Modelos de produção industrial são conjuntos de técnicas de produção e estratégias de gerência e de ordenamento do processo produtivo desenvolvidos e adaptados ao longo da modernização da indústria em harmonia com as demandas do período e ao aparato técnico então disponível. O objetivo de tais modelos é tornar a produção mais eficaz e garantir a dinamização do trabalho no interior das indústrias.
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Resumo sobre os modelos de produção industrial
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Modelos de produção industrial são conjuntos de técnicas de produção e estratégias de organização e gestão do ambiente de trabalho e do processo produtivo.
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Foram sendo desenvolvidos e adaptados conforme o contexto socioeconômico e as demandas produtivas do momento, em conformidade com o aparato técnico disponível.
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São quatro os modelos de produção industrial mais conhecidos e difundidos:
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taylorismo;
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fordismo;
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toyotismo;
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volvismo.
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O que são os modelos de produção industrial?
Modelos de produção industrial são conjuntos de técnicas produtivas e de estratégias de organização e gerência do ambiente de trabalho que foram criados ao longo do processo de modernização da indústria com o objetivo de tornar a produção mais eficaz e atender às demandas ora dos proprietários das fábricas, ora do mercado consumidor.
Os modelos começaram a ser desenvolvidos quando do princípio da industrialização, e foram sendo gradativamente transformados e adaptados ao contexto socioeconômico do período e do lugar onde surgiram, avaliando o comportamento do mercado e as necessidades de um ou mais ramos produtivos naquele dado momento. Cada modelo de produção industrial é, portanto, característico da época em que foi desenvolvido, refletindo o período técnico e informacional em que se insere.
Quais são os modelos de produção industrial?
São quatro os modelos de produção industrial que se tornaram amplamente conhecidos e que foram difundidos para todo o mundo, tendo sido empregados em diferentes setores produtivos em momentos distintos do processo de evolução da indústria moderna. Esses modelos são, do mais antigo ao mais recente:
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Principais diferenças entre os modelos de produção industrial
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Taylorismo |
Fordismo |
Toyotismo |
Volvismo |
Surgimento |
Final do século XIX, nos Estados Unidos. |
Início do século XX, nos Estados Unidos. |
Final da década de 1970, no Japão. |
Entre as décadas de 1970 e 1980, na Suécia. |
Criador |
Frederick Taylor |
Henry Ford |
Taiichi Ohno e Eiji Toyoda |
Emti Chavanmco |
Objetivos |
Aumento da produtividade e da eficácia do processo produtivo por meio da diminuição do tempo de produção. Visava, também, a maximização dos lucros. |
Diminuir o tempo de produção, tornando o processo eficaz e os produtos mais baratos para ampliar o lucro. |
Adequar a produção de mercadorias com a demanda do mercado, tornando a produção mais eficiente. |
Tornar a produção mais eficiente a partir da maior capacitação dos trabalhadores para atuação dinâmica dentro da indústria. |
Aspectos da produção |
Racionalização do trabalho e divisão de tarefas. O gerente da produção ocupa um cargo separado, ou seja, ele não atua diretamente no processo produtivo, somente no seu ordenamento. |
Implementação da linha de montagem, que diminuía o tempo do processo produtivo, e da padronização das mercadorias fabricadas. |
O ritmo da produção é ditado pela demanda (produção flexível). Assim, a fabricação de itens é realizada em lotes. Há, ainda, maior possibilidade de diversificação de mercadorias. |
A produção é realizada em conformidade com a demanda (produção flexível), com maior divisão de tarefas entre grupos de trabalhadores. |
Controle de qualidade |
Ao final da produção. |
Ao final da produção. |
Durante o processo produtivo. |
Durante o processo produtivo, em cada uma das etapas de produção. |
Relação com o trabalhador |
Trabalhadores são divididos de acordo com a aptidão de cada um, tendo foco em apenas uma função. |
Trabalhadores dispostos em uma linha de produção, tendo foco em apenas uma atividade. Quem dita o ritmo de trabalho são as máquinas, isto é, as esteiras de produção. |
Trabalhadores são qualificados e capacitados para exercerem funções que não é a sua original. |
Trabalhadores capacitados e com maior autonomia. Eles são o centro da produção, e são divididos em grupos menores que atuam em paralelo para garantir maior dinamismo ao processo. |
Estoques |
Formação de grandes estoques. |
Formação de grandes estoques. |
Inexistência de estoques. A produção acontece em conformidade com a demanda pelo produto. |
Inexistência de estoques. A produção atende a demanda pelo produto. |
Exercícios resolvidos sobre modelos de produção industrial
Questão 1
(Enem) O toyotismo, a partir dos anos 1970, teve grande impacto no mundo ocidental, quando se mostrou para os países avançados como uma opção possível para a superação de uma crise de acumulação.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo, Boitempo. 2009 (adaptado)
A característica organizacional do modelo em questão, requerida no contexto de crise, foi o(a):
a) expansão dos grandes estoques.
b) incremento da fabricação em massa.
c) adequação da produção à demanda.
d) aumento da mecanização do trabalho.
e) centralização das etapas de planejamento.
Resolução: Alternativa C. O modelo em questão introduziu como inovação na organização produtiva a adequação à demanda, eliminando os estoques de produtos.
Questão 2
(Uneb) Modelo de produção industrial, também conhecido como administração científica, muito criticado, entre outros motivos, por não considerar o lado social e humano do trabalhador.
O modo de produção industrial caracterizado corresponde:
a) ao taylorismo, que limita o trabalhador a realizar uma única função, ao longo do processo produtivo.
b) ao toyotismo, no qual o trabalhador é responsável pela realização de várias tarefas durante o processo produtivo.
c) ao fordismo, que introduziu a esteira na linha de produção, com o objetivo de intensificá-la.
d) à acumulação flexível, cujo objetivo é adequar a produção conforme a demanda.
e) ao volvismo, criado para garantir o máximo desenvolvimento do trabalhador, através de sua elevada qualificação.
Resolução: Alternativa A. O taylorismo foi criticado por dividir os trabalhadores conforme a sua aptidão para uma única função específica, sendo avaliado como uma forma de alienação do indivíduo.
Fontes
LUCCI, Elian Alabi. Território e sociedade no mundo globalizado, 2: ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2016. 3ª ed.
RIBEIRO, A. de F. Taylorismo, fordismo e toyotismo. Lutas Sociais, [S. l.], v. 19, n. 35, p. 65–79, 2015. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/ls/article/view/26678.
WOOD JR., Thomaz. Fordismo, toyotismo e volvismo: os caminhos da indústria em busca do tempo perdido. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, 32(4), p. 6-18, 1992. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/rae/article/view/38456.