a relação entre a estrutura do maxilar e a raça. Posteriormente, ele também obteve um segundo doutorado em Medicina pela Universidade de Frankfurt, onde trabalhou com Otmar von Verschuer, um renomado geneticista e defensor das teorias eugênicas. A associação com Verschuer foi crucial para Mengele, pois o introduziu no mundo da pesquisa genética e nos círculos científicos que apoiavam as políticas raciais nazistas.
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Morte de Josef Mengele
Josef Mengele morreu em 7 de fevereiro de 1979, afogado após sofrer um derrame enquanto nadava em Bertioga, no litoral de São Paulo, Brasil. Na época, vivia sob o pseudônimo de Wolfgang Gerhard, um dos muitos nomes falsos que usou durante seu tempo como fugitivo. Sua morte passou despercebida pelas autoridades internacionais, que continuavam a procurá-lo por seus crimes de guerra. Mengele foi enterrado em Embu das Artes, uma pequena cidade próxima a São Paulo, sob o nome falso que utilizava. Somente em 1985, após a exumação de seu corpo, testes de DNA confirmaram sua identidade.
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Serviço militar de Josef Mengele
Josef Mengele ingressou no serviço militar alemão em 1938, quando se alistou na Wehrmacht, o exército regular da Alemanha. Em 1940, ele se juntou à Waffen-SS, a divisão militar da SS (Schutzstaffel), uma organização paramilitar ligada ao Partido Nazista. Seu recrutamento para a SS marcou o início de seu envolvimento direto com as políticas raciais e genocidas do regime nazista.
Inicialmente, Mengele serviu na 5ª Divisão Panzergrenadier SS Wiking, uma unidade de elite que lutou na Frente Oriental durante a invasão da União Soviética. Em combate, Mengele demonstrou coragem e foi condecorado com a Cruz de Ferro de Primeira Classe por salvar soldados de um tanque em chamas. No entanto, devido a ferimentos em combate, ele foi considerado inapto para continuar na linha de frente e foi transferido para outras funções dentro da SS.
Após sua recuperação, Mengele foi designado para trabalhar no campo de concentração de Auschwitz, onde suas qualificações médicas e seu interesse em genética lhe permitiram desempenhar um papel central nos experimentos humanos realizados no campo. Essa transferência representou uma mudança significativa na carreira de Mengele, pois o colocou em uma posição de poder onde ele poderia implementar suas visões eugênicas de maneira brutal e desumana.
Josef Mengele em Auschwitz
Josef Mengele chegou ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau em maio de 1943, onde atuou como médico-chefe do setor cigano (Zigeunerfamilienlager) e posteriormente como médico do campo em várias outras seções de Auschwitz. Sua presença em Auschwitz marcou o início de uma das fases mais aterrorizantes do Holocausto, especialmente devido à sua participação direta no processo de seleção dos prisioneiros.
A seleção ocorria quando os trens chegavam ao campo, transportando judeus, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e outros grupos indesejados pelo regime nazista. Mengele, com um simples gesto de mão, decidia o destino de milhares de pessoas: aqueles considerados aptos para o trabalho eram enviados para o campo, enquanto os outros, principalmente crianças, idosos e mulheres grávidas, eram enviados diretamente para as câmaras de gás. Esse papel fez de Mengele uma figura temida entre os prisioneiros, que o apelidaram de "Anjo da Morte".
Além das seleções, Mengele estava envolvido em uma série de experimentos médicos brutais, particularmente aqueles que envolviam gêmeos, anões e pessoas com deformidades físicas. Seus experimentos, que careciam de qualquer base científica ética, eram conduzidos com crueldade extrema, resultando em morte, mutilação e sofrimento indescritível para suas vítimas.
Experimentos de Josef Mengele
Os experimentos de Josef Mengele em Auschwitz foram alguns dos mais cruéis e desumanos conduzidos durante o Holocausto. Seu principal interesse era a pesquisa em genética, e ele viu em Auschwitz uma oportunidade para realizar experimentos em uma grande população de prisioneiros, particularmente em gêmeos.
Mengele realizava uma série de procedimentos invasivos e dolorosos em gêmeos, incluindo a injeção de substâncias químicas nos olhos para tentar mudar sua cor, a amputação de membros e experimentos de fusão, onde tentava costurar gêmeos para criar artificialmente gêmeos siameses. Esses experimentos raramente tinham qualquer base científica válida e eram realizados com o único objetivo de satisfazer a curiosidade mórbida de Mengele e avançar as ideias racistas do regime nazista.
Além dos experimentos com gêmeos, Mengele também realizou estudos sobre o nanismo e outras deformidades físicas. Ele acreditava que esses indivíduos poderiam fornecer insights valiosos sobre a "degeneração racial" e, portanto, submetia-os a exames minuciosos e dolorosos. Em muitos casos, essas "pesquisas" resultavam na morte das vítimas, seja diretamente pelos procedimentos, seja pelas condições insalubres e pelas torturas a que eram submetidas.
Os experimentos de Mengele não apenas violavam todos os princípios éticos da medicina, mas também foram um exemplo de como a ciência pode ser corrompida e usada como uma ferramenta de opressão e genocídio. Sua atuação em Auschwitz permanece como um dos capítulos mais sombrios da história da Medicina.
Josef Mengele no Brasil
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Josef Mengele conseguiu fugir da Europa e se esconder na América do Sul. Ele chegou ao Brasil na década de 1960, depois de passar um tempo na Argentina e no Paraguai. Mengele viveu em várias cidades brasileiras sob diferentes pseudônimos, como Pedro Gerhard e Wolfgang Gerhard, sempre evitando a captura pelas autoridades internacionais que o procuravam por seus crimes de guerra.
No Brasil, Mengele manteve um perfil discreto, vivendo em localidades rurais e, por vezes, recebendo a ajuda de simpatizantes nazistas e outros indivíduos que desconheciam sua verdadeira identidade. Ele passou por várias cidades, incluindo Serra Negra, Atibaia e finalmente São Paulo, onde viveu até sua morte.
Apesar de sua tentativa de passar despercebido, houve momentos em que Mengele quase foi descoberto. Em 1960, após a captura de Adolf Eichmann na Argentina, Mengele entrou em pânico e mudou-se para o interior do Brasil. No entanto, ele continuou a se corresponder com sua família na Alemanha e com outros contatos, expressando suas opiniões e crenças, que continuavam alinhadas com a ideologia nazista.
A morte de Mengele em 1979 foi um evento relativamente tranquilo, e ele foi enterrado sob um nome falso. Somente anos depois, seu verdadeiro nome e identidade foram confirmados, encerrando a caçada a um dos criminosos de guerra mais procurados do mundo.
Legado de Josef Mengele
O legado de Josef Mengele é marcado pelo horror e pela brutalidade de seus atos durante o Holocausto. Ele é lembrado como um dos principais perpetradores das atrocidades cometidas nos campos de concentração nazistas, especialmente em Auschwitz. Suas ações, que resultaram na morte e no sofrimento de milhares de pessoas, continuam a ser um lembrete das consequências devastadoras da ideologia nazista e do abuso de poder.
Mengele nunca foi levado à justiça por seus crimes, o que gerou um sentimento de injustiça e frustração entre os sobreviventes do Holocausto.
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Josef Mengele na Cultura Popular
Josef Mengele, devido à sua infâmia como o "Anjo da Morte" de Auschwitz, tornou-se uma figura frequentemente referenciada na cultura popular. Sua presença em filmes, séries e livros reflete tanto o horror de seus atos quanto a fascinação macabra que sua história provoca. A seguir, alguns exemplos de como Mengele foi retratado ou inspirado obras da cultura popular:
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Filmes sobre Josef Mengele
- "Os Meninos do Brasil" (1978): esse é provavelmente o filme mais conhecido que envolve uma versão fictícia de Josef Mengele. Baseado no livro de Ira Levin "The Boys from Brazil", o filme conta a história de um grupo de ex-nazistas que, liderados por Mengele (interpretado por Gregory Peck), tentam criar um Quarto Reich. Eles fazem isso por meio de um projeto sinistro de clonagem de Adolf Hitler. O filme explora a ideia de que Mengele, utilizando sua expertise em genética, poderia ter tentado recriar as condições que levariam ao surgimento de um novo líder nazista. A atuação de Gregory Peck como Mengele é marcante, mostrando um vilão carismático, porém aterrorizante.
- "Fugindo do Ódio" (1987): também conhecido como "Marathon Man", esse filme é um thriller em que um personagem inspirado em Josef Mengele, chamado Dr. Christian Szell (interpretado por Laurence Olivier), é um dentista nazista que realiza atos sádicos. Embora não seja uma representação direta de Mengele, a figura de Szell claramente remete à crueldade e aos experimentos desumanos pelos quais Mengele era conhecido.
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Séries de TV sobre Josef Mengele
- "The Man in the High Castle" (2015-2019): embora Josef Mengele não seja um personagem principal na série da Amazon Prime, que é uma adaptação do romance de Philip K. Dick, a série explora um mundo alternativo onde os nazistas venceram a Segunda Guerra Mundial e dominam a maior parte do mundo. Nesse contexto, figuras como Mengele e suas práticas pseudocientíficas são mencionadas e fazem parte do pano de fundo sombrio da narrativa.
- "Caçadores" (2020): essa série da Amazon Prime, estrelada por Al Pacino, é centrada em um grupo de caçadores de nazistas na década de 1970, nos Estados Unidos. Embora Mengele não apareça diretamente na primeira temporada, sua presença é sentida através das referências aos crimes médicos cometidos nos campos de concentração e à caça contínua dos perpetradores. A série captura a atmosfera de busca por justiça que caracterizou os esforços de muitos sobreviventes do Holocausto e seus descendentes.
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Livros sobre Josef Mengele
- "Os Meninos do Brasil" (1976) de Ira Levin: esse romance é um thriller que mistura ficção científica e suspense, onde Mengele é retratado como um cientista obcecado pela clonagem de Adolf Hitler. O livro explora os horrores potenciais de avanços científicos nas mãos erradas, utilizando Mengele como o exemplo máximo da ciência sem ética. A popularidade do livro ajudou a solidificar a imagem de Mengele como um dos vilões mais perigosos e perturbadores da história.
- "Auschwitz: Os Nazistas e a Solução Final" (2005) de Laurence Rees: embora esse livro seja uma obra de não ficção e trate do Holocausto como um todo, ele inclui discussões detalhadas sobre as atividades de Josef Mengele em Auschwitz. Rees explora como Mengele se encaixava no sistema mais amplo de extermínio nazista, destacando sua crueldade e o impacto de seus experimentos nas vítimas.
- "Angel of Death" (1994) de Gerald L. Posner e John Ware: esse livro detalha a vida e os crimes de Josef Mengele, fornecendo uma biografia abrangente que combina entrevistas, documentos e relatos de testemunhas oculares. Posner e Ware exploram a fuga de Mengele para a América do Sul e sua vida subsequente como fugitivo, além de investigar o legado deixado por seus atos. O livro é um estudo profundo sobre o impacto duradouro de um dos mais notórios criminosos de guerra da história.
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Documentários sobre Josef Mengele
- "The Real Dr. Mengele" (2006): esse documentário investiga a vida de Josef Mengele, desde seus primeiros dias na Alemanha até sua fuga para a América do Sul e sua morte. Ele traz à tona novos detalhes sobre como Mengele conseguiu escapar da justiça e explora o impacto duradouro de seus crimes. O documentário é uma reflexão sobre o legado de Mengele e a persistente busca por respostas sobre seu paradeiro ao longo dos anos.
Fontes
JEFFREYS, Alec J.; ALLEN, Maxine J.; HAGELBERG, Erika; SONNBERG, Andreas. Identification of the skeletal remains of josef mengele by DNA analysis, Forensic Science International. Disponível em: https://doi.org/10.1016/0379-0738(92)90148-P.
GALLE, Helmut. Os escritos autobiográficos de Josef Mengele. Estudos Avançados, São Paulo, v. 25, n. 71, p. 313-328, abr. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/4hyC8bKjGDzcHtTYjY3gpSz/.