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No dia 1º de setembro de 1985, descobriu-se, após uma longa procura, os destroços de um dos mais famosos naufrágios ocorridos na história: o RMS Titanic, muito conhecido não apenas pela adaptação da história para o cinema de James Cameron, em 1998, mas pelo choque e comoção mundial gerados pelo incidente em 1912. Ao todo, já ocorreram cerca de 20 adaptações do episódio em filmes, todas procurando retratar um dos episódios mais marcantes da história da navegação.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Características do RMS Titanic
- 2 - Local do naufrágio do Titanic e sobreviventes
- 3 - Buscas pelos destroços do Titanic
- 4 - Imagem dos destroços da proa do Titanic
Características do RMS Titanic
O Titanic era um navio transatlântico pertencente à classe Olympic e conduzido pela empresa White Star Line, uma companhia de navios do Reino Unido. O navio foi construído na Irlanda do Norte, na cidade de Belfast, a partir de 1909, e iniciou sua jornada no Cais de Southampton em 10 de abril de 1912.
O veículo tinha mais de 45 mil toneladas (um dos maiores de sua época) e transportava 3295 pessoas, entre passageiros e tripulantes.
Local do naufrágio do Titanic e sobreviventes
O naufrágio aconteceu no oceano Atlântico, na madrugada de 15 de abril 1912, quando se dirigia à cidade de Nova York. Ao todo, houve apenas cerca de 705 sobreviventes.
O local preciso do afundamento foi nas coordenadas geográficas de 41°43′57″N de latitude e 49°56′49″W de longitude, a cerca de 840 km da ilha de Terra Nova, no Canadá, o ponto mais próximo. O navio, no momento do naufrágio, estava a cerca de 1783 km de seu destino final, naquela que era a sua viagem inaugural.
Buscas pelos destroços do Titanic
Desde o acontecimento, muitas equipes de buscas foram mobilizadas para encontrar os destroços do navio. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, dois anos depois do acidente, os impactos do conflito e os muitos naufrágios durante os combates ofuscaram, relativamente, a questão no imaginário coletivo, mas muitos continuaram com o objetivo de encontrar os restos da luxuosa embarcação.
Apesar dos muitos esforços, a tecnologia da época era insuficiente para encontrar um objeto em uma profundidade tão grande. No ano de 1929, inclusive, chegou-se a considerar a hipótese de o navio ter sido definitivamente soterrado pelos sedimentos localizados no fundo do mar após a ocorrência de um grande terremoto em uma região relativamente próxima, que hoje se sabe ter acontecido a 600 km do local.
Ao longo do tempo, várias expedições foram realizadas com equipes especializadas nesse tipo de operação, muitas delas financiadas por milionários ou empresas privadas em geral, principalmente ao longo das décadas de 1950, 60 e 70. Mesmo assim, os resultados das buscas foram completamente infrutíferos.
Em 1º de setembro de 1985, 73 anos depois do naufrágio, uma equipe liderada pelos oceanógrafos Jean-louis Michel e Robert Ballard finalmente encontrou os destroços do Titanic.
Imagem dos destroços da proa do Titanic
Não foi por acaso que a maioria das buscas tenha sido malsucedida. Os restos do navio encontravam-se a uma profundidade de 3800 m, onde a luz do Sol não alcança, e a uma pressão esmagadora de 425 kg por cm², tornando o local de impossível acesso sem a utilização de um submarino.
Na ocasião do descobrimento, a principal revelação foi o fato de o navio ter se partido em dois durante o naufrágio, diferentemente do que se pensava antes, a despeito dos vários depoimentos dos sobreviventes que alegaram ter visto a embarcação dividida em duas partes.
O local, ao longo do tempo, foi alvo de muitas pesquisas e análises. Muitas delas permitiram a produção das teorias a respeito das sequências do naufrágio, todas elas retratadas em compilações visuais, dentre as quais a mais premiada foi o filme estrelado em 1998. Da mesma forma, os destroços passaram a ser utilizados como ponto turístico, recebendo várias visitas. Vale lembrar que nenhum corpo jamais foi encontrado em virtude da alta salinidade, da ação de micro-organismos e do tempo decorrido da tragédia.
Em uma reportagem para a revista National Geographic, em 2004, um dos oceanógrafos responsáveis pela descoberta, Robert Ballard, expressou a sua insatisfação com relação às violações e desrespeitos praticados contra a memória de um episódio histórico. Atendendo a pedidos de muitos que prezavam pela conservação material e pelo respeito com o incidente ocorrido, os destroços do Titanic passaram a contar com a proteção da Unesco a partir de abril de 2012, 100 anos após o naufrágio.
Por Rodolfo F. Alves Pena