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Tópicos deste artigo
- 1 - Primeira Guerra e desenvolvimento tecnocientífico
- 2 - Protótipos de carros de combate blindados
- 3 - Do “Little Willie” ao “Mark I”
Primeira Guerra e desenvolvimento tecnocientífico
A Primeira Guerra Mundial é tida por muitos historiadores como o acontecimento mais catastrófico dos últimos tempos. Isso porque a ruptura que essa guerra provocou com toda a estrutura civilizacional de antes dela não teve precedentes. Igualmente sem precedentes foi o número de mortos, bem como o impacto destrutivo por ela provocado.
O avanço tecnocientífico aplicado à indústria bélica contribuiu muito para esse potencial devastador. Bombas, metralhadoras, morteiros e armas químicas, como o gás mostarda (ou iperita), estiveram entre as invenções tecnológicas empregadas com eficiência mortal na Primeira Guerra. Mas outras invenções, no âmbito dos transportes, também foram bastante impactantes, como o avião e os carros de combate blindados, que ficaram conhecidos como “tanques de guerra”. O primeiro desses tanques a entrar em combate foi o britânico Mark I.
Protótipos de carros de combate blindados
Os primeiros veículos de combate blindados foram desenvolvidos nos primeiros anos do século XX como modelos de carros comuns, de quatro rodas, como o Rolls Royce, revestidos por uma couraça de metal e armados com metralhadoras. Um desses carros foi o alemão Austro-Daimler Panzerwagen, de 1904. Entretanto, esses modelos não foram aplicados de forma plena nos primeiros meses da Primeira Guerra, já que não possuíam as características necessárias para objetivos como: transpor obstáculos, tanto naturais quanto edificados, e ser armado com artilharia pesada: canhões.
Do “Little Willie” ao “Mark I”
Partindo do modelo do Rolls Royce blindado, da Royal Naval Air Service, fabricado em 1914, o então lorde do Almirantado Britânico, Winston Churchill, que depois se tornaria primeiro-ministro da Inglaterra, autorizou um projeto intitulado Landships Committe a produzir um novo protótipo de carro de combate britânico. Ao contrário dos modelos anteriores, esse protótipo, testado em 6 de setembro de 1915, não era mais a adaptação de um carro comum para o combate, mas a criação de um carro específico para a guerra. O nome recebido foi “Little Willie” e, em vez de quatro rodas, possuía duas esteiras rolantes de metal (como as de tratores), também blindadas, o que possibilitava melhor locomoção por locais íngremes e mais resistência a ataques inimigos.
O “Little Willie” abriu caminho para modelos cada vez mais resistentes e dinâmicos. O mais eficiente desses modelos, Mark I, foi levado a combate no dia 15 de setembro de 1916 durante a Batalha de Somme, que foi travada próximo ao rio Somme, na França. Duas unidades do britânico Mark I transpuseram, nesse dia, as trincheiras alemãs, supervisionadas pelo capitão H.W. Mortimore, da Royal Navy.
Como seu antecessor, o Mark I era uma arma secreta, que ainda não havia sido mostrada a nenhuma outra nação. A surpresa dos combatentes alemães ao verem os dois “monstros gigantes” (como foram descritos à época) foi imensa. Eles pesavam 28 toneladas e mediam mais de 9 metros de comprimento por 4 de largura e 2,5 m de altura. Comportavam 8 homens em seu interior, que operavam dois canhões do lado direito e quatro metralhadoras do lado esquerdo.
Por Me. Cláudio Fernandes