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Júlio Dinis é um escritor português. Ele nasceu na cidade do Porto, em Portugal, no dia 14 de novembro de 1839. Mais tarde, estudou medicina e foi professor da Escola Médico-Cirúrgica do Porto. No entanto, tinha a saúde frágil e lutou muitos anos contra a tuberculose, que, por fim, o matou.
O autor, que faleceu em 12 de setembro de 1871, no Porto, produziu obras românticas e pré-realistas. Assim, seus textos apresentam tanto idealização quanto crítica social. O romance mais famoso de Júlio Dinis é o livro As pupilas do senhor reitor, grande sucesso no século XIX, adaptado, mais tarde, para o cinema e para a televisão.
Leia também: Antero de Quental — outro escritor português cujas obras fazem parte da terceira geração romântica
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Júlio Dinis
- 2 - Biografia de Júlio Dinis
- 3 - Características da obra de Júlio Dinis
- 4 - Obras de Júlio Dinis
- 5 - As pupilas do senhor reitor, de Júlio Dinis
- 6 - Adaptações da obra de Júlio Dinis
- 7 - Fontes
Resumo sobre Júlio Dinis
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Júlio Dinis é um escritor português.
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Ele nasceu em 1839 e faleceu em 1871.
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Além de romancista, também foi médico e professor na escola de medicina.
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Ele faz parte da terceira geração do Romantismo português.
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Suas obras apresentam traços pré-realistas, como a crítica social.
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O livro As pupilas do senhor reitor é o romance mais famoso do autor.
Biografia de Júlio Dinis
Júlio Dinis (pseudônimo de Joaquim Guilherme Gomes Coelho) nasceu em 14 de novembro de 1839, na cidade do Porto, em Portugal. Ainda na infância, ficou órfão de mãe, vítima da tuberculose. Mais tarde, em 1856, iniciou seus estudos de medicina na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, seguindo o caminho do pai, que era médico.
Nessa época, escreveu suas primeiras obras literárias. E também teve algumas experiências como ator. Assim, em 1860, publicou poesias na revista A Grinalda. Passou a publicar histórias no Jornal do Porto com os pseudônimos de Júlio Dinis e Diana de Aveleda.
Com tuberculose, em 1863, foi se tratar na cidade de Ovar, sem, contudo, deixar de escrever. Com a saúde frágil, não exerceu a medicina, de forma que se dedicou à literatura. Além disso, foi nomeado professor na Escola Médico-Cirúrgica do Porto por volta de 1865.
Em função da doença, buscou sempre os ares do campo, na tentativa de se curar. Em 1866, publicou, em forma de folhetim, seu romance As pupilas do senhor reitor, no Jornal do Porto. O romance fez muito sucesso. Porém, ninguém sabia quem era o tal Júlio Dinis, já que Joaquim Guilherme se escondia por trás desse pseudônimo.
Por conselho médico, em 1869, viajou para a ilha da Madeira, onde ficou na cidade de Funchal. Ali permaneceu, com algumas visitas ao continente, até 1871. Nesse ano, com a doença bastante agravada, o escritor foi morar com um primo na cidade do Porto, onde faleceu em 12 de setembro de 1871.
Características da obra de Júlio Dinis
Júlio Dinis faz parte da terceira geração romântica (1860-1870) em Portugal. Apresenta, assim, uma obra pré-realista, com as seguintes características:
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temática social;
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enaltecimento da vida rural;
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bucolismo;
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narrativa detalhista;
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temas cotidianos;
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idealização da mulher;
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caráter moralizador;
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finais felizes;
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sentimentalismo;
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simplicidade;
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destaque para a cultura portuguesa;
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valorização dos ideais burgueses;
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realismo social e verossimilhança.
Veja também: Camilo Castelo Branco — famoso escritor português cujas obras fazem parte da segunda fase romântica
Obras de Júlio Dinis
→ Romances de Júlio Dinis
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As pupilas do senhor reitor (1867).
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Uma família inglesa (1868).
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A morgadinha dos canaviais (1868).
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Os fidalgos da casa mourisca (1871).
→ Teatro de Júlio Dinis
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Um rei popular (1858).
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Um segredo de família (1860).
→ Poemas de Júlio Dinis
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Poesias (1873).
→ Novelas de Júlio Dinis
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Serões da província (1870).
As pupilas do senhor reitor, de Júlio Dinis
O protagonista do romance As pupilas do senhor reitor é o jovem Daniel. Ele tem cerca de 13 anos e está prestes a ingressar em um seminário. O reitor do seminário é um velho padre, que fica sabendo que Daniel está de namorico com Margarida. O reitor então aconselha o fazendeiro José das Dornas, pai do rapaz, a desistir do seminário e enviar o filho para a cidade do Porto, com o objetivo de estudar medicina.
Anos depois, Daniel volta para a aldeia, já formado. Margarida (ou Guida) ainda está apaixonada por ele. O mesmo não acontece com Daniel, que já se esqueceu da moça. Margarida tem uma irmã. Seu nome é Clara, a qual está noiva de Pedro, que, por sua vez, é irmão de Daniel. No entanto, Daniel fica interessado em Clara.
Assim, temos o conflito da obra: as órfãs Clara e Margarida, pupilas do senhor reitor, estão apaixonadas pelo mesmo homem, ou seja, Daniel. Para complicar, Clara está noiva de Pedro, o irmão de Daniel. E tudo ocorre em uma bucólica aldeia portuguesa no século XIX.
Pedro surpreende Daniel, em uma noite, na casa de sua noiva Clara. Com uma espingarda em punho, quase mata o irmão, pois está convencido da traição. E ameaça também matar a noiva. Para proteger os amantes, Margarida diz que Daniel estava com ela:
Quando, no momento em que Daniel saía, Clara reconheceu a voz do noivo, soltou um grito de terror, e, fechando instintivamente a porta, caiu desfalecida na rua do quintal.
Foi então que Margarida correu, que a arrastou nos braços para longe daquele sítio, e depois, sacrificando a sua reputação ao futuro da irmã, veio cair aos pés de Pedro, como a verdadeira culpada.
O conceito que Pedro formava do caráter de Margarida não o tinha deixado imaginar sequer que pudesse ser ela a que aceitara a entrevista com o irmão. Apesar de todo o seu amor por Clara, era maior ainda a confiança que depositava em Margarida. |1|
E isso deixa toda a aldeia agitada, em meio a boatos maldosos, que colocam a reputação de Margarida em risco. Assim, a idealizada heroína se sacrifica por amor tanto à irmã quanto a Daniel.
Adaptações da obra de Júlio Dinis
A obra As pupilas do senhor reitor, de Júlio Dinis, teve várias adaptações:
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Os fidalgos da casa mourisca (1921) — longa-metragem dirigido por Georges Pallu (1869-1948).
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As pupilas do senhor reitor (1935) — longa-metragem dirigido por Leitão de Barros (1896-1967).
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Os fidalgos da casa mourisca (1938) — longa-metragem dirigido por Arthur Duarte (1895-1982).
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A morgadinha dos canaviais (1949), longa-metragem dirigido por Caetano Bonucci (1913-1953).
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As pupilas do senhor reitor (1961) — longa-metragem dirigido por Perdigão Queiroga (1916-1980).
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Os fidalgos da casa mourisca (1964) — teleteatro dirigido por Pedro Martins.
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As pupilas do senhor reitor (1970) — telenovela brasileira dirigida por Dionísio Azevedo (1922-1994).
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Os fidalgos da casa mourisca (1972) — telenovela brasileira dirigida por Randal Juliano (1925-2006).
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A morgadinha dos canaviais (1990) — minissérie dirigida por Ferrão Katzenstein (1940-2024).
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As pupilas do senhor reitor (1994) — telenovela brasileira dirigida por Nilton Travesso (1934-).
Notas
|1| DINIS, Júlio. As pupilas do senhor reitor. 8. ed. São Paulo: Ática, 1987.
Créditos de imagem
[1] Luis Miguel Bugallo Sánchez / Wikimedia Commons (reprodução)
[2] Editora Record (reprodução)
Fontes
DINIS, Júlio. As pupilas do senhor reitor. 8. ed. São Paulo: Ática, 1987.
DINIS, Júlio. Prólogo: na vida e na sociedade. In: DINIS, Júlio. Obras de Júlio Dinis. Porto: Lello & Irmão, [s. d.]. v. 1.
DINIS, Júlio. Prólogo: o escritor. In: DINIS, Júlio. Obras de Júlio Dinis. Porto: Lello & Irmão, [s. d.]. v. 1.
JÚLIO DINIS. In: INFOPÉDIA. Disponível em: https://www.infopedia.pt/artigos/$julio-dinis.
MUSEU JÚLIO DINIS. O patrono. Disponível em: https://www.apcm.pt/casas-museu/museu-julio-dinis/.
PEREIRA, Maria de Jesus Antunes. As pupilas do senhor reitor: um retrato das mulheres na sociedade portuguesa do início da 2a metade do século XIX. 2012. Dissertação (Mestrado em Estudos Portugueses Multidisciplinares) – Departamento de Humanidades, Universidade Aberta, Lisboa, 2012.